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Cultura

Dia do Rock

Data celebrada há 35 anos pelos brasileiros lembra o impacto social do gênero musical

Por Isabella Holouka

12 de julho de 2020, às 09h02 • Última atualização em 13 de julho de 2020, às 15h37

Em 13 de julho de 1985, o mega festival beneficente Live Aid acontecia simultaneamente em Londres e na Filadélfia, com transmissão para outros 150 países, em prol da erradicação da fome na Etiópia. O evento marcou a data, que passou a ser celebrada pelos brasileiros como o Dia Mundial do Rock.

Leonardo Cucatti, Nathalia Motta e Bruno Meneghel nas guitarras, Eduardo Meneghel no baixo e Marcel Ricardo na bateria formam a banda Derrota – Foto: Divulgação

Marcaram presença Paul McCartney, David Bowie, The Who, Queen, Bob Dylan, Rolling Stones, Elton John, U2, Sting, Led Zeppelin, Madonna, Neil Young, Eric Clapton e Phil Collins.

“O Phil Collins se apresentou nos dois shows, em Londres e na Filadélfia. Na época, pegou um supersônico para conseguir chegar a tempo nos Estados Unidos. Ele fez um apelo para esse dia ser considerado o Dia Mundial do Rock, mas não pegou nos outros países”, conta Cris Correa, o diretor de programação da Rádio FM Gold, do Grupo Liberal de Comunicação.

“Na verdade, o Dia Mundial do Rock só é comemorado mesmo no Brasil. Na época, havia duas rádios de rock em São Paulo. Elas começaram a comemorar e a data se espalhou pelo país inteiro”, complementa.

O festival teve impacto social, chamou a atenção para a crise humanitária na Etiópia, arrecadando fundos para tentar combater a miséria no continente africano.

Para Leonardo Lucatti, de 41 anos, fundador da banda americanense de rock instrumental Derrota, o gênero musical nasceu com o alinhamento político às pautas progressistas, a contracultura e “uma espécie de revolução”.

“O rock nasceu para ser contestador, questionar tudo que é imposto para a gente de forma padronizada, autoritária. Ele é libertador por si só e agrega diversas culturas, não tem espaço dentro do rock para ser fascista ou racista”, defende.

A banda Organa é composta por Nara Maciel na bateria, Bruno Nazo no baixo, Renan Covolan na guitarra e Caio Negro, guitarrista e vocalista – Foto: Divulgação

A baterista da banda americanense Organa, Nara Maciel, de 28 anos, acredita que o rock se preocupa em transmitir uma mensagem libertária e que faça a diferença na vida das pessoas.

“Atitude rock para mim é ser, viver e agir da forma que você se sente confortável, sem se preocupar com julgamentos e agindo de acordo com seus princípios e crenças, desde que isso não interfira negativamente na vida de outras pessoas. Acredito que tenha muito a ver com um ideal de liberdade”, aponta.

Sobre a presença das mulheres na música, e especialmente no rock, Nara comenta que hoje há diversas bandas compostas apenas por integrantes do sexo feminino. De acordo com ela, as pessoas estão mais conscientes com relação à igualdade de gêneros no rock.

“Ainda sou obrigada a ouvir comentários chatos. É complicado, mas fico feliz por acompanhar e ver que essa resistência vem diminuindo e se transformando em apoio e incentivo”, afirma ela.

Tanto Leonardo quando Nara afirmam que a cena rock na região esteve movimentada nos últimos anos, com o surgimento de novos espaços, novas bandas e shows frequentes.

“Uma pena sentir tudo isso desacelerando agora. Vejo lançamentos e acompanho lives, mas no virtual é diferente e estranho”, comenta Nara, citando o cancelamento de shows e adaptação à quarentena imposta pelo novo coronavírus (Covid-19).

FM Gold tem programação especial

Para celebrar o Dia Mundial do Rock, a FM Gold (94.7) terá 10 horas de programação especial, iniciando às 8 horas, com músicas clássicas do gênero.

“Escolhemos onze clássicos para tocar durante o dia, e todos com show ao vivo, bandas importantes, histórias e fatos relevantes com uma pesquisa bem legal e apresentação da Talita Bristotti”, conta o diretor de programação da rádio, Cris Correa.

“A programação da rádio estará voltada para o rock, não só o ‘rock pauleira’, mas também baladas românticas. Será um dia especial”, convida.

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