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Entrevista

Fátima Bernardes: Por um caminho sólido

Prestes a completar oito anos à frente do “Encontro”, Fátima Bernardes valoriza trajetória no entretenimento

Por TV Press

12 de junho de 2020, às 07h54

O entretenimento tornou-se a grande área de atuação de Fátima Bernardes nos últimos anos. À frente do descontraído “Encontro com Fátima Bernardes”, a jornalista foi deixando para trás a engessada bancada do “Jornal Nacional”, onde ficou por 13 anos.

No entanto, a chegada da pandemia do novo coronavírus fez com que Fátima reencontrasse seu lado jornalístico com mais força. O avanço do Covid-19 abriu ainda mais espaço para o factual ao longo do matinal. Apesar de lidar com um assunto denso e complexo, a apresentadora trabalha para manter entretenimento e “hard news” em equilíbrio durante esse momento atípico da sociedade.

Fátima tem dividido a parte final de seu programa com Ana Maria Braga – Foto: Divulgação / TV Globo

No dia 25 de junho, o “Encontro com Fátima Bernardes” completa oito anos no ar. Após alguns ajustes e, inclusive, mudanças na direção, o matinal encontrou um lugar próprio nas manhãs da Globo. Para a apresentadora de 57 anos, a produção cresceu a partir da maior interatividade do público com o programa.

“A gente está discutindo assuntos que as pessoas estão falando dentro de casa, na porta da escola, no cafezinho do trabalho, no ônibus ou na viagem de trem. Acho que o que funciona é a gente estar perto do nosso público, com os ouvidos abertos para aquilo que ele está tratando, para aquilo que ele está pensando e falando”, valoriza.

Logo no começo da pandemia, o “Encontro” saiu do ar por um mês. Como você enxergou a volta do programa no cenário atual?

Fátima Bernardes
Sabemos da importância de levar informação para os brasileiros de forma objetiva e muito clara, com médicos tirando dúvidas, recomendando que as pessoas fiquem em casa, mostrando dados etc. E o que está acontecendo é muito sério, informação ajuda a salvar vidas. Então, era importantíssimo que o espaço fosse ocupado pelo “Combate ao Coronavírus”.

Agora é um momento de a gente poder conversar sobre como a nossa vida está sendo transformada por conta dessa pandemia. A ideia da volta do “Encontro” é que a gente aborde aspectos diferentes das dúvidas do dia a dia e que a gente seja um respiro nas manhãs do público.

Com a pandemia, o “Encontro” tem aberto bastante espaço para o “hard news”. Como vocês gerenciam esse equilíbrio entre o entretenimento e o factual?

Fátima
O “Encontro”, desde seu nascimento, tem um pé no factual. Teve até mais logo no começo, depois a gente enveredou muito para o entretenimento, mas sempre com a preocupação de estar fazendo algo da atualidade. A gente variava sempre com personagens importantes que tivessem aparecido no noticiário. Agora, o assunto principal é a pandemia. Então, todos os nossos assuntos são relacionados à pandemia.

Recentemente, o programa ganhou mais tempo de duração na grade. Como você recebeu essa notícia?

Fátima
Quando estreei o “Encontro” meu desejo era que ele se tornasse necessário para quem estivesse em casa pelas manhãs. Mas jamais imaginei que ele seria tão necessário como no momento atual. Eu estou muito feliz e muito orgulhosa dessa equipe que vem fazendo um programa diferente, mas muito interessante e que está se conectando com o público.

No período em que o “Encontro” ficou fora do ar, você e sua equipe seguiram trabalhando e buscando pautas?

Fátima
No momento, eu acho que a gente seguiu observando o que estava acontecendo, tentando entender que pandemia era essa. Acho que no primeiro momento o principal trabalho era dar conta de tantas informações.

Depois que passamos das primeiras semanas, já começamos a pensar no retorno, a maneira como tratar o assunto mantendo o DNA do programa.

Então, começamos a discutir pautas, fazemos reuniões virtuais, e toda a equipe atuando para trazer esse conteúdo para o programa, até porque agora a gente está duas horas no ar. É um programa que realmente precisa de muita produção e essa equipe é guerreira, pois são duas horas por dia com pessoas entrevistadas e ninguém faz isso sozinho.

Como está sendo a preparação para o programa e a produção de pautas?

Fátima
Toda a rotina de concepção do programa continua com a equipe completa trabalhando de casa. Estamos aproveitando tudo o que a gente está vivendo para pensar como podemos levar isso para o palco. Na operação do programa em si, nos Estúdios Globo, temos equipe reduzida e todos seguindo as orientações de segurança recomendadas pelos órgãos de saúde.

Em meio a uma pandemia, você e sua equipe estão tendo a preocupação de buscar pautas mais leves e positivas?

Fátima
A ideia não é que a gente busque pauta positiva, acho que a gente tem de abrir espaço para aquilo que está sendo mais difícil para as pessoas: qualquer assunto ligado ao auxílio emergencial, às dificuldades para receber esse dinheiro, como as pessoas estão fazendo para sobreviver, as dificuldades de se manter em casa, as dificuldades entre os casais. A nossa pauta está muito voltada para esse universo que agora é dentro da casa. Então, a ideia é essa.

Por conta das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o programa retornou ao ar sem plateia. Como você está lidando com essa nova dinâmica?

Fátima
Nos dois últimos programas já estávamos sem plateia ou com plateia reduzida. É muito diferente, porque a nossa plateia não é só espectadora. Ela sabe que pode participar a qualquer momento, ela conta histórias, é realmente tem uma participação efetiva.

Acho que esse é um grande diferencial do programa. O telão me ajuda a entrar em contato com esse público e espero que através do telão a gente possa manter essa característica do programa tão importante, que é a plateia.

No dia 25 de junho, o “Encontro” completa oito anos no ar. Que balanço você faz do matinal desde a estreia?

Fátima
Acho que ele foi evoluindo de acordo com a minha evolução também. Evolução no sentido de desligamento de uma tarefa e de uma função altamente jornalística de “hard news” no principal telejornal, para outra postura profissional que é dessa pessoa que se diverte com o público.

Então, quanto mais eu consigo me divertir com o programa, eu acredito que o público também se diverte. Eu acho que a evolução do programa foi indo nessa direção. E o que eu consigo ver que ajudou muito nisso foi – além da música que traz essa leveza, essa brincadeira – a presença da plateia.

De que forma?

Fátima
Estar ali ao lado das pessoas que realmente assistem ao programa, que participam, e que gostam de dar a sua opinião, fez uma transformação muito grande no programa. No início, a plateia era mais espectadora, e, ao longo dos anos, foi sendo um participante muito presente e importante, seja na opinião, ou na produção de pautas.

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