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Reflexo da pandemia

Transferência de alunos de escolas particulares para públicas cresce 85%

Aumento se deu em unidades estaduais de Americana, Santa Bárbara e Nova Odessa entre março e julho, durante a pandemia

Por Marina Zanaki

27 de setembro de 2020, às 08h02

Em função da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a rede pública estadual viu aumentar a procura por novas matrículas. Levantamento realizado pela Diretoria de Ensino de Americana, que inclui também as cidades de Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste, aponta aumento de 85% nas transferências da rede privada para a rede pública no municípios.

De acordo com a Secretaria do Estado da Educação, foram realizadas 145 transferências entre março e julho deste ano. No mesmo período do ano passado, foram registradas 78 transferências. A regional conta com cerca de 35 mil estudantes.

Levantamento foi realizado pela Diretoria de Ensino de Americana – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Dirigente de ensino de Americana, o professor Haroldo Ramos Teixeira avalia que os problemas financeiros enfrentados por muitas famílias provocaram esse aumento na procura pelo ensino público atualmente.

“É a primeira vez que estamos passando por isso, mas a escola pública atende todo mundo e está aberta a todos. A retenção [após a pandemia] vai depender de questões financeiras, e também como o aluno vai se sentir na escola. De qualquer forma, é uma oportunidade para as famílias conhecerem o ensino estadual”, afirmou o dirigente.

O empresário Leandro Neves, de 40 anos, havia matriculado o filho Pedro em uma escola particular. A família morava na Inglaterra e voltou recentemente ao Brasil, e o plano era começar a preparar o estudante para o vestibular.

Contudo, a pandemia mudou a programação. Por questões financeiras, foi preciso transferi-lo para a rede estadual e o aluno está matriculado na escola Professora Idalina Grandin Mirandola, na Vila Bertine.

“Foi bem frustrante porque programamos uma coisa, e foi outra. Mas, para nossa surpresa, ele conseguiu uma escola que está dando um bom suporte, tanto dos professores quanto do material didático. Está sendo muito maior do que teve na escola particular”, avaliou o empresário.

Apesar da avaliação positiva, Leandro prevê retornar à rede privada assim que for possível financeiramente.

MUNICIPAL
A analista de marketing Natália Granzotti, de 28 anos, avalia que a escola pública foi mais rápida em adaptar as atividades para o ensino remoto do que a rede privada.

Seu filho Arthur, de 5 anos, precisou ser transferido para a rede municipal após a família ver a renda diminuir em função da pandemia.

“Não estávamos conseguindo arcar e não estava sendo presencial e nem online, demorou um pouquinho até começar as aulas online [na escola particular]. Eu e meu marido chegamos ao acordo de que não conseguiríamos arcar com o custo. Matriculamos na rede pública, que já estava tendo aula online”, disse a analista.

A Prefeitura de Americana informou que identificou uma procura maior na Educação Infantil, e relacionou o aumento à perda de empregos e dificuldade financeira das famílias.

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