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Cultura

Mistura de emoções

Ainda em ritmo de pandemia, Daniel de Oliveira celebra a estreia da série inédita “Onde Está Meu Coração?”

Por Caroline Borges - Tv Press

04 de junho de 2021, às 07h56

Na trama, seu personagem tem a vida completamente atingida e em risco por conta da dependência química da esposa - Foto: Globo - Divulgação

Há pouco mais de duas décadas na televisão, Daniel de Oliveira conhece bem todos os detalhes que envolvem um novo trabalho. Ainda assim, o ator de 43 anos se depara com sentimentos surpreendentes e inéditos a cada projeto. Para Daniel, o ofício de ator tem uma definição bem clara: mexer não só com seus sentimentos e emoções, mas também com os do público.

“Enquanto estamos gravando, somos bombardeados de interferências. Tudo mexe com a gente, tudo nos afeta. A interpretação do outro me afeta, por exemplo. Isso é muito massa na nossa profissão. A gente mexe com emoções o tempo todo. É interessante saber como nosso trabalho toca no outro”, explica Daniel, que estreou recentemente na pele do intenso Miguel da série “Onde Está Meu Coração?”, disponível no Globoplay.

Na história assinada por George Moura e Sergio Goldenberg, Miguel é um arquiteto casado com a protagonista Amanda, de Letícia Colin. Sempre em busca de conquistas materiais, sofre, de algum modo, com a dependência de consumo e status. Tem sua vida completamente atingida e em risco por conta da dependência química da esposa. No meio da turbulência, ele engata um relacionamento extraconjugal com Vivian, de Camila Mardilla, cliente do seu escritório de arquitetura. “Acho muito louvável trazer uma médica para a tela nesse momento de pandemia. Minha irmã é médica está no meio do olho do furacão da Covid-19”, defende.

A Amanda é uma médica que mergulha no universo das drogas. Como o vício dela acaba afetando a trama do seu personagem?
Daniel de Oliveira O legal de “Onde Está Meu Coração?” é que temos de investigar todos os lados do personagem. Quando alguém usa drogas, todos os familiares ao redor são prejudicados, como é o caso de Miguel e Amanda. Ele tenta ajudar ao máximo, oferecer a mão para ela neste momento difícil. Apesar de ter momentos de festa e alegrias, a gente sabia que teria o momento em que a Amanda iria entrar em um buraco e os momentos tensos chegariam. A cena em que meu personagem experimenta crack pela primeira vez foi bem interessante. Era uma sequência de alívio de muitas coisas.

Na história, o Miguel é arquiteto. De que forma você buscou se aproximar desse universo profissional do personagem?
Daniel Então, eu passei um dia com o Paulo Mendes da Rocha. Ele é um grande arquiteto brasileiro. Acho que esse é o grande barato da nossa profissão. Ser ator me levou a encontrar pessoas maravilhosas. Foi muito gratificante esse encontro. A arquitetura tem essa beleza humana. É algo feito por seres humanos para seres humanos, como as praças e casas. O Paulo Mendes é um grande ser humano. Foi muito bacana encontrar com essa figura.

Quais são as principais lembranças que você carrega desse trabalho?
Daniel Para mim, um dos momentos mais marcantes aconteceu durante os ensaios ainda. Um dia, quando cheguei para ensaiar, a Letícia me puxou num canto e me falou que estava grávida. Comecei a chorar. Mas chorei igual criança (risos). Já havia trabalho com a Letícia em outros projetos. Mas, ao longo desse papel, eu pude ver um crescimento e um amadurecimento gigantescos na Letícia. Depois que ela me falou da gravidez, eu não conseguia mais jogá-la no chão ou com muita força. Tudo era com muito cuidado e muito carinho. Foi emocionante.

Com a pandemia, o fluxo de produção cultural está em marcha lenta. Como está sendo estrear um trabalho inédito em meio a um período tão conturbado?
Daniel São tempos muito estranhos. Acabou que “Onde Está Meu Coração?” virou uma ótima carta na manga para esse período em que está tudo parado. Eu estou no elenco da próxima temporada de “Aruanas”. A gente já parou duas vezes por conta da pandemia. Vamos tentar prosseguir agora e encerrar. A série era a última cartada das produções que foram feitas antes da crise sanitária. Eu estava ansioso para poder conferir como ficou esse trabalho no vídeo.

Como você tem lidado com esse período de isolamento social?
Daniel Essa pandemia está sendo uma loucura. Pegou a todos nós de surpresa. Peguei duas horas do dia para mim e estou estudando guitarra. Todo dia pratico, no mínimo, duas horas. Tento tirar algum som. Isso, claro, no meio da rotina da casa que tem de seguir, não é? A gente busca colaborar com tudo nas tarefas para que esse período seja o mais agradável possível. Mas acredito que seja importante tirar umas horinhas do dia para cuidar um pouco da gente também.

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