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Região

Pacientes faltam a quase um terço das consultas na rede municipal de saúde

Ausências nos agendamentos do SUS em Americana prejudicam, principalmente, especialidades como dermatologia e oftalmologia

Por Ana Carolina Leal

04 de setembro de 2022, às 08h58

Segundo a Secretaria de Saúde, 9.312 atendimentos médicos programados entre janeiro e junho, deixaram de ser realizados - Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Quase 30% dos pacientes que agendaram uma consulta na rede municipal de saúde de Americana, no primeiro semestre deste ano, não compareceram no dia e horário marcado. Isso significa que 9.312 dos 32.044 atendimentos médicos programados entre janeiro e junho, deixaram de ser realizados devido à ausência dos usuários.

As duas especialidades com maior demanda no período foram dermatologia, com 3.978 consultas e ausência de 34% (1.366) dos pacientes; e oftalmologia, com 4.249 agendamentos e 32% (1.382) de faltantes.

A Secretaria de Saúde de Americana atribui o índice de falta a diversos fatores, entre os quais, esquecimento do paciente, dificuldade na comunicação da unidade de saúde com os usuários, como número de telefone desatualizado, por exemplo, entre outras questões.

Professora do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), Marília Louvison afirma que o índice de absenteísmo nos serviços de saúde é grande e gira em torno de 30%.

De acordo com ela, várias estratégias podem contribuir para a redução desse percentual como canais ágeis de comunicação dos serviços com a população. “Claro que as faltas atrapalham os serviços e é preciso, além das melhorias tecnológicas, construir pacto solidário do SUS [Sistema Único de Saúde] com a população para que possamos reduzir isso”.

Marília, no entanto, faz uma ressalva. “Os serviços se organizam a partir dessa realidade. Fazem, às vezes, um sobre agendamento”. Para a professora, esse não é, porém, o principal problema para garantia de acesso aos serviços de saúde.

“Depende desde a efetiva defesa do SUS como política pública, até uma construção a partir dos territórios e da atenção básica da gestão da demanda e a garantia de oferta qualificada e bem distribuída da atenção especializada, com agendamento regulado a partir de classificação de risco. Ou seja, um bom sistema de saúde, com bons gestores, trabalhadores e ampla participação social”, diz. 

Sumaré tem menor índice de ausências

Entre os municípios que fizeram um levantamento a pedido do LIBERAL sobre as consultas agendadas e não realizadas devido à ausência dos pacientes, Sumaré é a que tem o menor índice de faltas na RPT (Região do Polo Têxtil).

No primeiro semestre deste ano, a cidade contabilizou 294.760 consultas agendadas nas 22 unidades de saúde de atenção primária. Em 22 mil delas, os pacientes não compareceram, o que corresponde a 7,4% de faltas. De acordo com a prefeitura do município, em média, a espera por consultas na rede pública de Sumaré é de 30 dias. “Os pacientes que faltam à consulta, em geral, alegam que esqueceram a data agendada”, informa a Secretaria de Saúde.

Em Hortolândia, o índice de absenteísmo nas consultas especializadas oscila de 10% a 20%. As que mais registram faltas são oftalmologia e ortopedia. O município diz que realiza, em média, cinco mil consultas médicas mensalmente.

A Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste conseguiu apenas informar as faltas registradas no primeiro quadrimestre. Das 58.477 consultas médicas agendadas nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e no Centro de Especialidades, cerca de 20% não foram realizadas em virtude de ausências sem justificativa.

“Em muitos casos relatados os pacientes alegam não ter comparecido à consulta por esquecer a data. E na maioria desses casos, procuram ou ligam para o serviço de saúde para tentar remarcar o atendimento. Também existem casos em que o paciente simplesmente entende não ser necessário mais passar pela consulta, no entanto não liga para desmarcá-la”, explica a Secretaria de Saúde.

A pasta destaca que as faltas sem justificativas ou aviso prévio prejudicam outros pacientes que aguardam por agendamento e poderiam ser atendidos, caso as ausências fossem comunicadas com antecedência. Nova Odessa não respondeu.

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