26 de abril de 2024 Atualizado 10:51

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Santa Bárbara

Após surto no ano passado, CCZ faz ação para evitar casos de micose felina

Santa Bárbara registrou 26 casos de doença que atinge animais domésticos; orientação ocorre em bairros com maior incidência

Por Heitor Carvalho

11 de abril de 2021, às 09h07

Agente de saúde de Santa Bárbara orienta moradora sobre a doença - Foto: Divulgação

O aumento do número de casos de animais infectados com esporotricose felina, um tipo de micose que pode ser transmitida para humanos e causar sintomas graves, tem feito o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Santa Bárbara d’Oeste alertar e orientar a população.

Desde o início de março, a Secretaria de Saúde promove uma série de ações de orientação sobre a doença. Segundo o CCZ, em 2020, foram registradas 31 notificações em animais, sendo 26 casos confirmados. Em 2021, houve oito notificações até o momento, com seis confirmações em animais.

Segundo a prefeitura, houve a notificação, por meio da Vigilância Epidemiológica, de apenas um caso de esporotricose humana no município, mas foi um caso leve, sem necessidade de internação. As notificações estão ocorrendo com mais frequência na região dos bairros Vila Linópolis, Jardim Dulce, Vila Aparecida e Vila Bética.

Durante a campanha, agentes de controle de endemias com crachá de identificação realizam visitas casa a casa, com observação de possíveis residências com acúmulo de animais, além de entrega de material informativo.

Dentre os objetivos das ações do CCZ está conscientizar a população sobre a esporotricose e incentivar o tratamento precoce dos animais doentes, além de auxiliar na identificação de acumuladores de cães e gatos e no recolhimento de animais de rua acometidos pela doença.

A esporotricose é uma doença causada por um fungo chamado Sporothrix schenckii, encontrado no solo associado a restos vegetais. Ele causa uma micose subcutânea, podendo acometer humanos e animais, principalmente gatos.

Os felinos contraem a micose ao enterrar as fezes em ambiente contaminado e ao afiar as unhas em madeiras com o fungo. A transmissão também pode ocorrer por mordidas e arranhões de outros animais doentes.

📲 Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp

Nos felinos há o aparecimento de feridas principalmente no focinho, cabeça e membros. As lesões, inicialmente pequenos nódulos indolores, evoluem rapidamente para feridas, se tornando dolorosas e com presença de secreções.

Os seres humanos também podem se infectar ao ter contato com animais doentes e ao lidar com a terra, palhas, madeiras e espinhos contaminados com o fungo. Em pessoas, as lesões também têm início com um pequeno nódulo vermelho, podendo evoluir para uma ferida.

Segundo a médica veterinária Júlia Casagrande, a doença é altamente contagiosa e o abandono dos animais infectados só torna o problema maior e mais grave.

“Se uma pessoa que tem um animal doente não tratá-lo ou simplesmente abandoná-lo, as taxas de infecção só vão aumentar. Essa doença tem que ser controlada sempre, disso a população tem que estar ciente”, explica.

Tratamento

O primeiro passo no caso de um animal de estimação estar infectado com a doença é isolá-lo dos outros animais da casa e procurar ajuda especializada imediatamente. O animal doente não deve ser abandonado.

“Em humanos, geralmente a doença apresenta os mesmos sintomas que em animais, que são as lesões cutâneas. Mas ela também pode evoluir para formas graves com lesões subcutâneas e nos vasos linfáticos”, afirma a veterinária Júlia Casagrande.

Há diferentes formas clínicas da doença, como a cutânea, que é uma lesão vermelha parecida com uma picada, que pode evoluir para uma ferida ulcerada.

A linfocutânea é a forma mais comum da doença, quando são formados pequenos nódulos, seguindo o trajeto do sistema linfático da região corporal afetada.

O tratamento consiste no uso de antifúngicos à base de itraconazol. O tratamento é prolongado e apresenta maior eficácia quando realizado precocemente, principalmente em animais.

As melhores formas de se prevenir do contágio à doença é usar luvas no manejo de animais doentes e da terra, higienizar com água sanitária o ambiente e objetos possivelmente contaminados e evitar que animais domésticos tenham acesso à rua. Em caso de óbito, o animal não deve ser enterrado, mas incinerado.

Serviço

O CCZ de Santa Bárbara está localizado na Estrada da Cachoeira, nº 1220, no bairro São Joaquim. Mais informações podem ser obtidas através dos telefones (19) 3454-4020 e 3455-6934 ou pelo e-mail ccz.saude@santabarbara.sp.gov.br

Publicidade