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PROBLEMA

Prédio com rachaduras gera impasse e temor em moradores de Santa Bárbara

Caso levou a uma disputa na Justiça entre condomínio e construtora

Por Caio Possati

17 de junho de 2022, às 08h41

Em junho do ano passado rachaduras começaram a aparecer nos apartamentos e corredores do edifício - Foto: Caio Possati / O Liberal

Uma disputa na Justiça entre o condomínio Terras de São Pedro, no Planalto do Sol 2, em Santa Bárbara d’Oeste, e a construtora HM Engenharia, responsável pela construção dos prédios do local, tem dificultado a vida de ao menos dezesseis famílias.

Crescentes rachaduras, que surgiram em junho do ano passado, levaram o bloco Q a ser interditado pela Defesa Civil, em dezembro de 2021, por risco de queda. Mas, em maio deste ano, o edifício foi liberado por meio de laudo apresentado à Justiça pela HM Engenharia.

O documento da construtora aponta que o prédio não corre risco de colapso, porém, as famílias não querem voltar porque ainda se sentem inseguras, já que as rachaduras continuam crescendo mesmo depois de uma reforma feita pela empresa no último mês, por determinação judicial.

Em junho do ano passado, rachaduras começaram a aparecer nos apartamentos e corredores. Em dezembro, o edifício foi interditado pela Defesa Civil, que alegou riscos de desabamento. O órgão notificou os moradores informando que, em 24 horas, teriam que deixar suas casas.

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Desde então, parte das famílias precisou alugar apartamentos, enquanto outras passaram a viver com parentes. Em fevereiro deste ano, os moradores do prédio entraram na Justiça contra a HM Engenharia, alegando que a empresa é a responsável pelas fragilidades. O caso ainda tramita no Judiciário.

Medo
Mesmo com o laudo técnico, os moradores se recusam a voltar porque acreditam que as rachaduras continuam a aumentar. Além disso, criticam os reparos feitos pela construtora, e afirmam que não foram suficientes.

Camila Trinca, síndica do prédio, contou à reportagem que o filho, diagnosticado com autismo, se recusa a entrar na casa por conta das rachaduras. “Ele entrava e ficava mal por entender que a casa estava quebrada”.

Os advogados da HM Engenharia defendem a ideia de que o edifício está habitável, que o laudo inicial da Defesa Civil apresentava falhas e que não é possível confirmar que as causas das rachaduras e do possível desabamento estão ligadas à construtora.

Por sua vez, o perito contratado pelo condomínio, Cláudio Nóbrega de Souza, fez uma avaliação do local e chegou a outra conclusão. “Eu não posso determinar a causa, mas posso afirmar que este prédio está se mexendo”, disse ao LIBERAL.

A advogada que representa o condomínio, Sany Galvão, tem tentado negociar com a construtora o pagamento de uma indenização retroativa que possa ajudar com os custos que os condôminos tiveram.

Sany defende que os moradores deveriam ter uma ajuda no valor de R$ 2 mil mais o IPTU, e que a HM Engenharia deveria se responsabilizar pelo alojamento das famílias.

Resposta
Procurada pelo LIBERAL, a HM Engenharia respondeu que o prédio foi desinterditado pela Defesa Civil no último dia 4 de maio, está liberado para o retorno dos moradores e “não oferece risco”.

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