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17 de outubro

Dia Nacional da Vacinação reforça importância da imunização

Em meio à pandemia de Covid-19, a vacinação se reafirma como medida confiável de saúde pública

Por Redação

17 de outubro de 2020, às 09h26

Assunto em destaque do momento, a vacinação é uma das discussões reacendidas pela pandemia de Covid-19. Na data de hoje, 17 de outubro, o Dia Nacional da Vacinação alerta para a importância individual e coletiva da ação.

Esperança dos tempos atuais por conta da pandemia, a invenção das vacinas significou uma revolução na saúde pública e até mesmo na história da humanidade ao proteger a população contra uma série de doenças – algumas até então consideradas fatais. Estima-se que cerca de 3 milhões de vidas sejam salvas anualmente por conta da imunização, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), através do Programa Nacional de Imunizações (PNI), garante o acesso gratuito a 19 vacinas, que protegem contra mais de 40 doenças. Graças a essa estratégia de saúde pública, doenças infecciosas como a poliomielite e a varíola foram erradicadas do todo território nacional.

A imunização ainda é uma das medidas mais importantes de prevenção contra doenças, pois protege aqueles que recebem a vacina e a comunidade como um todo – Foto: Marcelo Camargo / ABr

Além destas, meningite, difteria, tétano, coqueluche, sarampo, caxumba, rubéola, hepatites virais, gripe, pneumonia, tuberculose e febre amarela são outros exemplos de doenças que têm prevenção por meio da vacinação.

Em complemento ao PNI, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) oferecem calendários de vacinação que permitem expandir o espectro de proteção através de vacinas disponíveis na rede privada para diversas faixas etárias e indicações.

“As vacinas são eficazes e seguras. Através da vacinação, enfermidades que antes assolavam a população hoje estão controladas, a ponto de as gerações mais novas não lembrarem o impacto que tinham ou até mesmo desconhecerem diversas destas doenças. O problema é que isso pode levar a subestimação da importância vacinação e, como consequência, baixas coberturas vacinais e o retorno de algumas doenças. Um exemplo disso é o sarampo, que chegou a ser erradicado do País em 2016, mas voltou a circular dois anos após. Em 2020, já são registrados mais de 7.700 casos da doença. Esses números reforçam a importância da manutenção de altas coberturas vacinais para que o efeito da vacinação para saúde pública seja máximo”, aponta Emersom Mesquita, infectologista e gerente médico de vacinas da GSK.

A baixa cobertura vacinal tem sido uma realidade no Brasil nos últimos anos, não apenas para o sarampo. Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2019, nenhuma das vacinas ofertadas no PNI, com exceção da tríplice viral, atingiram a meta de 90% de cobertura.

Por exemplo, a vacina pentavalente alcançou apenas 69% da população-alvo; a tríplice bacteriana, 56%; e a BCG, 85%.

Já em 2020, dados preliminares até o nono mês do ano apontam que a baixa cobertura vacinal se mantém, atingindo 57% para vacina pentavalente; 61% para vacina tríplice bacteriana; e 50% para vacina BCG.10 24 Este cenário de baixas coberturas, que já era vislumbrado anteriormente e foi agravado pela pandemia, representa um risco para toda a população, pois favorece que doenças previamente controladas no país voltem a circular.

Vacinação em todas as faixas etárias
“É comum associarmos a vacinação a bebês e crianças. Porém, é preciso lembrar que existe recomendação de vacinação para todas as fases da vida, como na adolescência, na vida adulta e na terceira idade.

Além disso, existem recomendações específicas para alguns grupos como gestantes, indígenas e indivíduos portadores de quadros clínicos especiais.

No Brasil, indivíduos portadores de quadros clínicos especiais estão contemplados peno PNI, através dos centros de referência para imunobiológicos especiais (CRIE). É fundamental mantermos o calendário vacinal atualizado, em cada fase da vida, para garantirmos os máximos benefícios individuais e coletivos da vacinação”, frisa o infectologista Emersom Mesquita.

Além de saber quais vacinas tomar, é fundamental também se atentar para a quantidade de doses de cada uma. Muitas pessoas acreditam, de maneira equivocada, que não precisam mais se vacinar na vida adulta.

Emersom Mesquita explica que esse é um tipo de engano comum. “Precisamos lembrar que somente com o esquema vacinal completo, incluindo as doses de reforço, atingimos a proteção máxima”, declara o médico.

Proteção individual e coletiva
Mais de um século após a Revolta da Vacina e avanços na medicina, a vacinação é posta em xeque novamente. Muitas vezes pensada como questão de proteção própria e pessoal, na verdade a vacinação é uma ação coletiva e de cidadania, como direito, mas também um dever previsto inclusive na legislação brasileira.

A imunização de uma comunidade é capaz de impactar em toda a sociedade. No País, entre 1940 e 1998, a expectativa de vida cresceu 30 anos como resultado, principalmente, da redução de óbitos por infecções preveníveis por vacinas.

“A vacina protege não somente o indivíduo, mas a população como um todo. Isto ocorre porque indivíduos vacinados e protegidos impedem que indivíduos não vacinados e não protegidos entrem em contato com o agente infeccioso e adoeçam. Este efeito, que chamamos de imunidade ou proteção de rebanho, beneficia, por exemplo, indivíduos que não puderam se vacinar por possuírem algum tipo de contraindicação à vacina”, explica o infectologista Emersom Mesquita.

Volta às aulas
A adoção de medidas de segurança e higiene como o uso de máscara, a disponibilização de frascos de álcool em gel 70%, e a aferição da temperatura corporal tem sido amplamente debatidas neste momento em que o País se prepara para a volta às aulas.

Além da prevenção de Covid-19, essas medidas adicionais de proteção contribuem também para a prevenção de outras doenças como meningite, sarampo e gripe, por exemplo.

Outra ação importante para esse momento de ressocialização e aumento do contato entre crianças e adolescentes é manter em dia calendário vacinal, seja visitando a rede pública ou privada de vacinação.

“Neste momento em que a comunidade científica realiza um esforço sem precedentes para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, precisamos nos perguntar se estamos em dia com as vacinas que já estão disponíveis. Por exemplo, sarampo, meningite, gripe e coqueluche, que têm formas de transmissão semelhantes à Covid-19, são doenças para as quais já existem vacinas seguras e eficazes. Temos que fazer nosso dever de casa, garantindo que nós e nossa família estejamos com o calendário vacinal atualizado. Fazendo assim contribuímos para a saúde da população como todo”, alerta o médico Emersom Mesquita.

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