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Histórica

‘Vale Tudo’, de Gilberto Braga, entra no catálogo do Globoplay

Este foi 1º título sobre ética e moral do autor, que voltou aos temas com “O Dono do Mundo” e “Pátria Minha”

Por TV Press

18 de julho de 2020, às 08h55 • Última atualização em 18 de julho de 2020, às 08h57

Uma calorosa discussão familiar foi o ponto de partida para Gilberto Braga criar uma de suas novelas mais celebradas: “Vale Tudo”. No centro do debate estava a postura incorruptível de seu padrinho, um delegado da Polícia Federal. De um lado, alguns parentes valorizavam a forma ética como ele desenvolveu a carreira. Na outra ponta da mesa, ele era motivo de riso por não ter se aproveitado do cargo e enriquecido ilicitamente.

“Fiquei muito angustiado em ver pessoas tão próximas defendendo a corrupção. Esse assunto sempre teve espaço nas minhas novelas. Mas, neste jantar, decidi que precisava falar dessa distorção de valores de forma mais contundente. A novela inteira gira e torno dessa disputa entre dignos e golpistas”, explica Braga, que dividiu a autoria com Aguinaldo Silva e Leonor Bassères.

Os vilões que arquitetam um golpe contra a família Roitman – Foto: Divulgação

Êxito de crítica e público, mais de 30 anos depois de sua exibição original, a obra agora passa a fazer parte do catálogo do aplicativo Globoplay. Para o diretor Dennis Carvalho, o capricho técnico e a atualidade de texto mostram que “Vale Tudo” envelheceu muito bem. “É uma obra que resume o Brasil de ontem e de hoje. É impossível assistir e não se identificar. Continuamos um País desigual e cheio de malandragem, no pior sentido da palavra”, analisa o diretor.

Na trama, Maria de Fátima, de Glória Pires, sempre sonhou em ter uma vida abastada e distante do cotidiano humilde de sua família. Cheia de planos e tomada por essa inerente ambição, aproveita que a casa em que mora com a mãe, Raquel, de Regina Duarte, está registrada em seu nome e vende a propriedade. Sem pensar nas consequências, pega todo o dinheiro e foge para o Rio de Janeiro.

Na nova cidade, Maria de Fátima se envolve com o igualmente inescrupuloso César, ex-modelo que vive como garoto de programa de luxo interpretado por Carlos Alberto Riccelli. Juntos, os dois articulam um golpe para que ela conquiste Afonso, herdeiro da família Roitman.

Odete Roitman
Novela comandada por vilões, “Vale Tudo” acabou eternizando a figura de Odete Roitman, vivida pela saudosa Beatriz Segall, como um símbolo desse arquétipo na teledramaturgia. Arrogante e requintada, Odete fazia questão de humilhar quem estivesse ao redor. Por conta de seu gênio difícil, a vilã acumulava inimigos e no final da novela foi brutalmente assassinada com quatro tiros à queima-roupa, protagonizando um último mistério na trama: “Quem matou Odete Roitman?”.

“A verdade é que a morte da Odete não estava prevista. A novela fez sucesso e ganhou mais capítulos. As tramas já estavam desenvolvidas. Sendo assim, precisava de algo novo que pudesse prender o telespectador até o capítulo final”, admite Gilberto Braga.

O principal suspeito do crime é Marco Aurélio, de Reginaldo Faria, ex-genro e ex-diretor da TCA, empresa de aviação comandada pela megera. “Marco Aurélio era tão ruim quanto a ex-sogra, tinha roubado muito dinheiro da empresa e ela queria que ele devolvesse”, relembra Reginaldo, que protagonizou outra das cenas mais famosas da obra: a fuga de seu personagem do Brasil com direito a uma “banana” para o País do alto de seu jatinho.

Com cinco versões gravadas, o final da novela revelou que Odete foi assassinada por engano em um acesso de fúria e ciúmes de Leila, dondoca interpretada por Cássia Kis.

Sem um final especificamente justo e deixando nítida a dor e a glória de ser brasileiro, “Vale Tudo” terminou com média geral de audiência em torno de 61 pontos no Ibope, enfrentou os últimos meses da censura federal e contou com um elenco de peso formado por nomes como Antônio Fagundes Cássio Gabus Mendes, Nathalia Timberg, Lília Cabral e Pedro Paulo Rangel, entre outros.

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