Cotidiano & Existência
A invisibilidade das mulheres
Por Gisela Breno
13 de março de 2024, às 14h24
Link da matéria: https://liberal.com.br/colunas-e-blogs/a-invisibilidade-das-mulheres/
Em um mundo que clama por igualdade e justiça, há uma sombra insidiosa, que persiste, corroendo os fundamentos de nossa sociedade: a invisibilidade das mulheres.
Embora muitos direitos tenham sido, duramente, conquistados, a realidade é cruel : as mulheres continuam sendo relegadas a um segundo plano, silenciadas pelo peso de séculos de discriminação e desvalorização.
Essa invisibilidade se manifesta de maneiras sutis e devastadoras.
Seus trabalhos são frequentemente subestimados, suas contribuições, minimizadas e sua voz ,abafada pelo ruído ensurdecedor do patriarcado.
Nos lares, são sobrecarregadas com a responsabilidade desproporcional pelo trabalho doméstico e pelos cuidados com os filhos. Na esfera pública, muitas vezes executam papéis secundários, enquanto os holofotes continuam a se concentrar predominantemente em figuras masculinas. Sendo mães, lutam para conciliar a carreira e a maternidade, e sofrem disparidades salariais em relação aos homens ,bem como falta de oportunidades de liderança e discriminações baseadas no gênero.
É hora de reconhecer que uma sociedade, que silencia metade de sua população está fadada ao fracasso. É hora de toda a sociedade reconhecer e enfrentar essas injustiças de frente. Urge a necessidade de se criar espaços onde as vozes e contribuições das mulheres sejam valorizadas e respeitadas e de se promover uma cultura de inclusão e equidade.
Essa luta não é uma opção, mas uma necessidade urgente, que deve ser assumida por toda a sociedade.
Somente através da solidariedade e ação coletiva podemos finalmente dissipar a sombra da invisibilidade e construir um futuro onde cada mulher seja reconhecida por tudo que ela é e representa no tecido social.
Professora, Gisela Breno é graduada em Biologia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e fez mestrado em Educação no Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A professora lecionou por pelo menos 30 anos.