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Televisão

Contraste urbano e rural da região

Trama sobrenatural e aventureira de “Araguaia” completa uma década de exibição

Por TV Press

30 de setembro de 2020, às 17h14

Mostrar a diversidade do Brasil é uma das principais características das novelas de Walther Negrão. Um dos grandes entusiastas em deslocar as tramas do eixo Rio-São Paulo, Negrão já mostrou as belezas de estados como Ceará em “Tropicaliente”, Rio Grande do Norte em “Flor do Caribe”, Santa Catarina em “Como Uma Onda” e Belo Horizonte em “Livre Para Voar”, entre outros.

No final de 2009, de olho nas belas paisagens do Centro-Oeste do País e inspirado pelas lendas do famoso Rio Araguaia, cuja nascente fica em Goiás, o autor aproveitou que estava novamente na fila do horário das seis para conceber um folhetim que mostrasse o contraste urbano e rural da região, além da força do ecoturismo e das raízes indígenas em “Araguaia”, novela que completa uma década de exibição neste mês.

Estela (Cleo Pires), Amélia (Julia Lemmertz), Manuela (Milena Toscano) e Ametista (Nanda Lisboa) – Foto: João Miguel Junior / TV Globo

“É uma região muita rica em histórias, mas pouco explorada pela televisão. Para não ser uma trama essencialmente contemplativa, escolhi uma abordagem mais moderna e jovial. É uma mistura que me agrada muito”, conceitua Negrão.

A base do enredo é uma história de amor e maldição que começa no final do Século 19. Na fictícia cidade de Girassol, a jovem Antônia se apaixona pelo índio Apoena, personagens de Alice Motta e Diogo Oliveira, e ele decide levá-la para a aldeia da tribo Karuê para viver esse amor.

Grávida, ela não é muito bem recebida pelos karuês e desperta a ira de Iaru, de Suyane Moreira, esposa de seu amado. Com a ajuda de um Xamã, Iaru lança uma maldição sobre Apoena e Antônia: todas as gerações de filhos homens frutos desse amor, a começar pelo menino que ainda estava na barriga, morrerão de forma precoce às margens do Rio Araguaia.

Cleo Pires foi a misteriosa e sedutora Estela da trama – Foto: Divulgação

A história é passada para todos os descendentes e, muitas décadas depois, Antoninha, de Regina Duarte, na ânsia de quebrar o ciclo, decide dar seu único filho, Fernando, papel de Edson Celulari, para uma amiga criar bem longe da região.

Criado por Mariquita, papel de Laura Cardoso, Fernando cresce um sujeito de caráter duvidoso e se casa com a misteriosa e sedutora Estela, de Cleo Pires. Em uma visita ao filho Solano, mocinho de Murilo Rosa, que mora na interiorana Pirenópolis, ambos ficam sabendo que Antoninha está muito doente e decidem, enfim, conhecê-la. Por isso, voltam a Girassol na busca por suas raízes.

“Esse lado sobrenatural deu uma carga dramática a mais para a história. Geralmente, os mocinhos lutam contra vilões e adversidades da vida. No caso do Solano, ele precisa enfrentar essa maldição antes de qualquer coisa”, explica Murilo.

Solano, de Murilo Rosa, se apaixona por Manuela, interpretada pela então “novata” Milena Toscano – Foto: Divulgação

A lenda se confirma com a morte de Fernando. Mesmo assim, Solano permanece na cidade para investir recursos e tentar salvar os poucos negócios familiares que restaram. É neste momento que ele descobre que a maldição parece pequena perto dos mandos e desmandos do poderoso Max, principal fazendeiro local, interpretado por Lima Duarte.

“Gosto de personagens do campo. É um tipo que eu adoro interpretar e fiquei muito empolgado com o convite do Negrão, que é um grande amigo meu. Mas, ao longo da trama, o Max se perdeu. Virou um vilão raso e chato”, relembra, de forma sincera, o veterano ator de 90 anos.

Ao melhor estilo “Romeu e Julieta”, Solano acaba se apaixonando por Manuela, a filha de Max, interpretada pela então “novata” Milena Toscano. Com diversas críticas sobre a falta de sintonia entre o casal protagonista, o autor apostou em um estranho quadrilátero amoroso formado por Estela, madrasta de Solano, e pelo noivo de Manuela, e Vitor, papel de Thiago Fragoso.

“Minha dedicação para viver a Manuela foi integral. A personagem exigiu muito de mim, nem andar a cavalo eu sabia. Nunca gravei tanto e isso me fez não parar muito para pensar na responsabilidade de ser a protagonista. Encarei tudo de frente e dei o meu melhor”, valoriza Milena.

Palco das gravações
As cidades goianas de Pirenópolis e São Félix do Araguaia foram os dois principais polos de gravação da novela. Ao longo de 20 dias, uma equipe formada por cerca de 100 profissionais trabalhou nas cenas iniciais da trama.

“Boa parte das externas foi feita com luz natural. Acordava todo mundo no meio da madrugada para captar tudo com o sol nascendo. O resultado ficou incrível”, conta o diretor Marcos Schechtman.

Nos Estúdios Globo, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi erguida uma imensa cidade cenográfica de 21 mil m2. Com destaque para a estância de Antoninha e a fazenda de Max, tudo foi feito a partir de uma minuciosa pesquisa de arquitetura, fauna e flora da região.

Com 166 capítulos e nomes como Julia Lemmertz, Eva Wilma, Bruna Marquezine e Suzana Pires completando o elenco, “Araguaia” chegou ao fim com repercussão moderada e audiência média em torno de 23 pontos.

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