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Saúde Pública

Quatro anos depois, Covid se torna ‘simples’ e testagem despenca

Doença agora tem casos mais brandos e baixa procura por testes nas cidades da região; vacinação foi essencial

Por Ana Carolina Leal

17 de março de 2024, às 08h12 • Última atualização em 17 de março de 2024, às 14h46

Na última segunda-feira, 11, a pandemia da Covid-19 completou quatro anos. Durante esse período, o Brasil registrou mais de 38 milhões de casos e mais de 700 mil óbitos, de acordo com dados do SUS (Sistema Único de Saúde).

Em Americana, embora ainda haja confirmação de casos, estes têm sido menos frequentes e menos severos. Além disso, a procura por testagem diminuiu consideravelmente em comparação com os primeiros anos da pandemia.

No laboratório Pasteur, por exemplo, foram feitos apenas 12 testes de Covid em fevereiro deste ano. No mesmo período no ano passado, esse número era de 72. Em fevereiro de 2022, foram 1.249 testes realizados.

Número de testes de Covid tem sido baixo nos últimos meses – Foto: Marcelo Rocha / Liberal

O laboratório da Unicoo, da Unimed Santa Bárbara d’Oeste e Americana, identificou uma redução de 51% no número de testes nos dois primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Situação semelhante foi observada no laboratório Biolabor, em Santa Bárbara. “Até acho que o número de casos de Covid deve ser maior, mas como os sintomas são parecidos com resfriado, quase ninguém mais faz teste. No auge da pandemia, teve dia que fizemos mais de 100 exames. Hoje, faz de três a quatro”, afirma Rafael Vono, diretor administrativo do Biolabor.

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Ao longo dos quatro anos da pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou mais de 7 milhões de mortes atribuídas à Covid-19 em todo o mundo, sendo os anos de 2020 e 2021 os mais devastadores.

Em maio de 2023, a OMS declarou o fim da emergência sanitária global da pandemia, embora tenha ressaltado que isso não significava o término da doença. Apesar do encerramento do estado de emergência em saúde pública, a OMS nunca decretou o fim da pandemia. Também nunca fez previsões de quando isso poderá acontecer.

“A Covid está se tornando um quadro viral do tipo gripe ou resfriado. Nem se compara com os dois primeiros anos da pandemia. Isso ocorreu graças, principalmente, à vacinação. Estamos vendo casos da doença, mas a maioria sem a necessidade de internação. Os sintomas mais graves têm ocorrido em idosos portadores de doenças crônicas e em imunodeprimidos”, comenta Ártemis Kílaris, médica infectologista que atua no Hospital Unimed.

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Ela diz não acreditar que a Covid voltará a provocar manifestações graves como ocorreu nos dois primeiros anos. “O vírus está enfraquecido, porém, ele não desaparecerá, continuará entre nós, e talvez a vacina se torne corriqueira como é a vacina da gripe”.

Médico alerta para importância da vacinação

O médico cardiologista Marcelo Bergamo, um dos profissionais que esteve na linha de frente do combate à pandemia em Americana, afirma que atualmente as atenções estão voltadas para os casos de pacientes que contraíram a Covid-19 sem terem recebido nenhuma dose da vacina ou com esquema vacinal incompleto.

“São pessoas que não criaram uma imunidade adequada para enfrentar o vírus, por isso, acabam tendo uma maior chance de um desfecho desfavorável”, afirma.

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De acordo com o cardiologista, não houve grandes alterações no tratamento da doença, que continua a envolver o uso de alguns antibióticos, corticoides para reduzir a resposta inflamatória e anticoagulantes para prevenir situações como tromboses.

“Acredito que o pior realmente já passou, não vamos ter um cenário pelo que já passamos por conta dos avanços das vacinas, então vamos ter cada vez menos o aparecimento de casos graves ou que evoluam para o óbito ou cenário mais crítico”, avalia.

Em termos de assistência ao paciente, a pressão ocorrida entre os anos de 2020 e 2022 diminuiu consideravelmente, avalia o secretário municipal de Saúde, Danilo Carvalho Oliveira.

“Do ponto de vista clínico a doença ainda é preocupante, porém ela deixou de ser uma emergência sanitária devido às medidas de controle, principalmente a vacinação em massa, que foi crucial”, comenta.
Neste ano, segundo a prefeitura, Americana registrou dois óbitos. Em todo o ano passado, foram 34.

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