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Televisão

No tempo de aprender

Na pele da batalhadora Antônia, Jeniffer Dias conta os dias para a retomada das gravações da nova temporada de “Segunda Chamada”

Por TV Press

19 de julho de 2020, às 09h45

Depois de uma estreia celebrada, as gravações da nova temporada da série “Segunda Chamada”, da Globo, já estavam acontecendo em locações e externas de São Paulo quando foram paralisadas pela emissora por conta da pandemia de coronavírus.

Jeniffer Dias assume que não vê a hora de voltar a mergulhar nos dilemas de Antônia, personagem que vai movimentar o cotidiano já extremamente denso da Escola Carolina Maria de Jesus, fictícia instituição pública que investe no ensino de Jovens e Adultos no período noturno e principal palco da série criada por Carla Faour, Julia Spadaccini e Jô Bilac.

“Antônia é guerreira como várias mulheres brasileiras. Trabalha de manhã e estuda à noite na esperança de ter uma vida melhor no futuro. Ela é do tipo que está muito ligada aos diversos problemas em torno da questão feminina e preta. Acho que isso acaba me aproximando muito dela”, admite a atriz.

Mesmo isolados e distantes, o contato entre Jeniffer e os colegas de elenco continua firme na quarentena – Foto: Divulgação

Telespectadora fervorosa da primeira temporada, Jeniffer quase não acreditou quando surgiu a oportunidade de integrar o elenco do segundo ano da série, que começa com a ameaça do encerramento do curso para jovens e adultos da escola. O baixo número de matrículas preocupa a professora Lúcia, protagonista de Débora Bloch, e reflete os contrastes sociais do País.

Nos 12 novos episódios, que têm previsão de exibição para o início do ano que vem, Jeniffer tem a companhia de outros “novatos” na escola. Nomes como Ângelo Antônio, Flávio Bauraqui, Pedro Wagner, Ruy Ricardo Dias e o veterano Moacyr Franco reforçam o elenco. “Foi um processo diferente de tudo o que já fiz. A preparação foi muito pensando no grupo. Com base em exercícios bioenergéticos e leituras de mesa, aprofundamos e conhecemos todos os personagens juntos. Foi bem interessante e uniu todo mundo”, valoriza.

Mesmo isolados e distantes, o contato entre Jeniffer e os colegas de elenco continua firme na quarentena a partir de reuniões virtuais. “A gente está só esperando a ligação da direção para retornar. Tive de mudar minha agenda do segundo semestre para priorizar a retomada da série”, revela a atriz, que tem mantido as longas tranças utilizadas pela personagem em cena.

Em meados do ano passado, paralelamente à preparação para a série da Globo, Jeniffer arranjou um espaço na agenda para participar do telefilme “Ricos de Amor”, da Netflix. No longa dirigido por Sylvio Gonçalves e Bruno Garotti, a atriz vive a empoderada Katia. “O primeiro filme a gente nunca esquece. Apesar de ser uma comédia romântica, o roteiro toca em pontos sociais importantes”, ressalta. Defensora da liberdade de ir vir entre emissoras, canais fechados e empresas de streaming, Jeniffer celebra o poder de ser reconhecida por diversos tipos de público a cada novo trabalho. “A tevê aberta é uma grande potência. Mas fiquei bem impressionada com o alcance mundial da Netflix. Recebi mensagens de pessoas de diversos países e diferentes culturas falando sobre o filme”, conta.

Investindo na atuação
Natural de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, Jeniffer Dias estava cursando Engenharia Ambiental quando resolveu largar tudo e investir na atuação. Depois de uma estreia com um pequeno papel em “Novo Mundo”, de 2017, sua vida mudou quando foi selecionada como uma das protagonistas da temporada 2019 de “Malhação – Vidas Brasileiras”.

“Foi tudo muito rápido. Fiz o teste, passei, experimentei o figurino e comecei a gravar em duas semanas. A visibilidade de ‘Malhação’ é incrível e foi a produção que me abriu portas”, detalha.

É exatamente essa oportunidade que ela quer para outras mulheres pretas que estão buscando espaço no audiovisual. Preocupada com o cenário crítico que o setor cultural vem passando por conta da pandemia, ela torce para que muitas oportunidades possam aquecer o mercado assim que as gravações estiverem liberadas.

“Imagino e espero por um mercado mais consciente em vários âmbitos, tanto no cuidado com a saúde e higienização quanto na preocupação de escrever e produzir histórias. Que o antirracismo pregado durante a quarentena seja posto em prática”, defende.

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