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RAP

Feminicídio é tema de música de rapper americanense

"Cara a Cara”, da MC Mari, faz parte do primeiro álbum da sua carreira; lançamento é neste sábado

Por Stela Pires

15 de julho de 2023, às 10h46 • Última atualização em 15 de julho de 2023, às 10h48

MC Mari é moradora do bairro Antonio Zanaga e tem a música como paixão - Foto: Nei Dinastia - Divulgação

O feminicídio é o tema central do clipe da música “Cara a Cara”, da americanense MC Mari, que tem o lançamento previsto para este sábado, dia 15. A composição também tem o crime como temática, e faz parte do primeiro álbum da carreira da rapper, o “Minhas Poesias”, disponível desde a semana passada nas plataformas digitais.

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“A minha maior inspiração para essa música é mostrar o quanto nós mulheres somos injustiçadas não só no País, como no mundo inteiro, e durante a nossa vida toda nós somos obrigadas a aguentar caladas”, disse a jovem MC, de 18 anos.

A intenção de Mari com a música é que as mulheres sejam encorajadas a viver depois de passar por traumas e abusos.

“Quantas mulheres no mundo inteiro já morreram por agressão doméstica e quantas pessoas no mundo já viram uma mulher sofrer agressão doméstica e ficaram caladas? Muitas pessoas próximas a mim já sofreram isso. Eu já sofri assédio de um conhecido. A gente merece continuar vivendo”, disse.

O LIBERAL teve acesso em primeira mão ao videoclipe de Cara a Cara, que tem como cenário o terminal de ônibus urbano de Americana. Antes de iniciar a música, dados sobre o crime de feminicídio no Brasil são narrados pela rapper. De acordo com o videomaker e produtor audiovisual responsável pelo vídeo, Nei Dinastia, o clipe é carregado de simbologias.

“Fizemos em um lugar urbano, onde todo mundo transita, onde todo mundo passa pelas pessoas, mas ninguém sabe talvez o que aquela pessoa está passando”, explicou Nei sobre a inspiração para a produção.

Cenários comuns do dia a dia também ganham significado no videoclipe, como o sinal verde, indicando que as mulheres sigam em frente e denunciem seus abusadores.

Cenas de um curta-metragem do Rio de Janeiro com a mesma temática da obra de MC Mari também fizeram parte da produção de Cara a Cara.

“Foi uma parceria muito bacana. Entrei em contato com eles pedindo autorização para usar algumas imagens e eles me deram muita atenção, conversaram comigo, e fechamos essa parceria de divulgação”, contou Nei.

De acordo com ele, a equipe de direção do curta gostou do fato de uma menina como a Mari cantar sobre um tema tão relevante. “Eu tenho muita expectativa para o clipe, eu quero que ele tenha visualização, não por conta de dinheiro nem nada, eu quero que as mulheres se sintam inspiradas em se abrirem para outras pessoas e contarem sobre sua história”.

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INSPIRAÇÃO. Maria Eduarda Gonçalves dos Reis, a MC Mari, é moradora do bairro Antonio Zanaga e tem a música como paixão quase que por genética. Em sua família, a avó e a tia cantam, enquanto o irmão é baterista.

No rap, a jovem tem como inspiração cantores como Djonga, Sidoka e Hyperanhas. “A Ludmilla não é do rap, mas é uma das minhas maiores inspirações na música”, disse.

Em seu primeiro álbum, Mari aborda diversas temáticas. O trabalho nasceu da junção de diversas poesias que a jovem rapper escreveu e transformou em músicas.

Algumas das faixas falam sobre a família, como Fictício, ou a decepção amorosa vivida pela MC, tratada na canção Nasa. “É meu primeiro álbum, mas tem muitos que eu quero lançar ainda. Quero muito que esse sonho se realize, quero ser reconhecida pelos meus trabalhos, pelas minhas composições”. 

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