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PROTEÇÃO

Nova vacina contra dengue anima médicos e clínicas da região

Qdenga, do laboratório japonês Takeda Pharma, é o primeiro imunizante autorizado no Brasil para pessoas com ou sem infecção prévia

Por Ana Carolina Leal

04 de março de 2023, às 08h08 • Última atualização em 04 de março de 2023, às 08h42

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, na última quinta-feira, o registro de uma nova vacina contra a dengue, a Qdenga, do laboratório japonês Takeda Pharma. O imunizante é o primeiro liberado no Brasil para pessoas com ou sem infecção prévia. Já a vacina aprovada anteriormente, a Dengvaxia, da Sanofi Pasteur, não pode ser usada em quem nunca teve a doença.

Infectologistas de Americana avaliam como oportuna essa nova vacina e acreditam que, se aplicada em grande parte da população, contribuirá para reduzir o número de casos e mortes pela dengue. Clínicas também esperam uma maior adesão do que o imunizante fabricado pelo laboratório francês, uma vez que com a nova vacina as pessoas não precisam ter contraído a doença para tomar.

“A primeira vacina é um pouco problemática. Não se sabe bem o porquê, mas criança menor de 9 anos não pode tomar porque aumenta a chance de mortalidade ao invés de diminuir. E em pessoas com idade acima de 49 anos, não funciona. E só pode ser aplicada em que teve a doença. Portanto, a indicação é bem limitada, o que justifica a baixa procura”, afirma Arnaldo Gouveia Junior, infectologista que atua na rede privada de Americana.

O médico diz que a vantagem do imunizante Dengvaxia é que são três doses com intervalo de seis meses e durabilidade para o resto da vida. Este, aliás, é o ponto negativo da nova vacina, segundo a infectologista Ártemis Kílaris, médica do Hospital Unimed e proprietária da Clínica Vacinar, em Americana.

Ártemis Kílaris destacou a necessidade de também exterminar os focos do mosquito transmissor da doença, o Aedes Aegypti – Foto: Divulgação

“A desvantagem é que ela protege apenas por um ano após esquema de duas doses”, afirma. No entanto, enfatiza Ártemis, o imunizante Qdenga demonstrou ser superior ao antigo, uma vez que tem eficácia de 80% e pode ser aplicado em uma faixa etária mais ampla, de 4 a 60 anos enquanto a do fabricante francês é de 6 a 45 anos e com eficiência em torno de 60%.

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A infectologista acredita que a nova vacina pode contribuir com a queda do número de casos e mortes pela dengue. Mas defende que o mais importante é uma prevenção combinada, ou seja, exterminar os focos do mosquito transmissor da doença, o Aedes Aegypti, mais a vacina.

Gestora do setor de vacinas do Cincor (Centro Integrado do Coração), Andrea Calil Jorge afirma que assim que o imunizante for liberado para comercialização, estará à disposição dos clientes. “A expectativa é grande, afinal, é uma vacina que não precisa ter tido a doença para se imunizar.”

O novo imunizante deve estar nas clínicas particulares do Brasil no 2º semestre deste ano, de acordo com informações dos representantes do laboratório japonês. Ainda não há previsão de inclusão no SUS (Sistema Único de Saúde), mas o Ministério da Saúde diz que a questão é tratada como prioridade.

Casos
Em Americana, os casos de dengue caíram 52% nos dois primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. São 32 contaminações contra 67.

A queda foi ainda mais significativa em Santa Bárbara d’Oeste. O número passou de 148 para 28 na comparação com os dois primeiros meses do ano passado e deste ano, redução de 81%.

Sumaré registrou queda de 34%, com a quantidade de casos caindo de 29 para 19 no mesmo período. Hortolândia só informou as contaminações deste ano, 12, e Nova Odessa não se manifestou. Nenhuma das quatro cidades registrou mortes pela doença nos períodos comparados.

O que é preciso saber sobre a nova vacina:

  • A Qdenga é indicada para a faixa etária de 4 a 60 anos;
  • É recomendada para quem teve ou não a dengue;
  • É aplicada em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações;
  • A vacina é composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença;
  • A partir da aprovação da Anvisa, a Qdenga já pode ser comercializada no Brasil na rede privada e no SUS (Sistema Único de Saúde), caso o Ministério da Saúde decida pela sua incorporação.

Fonte: Anvisa

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