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De volta ao ar

‘A Força do Querer’ reafirma poder de criação de Glória Perez

Exibida entre abril e outubro de 2017, obra renovou relação da crítica e do público com o texto da autora; reestreia será nesta segunda-feira

Por TV Press

19 de setembro de 2020, às 15h36 • Última atualização em 19 de setembro de 2020, às 15h37

O prolongamento da quarentena levou a Globo a rever novamente seus planos. As novelas atuais retomaram as gravações em meados de agosto, mas os novos capítulos só devem ganhar exibição no início do ano que vem. Sendo assim, foi necessário selecionar outras tramas antigas para ocupar o horário nobre.

Às 21h, novelas como “Amor à Vida”, de 2013, e “O Outro Lado do Paraíso”, de 2018, ambas de Walcyr Carrasco, entraram na disputa. Entretanto, em uma clara valorização de seus autores mais clássicos, a substituta de Aguinaldo Silva e sua controversa “Fina Estampa” será “A Força do Querer”, que retorna à faixa amanhã, dia 21.

Família Garcia – Foto: Divulgação

Exibida, originalmente, entre abril e outubro de 2017, a obra renovou a relação da crítica e do público com o texto de Glória Perez.

“A tolerância é o tema principal deste trabalho. Infelizmente, a falta de empatia de três anos atrás permanece no cotidiano do brasileiro. Cada trama é um convite à reflexão, mas tudo feito de forma solar e para emocionar o público. A resposta da audiência me deixou muito feliz e estou empolgadíssima com esse retorno da novela ao horário nobre”, valoriza a autora.

Sem recorrer a viagens para outros países ou nomes e expressões complicadas, a autora mergulhou no interior do Brasil e concentrou sua história em protagonistas femininas. A trama começa na fictícia Parazinho, cidade interiorana do Norte do país onde vive a jovem Ritinha, de Isis Valverde. Extrovertida e desapegada, ela acredita ser uma sereia e se vê dividida entre os amores de Zeca e Ruy, personagens de Marco Pigossi e Fiuk.

Núcleo Bbibi – Foto: Divulgação

Dos morros do Rio de Janeiro, surge a figura de Bibi, de Juliana Paes, que desiste de ter uma vida estável ao lado do empresário Caio, de Rodrigo Lombardi, para ser mulher do poderoso traficante Rubinho, de Emílio Dantas. Do outro lado, está a não menos passional Jeiza, de Paolla Oliveira, policial competente e lutadora de MMA disposta a desconstruir o machismo que a ronda.

“A trama tinha diversas protagonistas e a Glória equilibrou isso de maneira muito eficaz. Todo mundo brilhou muito. Já tinha feito algumas mocinhas na carreira, mas a Jeiza me deu possibilidades de ir além do choro ou da questão romântica. Ela era focada na carreira e nos próprios objetivos”, ressalta Paolla.

Núcleo Jeiza – Foto: Divulgação

Principal clã da trama, a família Garcia guarda segredos e angústias nas figuras da viciada em jogos Silvana e da dondoca Joyce, que acreditar ter falhado na criação dos filhos, personagens defendidas por Lília Cabral, Maria Fernanda Cândido, respectivamente.

“A Força do Querer” inaugurou uma parceria na trajetória de Glória. Única novelista que se mantém firme no propósito de escrever tudo sozinha, ela escolheu o diretor Rogério Gomes como seu braço-direito na condução da história.

Núcleo Ritinha – Foto: Divulgação

Para ter uma unidade de atuação com o elenco composto por 50 nomes, diversas reuniões e “workshops” foram ministrados pelo preparador argentino Eduardo Milevitz. “A gente quis ter uma preparação geral, que integrasse todo mundo. Mas a Paolla e a Isis, por exemplo, tiveram de fazer uma imersão mais elaborada para suas personagens”, conta o diretor.

GRAVAÇÕES
Com tudo quase pronto, em janeiro de 2017, as gravações começaram pelas capitais e cidades interioranas dos estados do Amazonas, Acre e Pará. “Gravar no meio do mercado do Ver-o-Peso, em Belém, foi uma grande aventura”, lembra Marco Pigossi.

No Rio de Janeiro, os trabalhos se concentraram no bairro da Usina, Zona Norte da capital, e na região de Portugal Pequeno, reduto de imigrantes paraenses localizado em Niterói. Para facilitar o trabalho, ambas as locações tiveram parte de seus prédios e ruas reproduzidas em uma área de cerca de 10 mil m² dentro dos Estúdios Globo.

“A ideia era não sair muito das cidades cenográficas, mas manter a qualidade da cena. O que nos chamou a atenção em Portugal Pequeno foi a paleta de cores do lugar, muito parecida com a de Belém. Reproduzimos a arquitetura interessante do bairro, os prédios antigos e os casarios, construções riquíssimas do começo do século passado”, detalha a cenógrafa Anne Bourgeois.

Quem é quem

Núcleo de Ritinha
Nascida e criada na fictícia Parazinho, Ritinha (Isis Valverde) é fascinada pelas águas do rio e acredita ser uma sereia. Jovem e eufórica, ela está noiva de Zeca (Marco Pigossi), mas, ao mesmo tempo, nutre uma grande curiosidade pelo mundo que existe além de sua pequena cidade natal. Filha da espevitada Edinalva (Zezé Polessa), Ritinha desde criança ouvi da mãe que ela é fruto de uma noite de amor com um homem-boto.

O envolvimento de Ritinha com Ruy (Fiuk) é motivo de comemoração de Edinalva, que não suporta a família de Zeca, formada por seu pai Abel (Tonico Pereira), e a tia, Nazaré (Lucy Pereira). O que mãe e filha não sabem é que Ruy está de casamento marcado com a ciumenta Cibele (Bruna Linzmeyer), que vai fazer de tudo para não perder o noivo. 

Núcleo da Família Garcia
Os irmãos Eugênio (Dan Stulbach) e Eurico (Humberto Martins) comandam uma grande empresa do ramo alimentício e lidam de forma muito unida com os problemas familiares. Eugênio é casado com a dondoca Joyce (Maria Fernanda Cândido), mulher que dedicou sua vida aos filhos Ruy (Fiuk) e Ivana (Carol Duarte).

Ela nunca negou sua preferência pela filha, a quem criou para ser uma princesa. Ivana, no entanto, mesmo sem querer decepcionar a mãe, está em uma busca muito íntima por sua identidade de gênero. As únicas pessoas que apoiarão as decisões de Ivana serão a empregada Zuleide (Claudia Mello), e sua prima, Simone (Juliana Paiva). Jovem e sem preconceitos, Simone é filha de Eurico e Silvana (Lilia Cabral).

O casamento perfeito dos dois está ruindo por conta da falta de diálogo e compreensão. Enquanto ele só pensa em trabalho, Silvana se envolve no perigoso mundo dos jogos de azar.

Núcleo de Bibi
Bibi (Juliana Paes) é uma mulher dependente da adrenalina da paixão. Para ela, o fogo nunca será suficientemente alto. No início da trama, abandona o noivo Caio (Rodrigo Lombardi), com quem teria um futuro promissor, para protagonizar a história de amor idealizada por ela com Rubinho (Emílio Dantas), com quem se casa e tem o filho Dedé (Gabriel Almeida Bravo).

Mas essa relação a levará para caminhos tortuosos, já que Rubinho acaba tornando-se chefe do tráfico de drogas do morro onde vivem e Bibi, apaixonada, acaba entrado para o mundo do crime. A única pessoa que tenta abrir os olhos de Bibi é sua mãe, Aurora (Elizangela), que nunca se conformou com as decisões passionais da filha.

Núcleo de Jeiza
Policial do Batalhão de Ação com Cães e lutadora de MMA, Jeiza (Paolla Oliveira) equilibra atitude e sensibilidade na mesma personalidade. Disposta a terminar seu relacionamento desgastado com Vitor (Alejandro Claveaux), ela acaba se apaixonando por Zeca (Marco Pigossi).

O namoro, no entanto, tem problemas sérios por conta do machismo velado de Zeca, que não consegue aceitar o êxito profissional da amada. Jeiza tem na mãe, a fogosa Cândida (Gisele Fróes), e em seu treinador de MMA, Allan (Raul Gazolla), seus dois maiores confidentes e apoiadores.

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