A mais recente edição da pesquisa Datafolha sobre a avaliação do terceiro mandato de Lula mostra que a aprovação do governo petista derrapou nos últimos meses. Ainda que dentro da margem de erro, o percentual dos que avaliam a gestão como ótima ou boa caiu de 38%, em dezembro, para 35%, agora. No sentido inverso tem se percebido a reprovação: aumentou de 30% para 33% os que a consideram ruim ou péssima.

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Também se viu uma oscilação negativa, em termos qualitativos, em estratos importantes da população: os evangélicos e a classe média. Segundo a pesquisa, que ouviu, no total, 2.006 pessoas, o percentual dos que desaprovam o governo subiu de 38% para 43% nos últimos três meses entre os que se declaram evangélicos.

Na segmentação por renda, 39% dos que ganham entre dois e cinco salários mínimos passaram a considerar ruim ou péssimo ou governo de Lula. Em dezembro, o percentual era de 35%.

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A estabilidade econômica na qual o País se encontra, bem como a aprovação de reformas esperadas, é talvez a âncora de um governo que, por outro lado, se mete em desgastes causados pela impulsividade de seu líder maior. Tal como Jair Bolsonaro, Lula cria, com o que fala impulsivamente, incêndios e crises que ofuscam medidas que poderiam ser a vitrine da gestão. Não por acaso, cobra de seus ministros mais empenho para melhorar a imagem do governo.

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Se por um lado a economia flui, por outro, setores como a segurança pública se evidenciam como o calcanhar de Aquiles. Não há percepção popular de que haja melhora. Medidas como o fim das saidinhas, algo que merecia uma análise mais técnica, são aprovadas por pressão ideológica. E a fuga de Mossoró, continua um êxito – para os bandidos.

Para Lula, o recado é o mesmo que muitos que já sentaram na cadeira da Presidência da República já receberam: falar menos, fazer mais. Assim, a população poderá medi-lo não apenas pelo que pensa, mas pelo que entrega: empregos, comida na mesa, oportunidades, mudança.