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PANDEMIA

Como gestantes e lactantes podem se proteger durante a pandemia

Grávidas devem ter cuidado redobrado no combate à Covid-19 para garantir a própria saúde e a do bebê

Por Redação

16 de abril de 2021, às 08h13

Nos casos das grávidas que se infectaram com coronavírus, o indicado é aguardar o período de isolamento para retomar as consultas - Foto: Free-Photos - Pixabay

A pandemia do coronavírus tem gerado medo e preocupação nos brasileiros, especialmente nas últimas semanas, com recordes diários no número de mortes pela doença. Para as gestantes e lactantes a situação é ainda mais desafiadora, pois elas precisam garantir a própria saúde e a do bebê.

Apesar do cenário assustador, embora em menor prevalência em relação à população geral, um estudo evidenciou uma maior chance de abortamento espontâneo, ruptura prematura das membranas, restrição do crescimento intrauterino e o trabalho de parto prematuro como possíveis complicações que podem aparecer durante a gestação.

“Até o presente momento, não há estudos que indiquem que as grávidas e as lactantes sejam mais suscetíveis à doença. Por outro lado, existem fatores que geram maior risco de complicações de saúde, como diabetes, hipertensão, IMC elevado e idade mais avançada”, afirma o obstetra e ginecologista César Patez.

Uma dúvida comum é sobre qual fase da gestação requer mais cuidado. “Não se sabe exatamente a ação do vírus no bebê nas gestantes, porém houve um índice de complicações respiratórias principalmente no final da gravidez”, afirma César.

“A grande dúvida fica na primeira metade da gravidez, momento em que o bebê está se formando. Essa seria a fase mais delicada e na qual a grávida deveria evitar ao máximo contrair o vírus. Mas é importante adotar cuidados redobrados em todas as fases da gestação”, explica.

Segundo o médico, ainda não há dados consistentes sobre risco de infecção congênita, ou seja, a possibilidade de o vírus ser transmitido de mãe para filho. Além disso, no pós-parto, o bebê geralmente não faz parte do grupo de risco do coronavírus, apesar de ser essencial proteger a criança da exposição à doença.

“A maioria dos recém nascidos que contrai a Covid-19 é assintomática ou desenvolve sintomas leves e se recuperam muito bem”, aponta o doutor. “Mas as visitas de parentes e amigos devem e podem esperar, para segurança de todos.”

O pré-natal continua sendo fundamental

O acompanhamento médico que toda gestante deve ter, chamado de pré-natal, deve ser mantido durante a pandemia, de acordo com o ginecologista César Patez. “O pré-natal é de suma importância para o desenvolvimento de uma gravidez saudável e não deve ser abandonado. Essa rotina de consultas presenciais é importante para diagnóstico de possíveis alterações na gravidez, mas algumas consultas pontuais podem ser realizadas virtualmente, sem a paciente sair de casa”, ressalta.

Nos casos das grávidas que se infectaram com coronavírus, o indicado é aguardar o período de isolamento para retomar as consultas. “Alguns exames, como a ultrassonografia obstétrica, passam a ser feitos com mais regularidade, de preferência com equipe especializada em gestação de risco e acompanhamento mais rigoroso dos profissionais”.

Além disso, todas devem adotar as medidas de distanciamento social, evitando aglomerações e contato com desconhecidos. “Idas ao mercado e saídas para exercícios, por exemplo, não são aconselhadas. O ideal seria apenas saídas para exames e consultas de pré-natal mesmo”, pontua.

E como fica a amamentação?

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) salienta que os benefícios da amamentação superam os riscos de transmissão da Covid-19. Portanto, o bebê deve continuar tomando o leite materno, que continua sendo seguro e fundamental para seu crescimento.

O período após o parto, conhecido como puerpério, envolve muitas mudanças físicas e psicológicas nas mulheres. Juntas, essas características acabam aumentando a insegurança da mãe em relação aos cuidados que garantem a saúde do bebê e dela própria nessa fase inicial da maternidade.

O doutor César Patez indica quais cuidados são indispensáveis em tempos de pandemia. “Estudos apontam que não há transmissão pelo leite, mas a mãe que amamenta seu filho deve tomar uma série de cuidados. Entre eles, estão o uso de máscara facial, lavar as mãos antes de tocar no bebê, manter os ambientes bem ventilados, não compartilhar objetos pessoais como talheres, pratos, copos ou garrafas e, em especial, rigorosa higiene das mamas”, conclui.

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