Acolhida é a especialidade de São João. Filho de Isabel, prima de Maria de Nazaré, ele foi o profeta que anunciou ao mundo a vinda de Jesus Cristo, preparando o coração dos fiéis para a vinda do Messias. Não é à toa que a sensação ao entrar na Igreja São João Batista, em Carioba, é de conforto.

“É uma capela pequena, mas muito aconchegante. A gente se sente pertinho de Deus e acolhida por São João”, declarou a dona de casa Marlene Pio de Godoy Ugo, de 72 anos, que frequenta a comunidade de São João, em Carioba, desde que nasceu. A Festa de São João remete ao menino e não ao homem. Tanto que o Dia de São João remete ao seu nascimento, em 24 de junho, e as representações do santo nas bandeirinhas são da sua infância. A explicação é do padre Marcos Daniel de Moraes Ramalho, que está há três anos à frente da comunidade.

“O João Batista adulto prepara o caminho para Jesus. É um homem sério, sisudo, que prega conversão e clama por justiça. Já o São João das festas juninas é uma criança. As devoções populares falam que sua mãe Isabel avisou Nossa Senhora de seu nascimento através de uma fogueira”, explica o padre, fazendo menção ao tradicional fogo nas festas juninas.

O padre aponta que houve uma profissionalização da festa, mas que o evento é feito pela comunidade através da fé. “É bonito que a festa de uma comunidade ganhe essa proporção, mas nosso desafio é fazer com que a parte religiosa não desapareça, não se perca como se fosse apenas mais uma festa”, disse o padre.

No dia 23 de junho, haverá missa de Vigília de São João, seguida de uma fogueira simbólica e o hasteamento dos mastros dos três santos do mês – São João, São Pedro e Santo Antônio. No dia 24, será celebrada a missa pelo nascimento de João Batista.

“Talvez o fato de ser feita no largo da igreja de alguma forma lembre que é uma festa da comunidade, não de um patrocinador simplesmente. É uma festa da comunidade, do padroeiro, a figura do padre está ali e as pessoas que fazem acontecer são voluntárias”, finalizou o padre.

DEVOÇÃO. A dona de casa Marlene Pio de Godoy Ugo recorda que sempre pôde contar com a intercessão de São João, e afirma ter sido atendida sempre que recorreu a ele. Até o sucesso da festa ela credita ao santo. A devota lembra do período em que a quermesse esteve interrompida, e conta que fazia parte do grupo que teve a iniciativa de retomá-la.

“Na época, perguntaram como íamos fazer a festa se não tinha uma panela, a igreja tinha um banheiro só e a cozinha era pequena. Falei que íamos dar um jeito, e, graças a Deus e São João, olha a festa que temos hoje. É tudo com a devoção dele”, acredita Marlene.

FÉ. Benedicta Barbosa Barichelo, de 74 anos, teve a infância e juventude marcadas pela fé em São João. Batismo, primeira eucaristia e casamento foram realizados na capela, local de muitas lembranças para a devota.

Catequista, cantora no coral e membro ativo da comunidade por muitos anos, ela lembra que sentia a devoção desde muito pequena. Ela não se esquece de um episódio da infância em que não foi à igreja para ir até a casa de uma amiga. Mas quando ouviu os sinos anunciando o início da missa, saiu correndo para não perder a celebração.

“Eu não tinha nem oito anos, mas senti como se o sino estivesse me chamando, não consegui ficar sem ir à missa”, recorda Benedicta.

Programação religiosa
Programação de missas na Igreja de São João Batista durante os dias da festa

• 11/6
  Sábado | Missa – 17h
• 18/6
  Sábado | Missa – 17h
• 23/06
  Quinta-feira | Missa de vigília e levantamento do mastro – 19h
• 24/06
  Sexta-feira – (dia do padroeiro) | Missa de Natividade – 19h
• 25/6
  Sábado | Missa – 17h