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Histórias de Americana

Patrimônio para quem

É necessário ressaltar que a preservação e os trabalhos voltados no sentido de valorização da memória histórica são de extrema importância para a manutenção de nosso patrimônio

Por Elizabete Carla Guedes

09 de outubro de 2022, às 08h47

Patrimunium, palavra de origem latina que se referia a tudo o que pertencia ao pai, “patri”. Entre os romanos, a palavra simbolizava caráter aristocrático e privado, representando a herança, passada de pai para filho.

Nesse sentido, o patrimônio estava ligado ao privativo e não teria as características conhecidas nos dias atuais, isto é, de patrimônio público. Este, de direito de todos, representa a herança cultural de um determinado coletivo, podendo estar ligado à instância regional, nacional ou mundial.

Esses patrimônios, sejam eles materiais ou imateriais, estão relacionados à memória histórica e cultural, sendo testemunhos de seu tempo. Deste modo, se pode constatar a sua importância através das leis de preservação e proteção do patrimônio cultural brasileiro, presentes na Constituição Federal de 1988. Em Americana, podemos citar alguns patrimônios de importância histórica, arquitetônica e socioeconômica, como a antiga Vila Operária de Carioba e o Casarão do Salto Grande. No entanto, se pode dizer que muito pouco desses remanescentes foram preservados. Prova disso foram os acontecimentos relacionados aos incêndios das antigas escola e fábricas de tecido, ambas pertencentes ao complexo Carioba.

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Ainda recentemente, também ocorreu a demolição da última das caixas d’água da antiga Vila Operária para a construção de um condomínio. Esse monumento simbolizava o marco da luta contra a epidemia de impaludismo, ocorrida entre os anos de 1915 e 1917, pandemia que dizimou mais da metade da população de Villa Americana, mas teve apoio da infraestrutura alemã deste período, já implantada em Carioba.

Nesse ponto, é necessário ressaltar que a preservação e os trabalhos voltados no sentido de valorização da memória histórica são de extrema importância para a manutenção de nosso patrimônio. Esses trabalhos vêm no sentido do resgate da memória histórica, levando em consideração a representação do tempo em que tal monumento foi importante.

Nesse sentido, o sentimento de pertencimento é de extremo valor para tal preservação. E, aqui, vale trazer um dito popular à tona: diz-se que, para se alcançar a imortalidade, seria preciso plantar uma árvore, publicar um livro e ter um filho.

Contudo, a memória não é só individual, é também coletiva, e ambos se relacionam estreitamente. Isto posto, cabe a indagação: como manter esses valores culturais se mal conseguimos manter viva a nossa própria consciência coletiva, representada através desses patrimônios?

Elizabete Carla Guedes é membra do grupo Historiadores Independentes de Carioba, dedicado à pesquisa história sobre Americana

Historiadores de Carioba

Blog abastecido pelo grupo Historiadores Independentes de Carioba, que se dedica à pesquisa histórica sobre Americana.