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Bem-Estar

Entenda as diferenças entre os testes para diagnóstico da Covid-19

Saiba as diferenças entre o teste molecular e os dois tipos de testes rápidos disponíveis no mercado

Por Redação

30 de junho de 2020, às 09h17 • Última atualização em 30 de junho de 2020, às 09h18

Os testes de diagnóstico para o coronavírus se tornaram ferramenta essencial no combate a propagação do vírus. A detecção precoce da infecção pela Covid-19 é fundamental para tratar e frear o avanço da doença.

Os primeiros sintomas de contágio podem aparecer entre o 2° e 14° dia depois da exposição ao vírus, com período médio de incubação de cinco dias.

Ainda há dúvida sobre quais são as principais formas de identificação do vírus no organismo, o que as difere, e em qual estágio da contaminação cada uma delas é indicada para gerar resultado confiável.

Teste Molecular (RT-PCR)

Em caso de exposição ao SARS-Cov-2, nos primeiros dias, a quantidade de vírus no organismo é tão baixa que nenhum teste consegue identificar a infecção. Após alguns dias, a quantidade de vírus aumenta e, assim, é possível detectá-lo pelo teste molecular (RT-PCR). Este modelo de testagem detecta o material genético do vírus (RNA) e, no caso do SARS-Cov-2, se caracteriza por elevada sensibilidade e especificidade, sendo que doentes com maior carga viral podem ter maior probabilidade de um teste positivo. 

Esse teste exige instalações e técnicas laboratoriais específicas, com níveis restritos de biossegurança, e é capaz de detectar diretamente a presença de componentes específicos do genoma do vírus. Sua aplicação deve ser utilizada para diagnóstico da doença nas fases assintomática, pré-sintomática ou sintomática, preferencialmente por volta do 2º ao 7º dia da infecção (etapa de aumento da carga viral).

Testes rápidos

Os testes rápidos podem detectar tanto proteínas do próprio vírus (antígenos) quanto proteínas produzidas pelo organismo em resposta ao vírus (anticorpos – lgG e lgM):

Teste rápido (antígeno): para o teste rápido (antígeno) é necessário uma quantidade de vírus muito grande no corpo e por isso ele só consegue ser detectado em pacientes com alta carga viral. Nesse teste, pouco sensível, é possível detectar alguma proteína do vírus no organismo. Os testes que detectam a presença do antígeno devem ser realizados na fase de maior carga viral (3° ao 7° dia). Estes testes são utilizados no diagnóstico na fase aguda da doença.

Teste rápido (sorologia): detecta o aparecimento de anticorpos IgM e IgG (sorologia) que aparecem entre 10 a 20 dias após o início da infecção. Isso acontece porque após a infecção, o antígeno estimula o sistema imunológico a produzir uma resposta imunológica, e os anticorpos correspondentes aparecem no sangue. Medianamente sensível, esta abordagem aponta a produção de anticorpos que organismo produz contra o vírus, ou seja, detecta se o organismo produziu defesas contra o vírus. O diagnóstico sorológico é importante para os pacientes que apresentam carga viral muito baixa, abaixo do limite de detecção dos ensaios de RT-PCR. Como a maioria dos pacientes apresenta títulos crescentes de anticorpos, esse teste deve ser realizados a partir do início da produção dos mesmos, que se dá cerca de 7 dias após a infecção, sendo que o ideal é realizá-los a partir do 10° dia.

A detecção de anticorpos IgM tende a indicar exposição recente ao SARS‐CoV‐2, enquanto a detecção de anticorpos IgG indica exposição ao vírus há algum tempo. Por isso, este teste não pode ser usado para confirmar que alguém possui ou não a doença, pois a pessoa pode ter o vírus, mas ainda não ter produzido IgM e IgG. Além disso, como a presença destes anticorpos permanece por muitos dias após a doença, a presença de anticorpos não indica que a pessoa ainda esteja com o vírus. Neste caso existe a possibilidade de que ela esteja com algum grau de imunização.  O resultado aparece em formas de linhas no teste em cerca de 15 minutos. A sensibilidade e especificidade dos testes sorológicos variaram entre os fabricantes e, havendo baixa sensibilidade do teste diagnóstico pode conduzir a uma maior probabilidade de obter resultados falsos-negativos.

Fonte: Luis Felipe Valter de Oliveira, doutor em Genética e Biologia Molecular

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