A constante falta d’água, o fechamento de unidades de saúde nos últimos anos e a sujeira foram os maiores problemas citados por moradores de bairros de Americana às vésperas do pleito que define o próximo prefeito da cidade. O LIBERAL entrevistou, nesta semana, cidadãos de todas as dez regiões do município.

Foi perguntado para cada entrevistado quais as maiores deficiências do seu bairro e qual deveria ser a prioridade para o próximo governante. Embora a falta de opções de lazer e a insuficiência das vagas em creches tenham sido citados, os problemas no abastecimento de água, na área da saúde e na limpeza urbana apareceram como unanimidade em quase todos os bairros.

O diagnóstico dos moradores é de que a centralização do sistema de saúde impôs dificuldades para o deslocamento até as unidades e sobrecarregou as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) que hoje estão ativas.

Falta de médicos, dificuldade para realização de exames e para conseguir medicamentos foram apontados por moradores das regiões do Zanaga, São Vito, São Luiz, São Jerônimo, São Domingos, Jardim Ipiranga, Nova Americana e Cidade Jardim.

“Para o Mário Covas a maior dificuldade é o posto de saúde que eles tiraram daqui, falaram que iam reformar. Falaram que o posto vinha para cá em outubro, mas até agora não voltou. Reabrir o posto de saúde é a primeira coisa que eu faria”, disse a dona de casa Neusa Santos, de 59 anos.

“Está precisando de médico no postinho e está precisando de água, que falta também. E quando vem, vem aquele ‘fiozinho’, vem suja, então fica difícil para gente. É o principal, o resto a gente corre atrás”, contou a dona de casa Cida Chiconi, de 58 anos, moradora do São Vito.

Moradores das regiões da Praia Azul, São Luiz, Jardim Ipiranga e Nova Americana pontuaram a falta de varredores e também da conservação de área públicas.

“[Os maiores problemas] seriam as galerias de esgoto entupidas e o lixo que fica se acumulando pela calçada. Tinha que ter varredor. Nunca vi varredor para cá, moro há dois anos”, disse a vendedora Daniela de Farias, de 43 anos, que reside na Praia Azul.

Há um consenso entre os entrevistados de que muitos dos bairros têm sido “esquecidos” pelo poder público há, pelo menos, mais de uma década.

“Ninguém teve a coragem de fazer nada para gente. Estamos abandonados, as ruas não têm varredores, a saúde foi lá para o Boer e está comprometida. Não tem uma área de lazer, não tem nada aqui”, diz o aposentado Cláudio Donizete, de 59 anos, que reside no São Luiz.

No Bosque dos Ipês, segundo Reinaldo Polegatto, morador do bairro, falta de tudo. “A gente está precisando de um pouco de tudo. Nós precisamos de asfalto, nós precisamos de galerias de água pluvial, ônibus nós não temos mais. Dia de chuva aqui é muito difícil de transitar”, conta.

A insegurança para sair de casa foi apontamento feito por aqueles que vivem na Praia Azul, São Domingos, Nova Americana, Cidade Jardim, São Vito e Jardim Ipiranga – nesses dois últimos houve relatos de roubos cometidos a comércios.

“Minha casa foi assaltada, a do vizinho entraram três vezes”, relevou o representante José Antônio Ribeiro.

Ainda houve queixas de moradores do Centro sobre o que chamam de “exagero de vagas” na Área Azul, de má conservação de praças das regiões do São Jerônimo e do São Domingos, baixa oferta de ônibus na maior parte dos bairros e de ginásios de esporte malcuidados.

*Colaborou Bianca Martim