Cotidiano & Existência
Bullying e cyberbullying nas escolas
Sofrendo, praticando ou assistindo essas violências, encontram-se as vítimas, os agressores e a plateia
Por Gisela Breno
10 de abril de 2024, às 17h13 • Última atualização em 10 de abril de 2024, às 17h48
Link da matéria: https://liberal.com.br/colunas-e-blogs/bullying-e-byberbullying-nas-escolas/
Há nos espaços escolares práticas cruéis, contínuas, sistemáticas e intencionais, que afetam diariamente um número enorme de estudantes. São elas, o bullying e seu sinistro parente, o cyberbullying, que causando feridas invisíveis, deixam cicatrizes profundas na alma de crianças, adolescentes e jovens.
Enquanto o bullying é largamente praticado no ambiente escolar, o cyberbullying ultrapassa qualquer fronteira física, tirando da vítima qualquer possibilidade de escapar dos ataques. Sofrendo, praticando ou assistindo essas violências, encontram-se as vítimas, os agressores e a plateia.
Para as vítimas, cada dia é uma batalha travada nos corredores da escola e nos cantos escuros da internet.
São as palavras afiadas como punhais, os olhares de desprezo, as risadas cruéis, que ecoam em suas mentes, minando sua confiança e roubando sua paz de espírito. Para eles, o mundo parece um lugar hostil, onde não há refúgio seguro. Por trás do sorriso forçado de muitos alunos, esconde-se um coração pesado, repleto de angústia e solidão.
Mas não podemos nos esquecer dos agressores, cujas cicatrizes internas os levam a infligir dor aos outros. Eles buscam validação através da intimidação, alimentando-se do poder efêmero, que sentem ao subjugar os mais fracos. No entanto essa busca por poder é uma ilusão vazia que só perpetua o ciclo de violência. E, há a plateia silenciosa, aqueles que testemunham o tormento alheio sem intervir.
Seu silêncio é um eco ensurdecedor, que amplifica o sofrimento das vítimas e fortalece a impunidade dos agressores. Ao permanecerem passivos, eles se tornam cúmplices involuntários, permitindo que o ciclo de bullying persista.
É hora de quebrar esse ciclo de dor e sofrimento. É hora de nos unirmos como comunidade para romper, efetivamente, essas práticas nefastas. Em união, poderemos então reescrever a caminhada das escolas, onde a diversidade, a bondade e o respeito mútuo possam ser vivenciados e celebrados; onde cada voz seja ouvida, cada alma seja valorizada e cada coração seja preenchido com a empatia, impressa em todo DNA humano.
Professora, Gisela Breno é graduada em Biologia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e fez mestrado em Educação no Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A professora lecionou por pelo menos 30 anos.