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Cultura na região

Arte Daqui: Conheça ODARA, voz em ascensão na região

A artista viu seu caminho tomar um novo rumo e vislumbrou um futuro que, até então, parecia distante

Por Stela Pires

05 de maio de 2024, às 09h01

Raquel não via a música como uma possibilidade para o futuro – Foto: Leonardo Matos/Liberal

Foi enquanto descia a Rua Itapemirim, no Jardim Ipiranga, rumo à mais um dia lecionando aulas de violão, que a jovem Raquel de Figueira de Silva, na época com cerca de 16 anos, vislumbrou seu futuro como a cantora de MPB (Música Popular Brasileira) ODARA – seu nome artístico. 

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Hoje, aos 20 anos, a artista é um talento em ascensão na RPT (Região do Polo Têxtil). A música, no entanto, não surgiu há cerca de quatros anos em sua vida, mas sim desde que Raquel se reconhece como pessoa.

Nascida em Sumaré, ela se mudou com a família para o interior de Sergipe ainda muito pequena, aos 3 anos. Eles ficaram por lá durante uma década e Raquel participava ativamente de atividades artísticas dentro da igreja. 

Raquel acredita que tenha aprendido a cantar antes mesmo de ser alfabetizada. Dentro da religião teve seu primeiro contato com a música e encontrou espaço para exercer seu lado artístico, cantando em eventos e participando de teatros. Ela era estimulada ao canto.

“A forma como eu me sinto é como se a música sempre tivesse feito parte de mim como pessoa e eu sempre quis viver para ela, mas eu não sabia como”, contou. 

As referências para a Raquel pequena, ainda em Sergipe, eram de grandes nomes como Ana Paula Valadão e Ivete Sangalo, que atingiram níveis de fama que pareciam inalcançáveis para ela.

De volta à região, morando em Americana e já no fim do Ensino Médio, a ideia de Raquel era cursar Letras na Unicamp (Universidade de Campinas), mas seu caminho mudou em um dos cruzamentos da Rua Itapemirim. O ano era 2020.

Com o violão em mãos, Raquel foi avistada pelo proprietário de um antigo estabelecimento daquela região, o “Bar da Breja”. De supetão, ele perguntou se ela cantava e, com a afirmativa, pediu para que a menina tocasse para ele.

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Depois da breve apresentação, o feedback: “adorei, você vai tocar aqui todo sábado e eu vou te contratar”. 

“Até aquele momento eu tinha feito apresentações na escola, em eventos da prefeitura, mas receber um cachê por prestar serviço, eu achei aquilo muito impressionante”, contou.

Ela tocou com um amigo no bar durante um mês, até o início da pandemia da Covid-19. Em isolamento social, Raquel refletiu: “A vida é realmente muito imprevisível. Se for pra eu dedicar o meu tempo a fazer alguma coisa, então que seja para algo que faça sentido, que valha a pena para mim”.  

Uma nova possibilidade de futuro se abriu para Raquel, que traçaria seu caminho artístico como ODARA. Deixou de lado a licenciatura e começou a se dedicar inteiramente à música.

“Para mim, a música é o que eu tenho mais perto de Deus”, disse. Por algumas vezes a artista tentou seguir outros caminhos, mas tudo a levava de volta ao canto.

Profissionalização

Quando começou a tocar no Bar da Breja, ODARA entendeu que precisaria buscar uma maneira de transformar seu lado artístico em uma carreira sólida. Para isso, a decisão foi começar aulas de canto em uma escola de música em Santa Bárbara d’Oeste, onde ela mora hoje.

Durante um ano recebeu os ensinamentos de Leonardo Benedetti, um professor que foi inspiração para a artista. Ele perguntou se ela não gostaria de prestar o curso de Música na Unicamp, mas ela ainda não se sentia preparada.

O professor, então, indicou que ela fizesse um curso técnico no Conservatório Carlos Gomes, de Campinas, um espaço que abriria portas para ODARA. 

“E com certeza foi um dos momentos mais importantes da minha vida”, contou.

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Durante as aulas, ela conheceu mais sobre outros estilos musicais além do MPB – que já tinha estudado para tocar nas noites -, como o blues, soul e rock. Foi apresentada à música de Aretha Franklin, Etta James e Nina Simone, artistas nas quais ODARA conseguia se enxergar.

Com o curso, a cantora teve oportunidades diversas. Tocou no Festival de Inverno de Águas de Lindoia e, a mais recente, o Juca Jazz, em Americana. Ela subiu ao palco do Teatro Municipal com a Orquestra Sinfônica de Americana e com a Big Band Americana.

“Quando o festival acabou e as luzes do Teatro Lulu Benencase acenderam eu voltei a ter 10 anos de idade cantando com a saia da minha mãe na varanda de casa. Aquela gente toda aplaudindo de pé foi inexplicável”, contou.

O próximo passo que ODARA dará é o lançamento do seu trabalho autoral, que está em processo de desenvolvimento para um álbum próprio.

ODARA segue cantando nas noites da região, com apresentações fixas em alguns bares. A agenda da cantora pode ser conferida em seu Instagram (@odara.canta).

Arte Daqui

“Arte Daqui” é uma série de reportagens do Caderno L, que no primeiro domingo de cada mês apresenta personalidades que fomentam a cultura das cidades da RPT (Região do Polo Têxtil).

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