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Covid-19

Governo de São Paulo vai flexibilizar restrições em agosto

Membro do Centro de Contingência afirma ser contra a medida por conta da preocupação gerada pela variante Delta

Por Marina Zanaki

24 de julho de 2021, às 09h47 • Última atualização em 24 de julho de 2021, às 09h51

O governador João Doria (PSDB) disse que vai flexibilizar restrições para contenção da pandemia a partir de 1º de agosto no Estado de São Paulo. A informação, que já havia sido comentada como uma possibilidade pelo vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ao longo desta semana, foi confirmada pelo governador nesta sexta-feira em entrevista ao Jornal da CBN.

As restrições atuais são limite de 60% da capacidade dos estabelecimentos e funcionamento até 23h. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico disse que as flexibilizações devem ocorrer se os indicadores da pandemia continuarem caindo de forma expressiva.

“Os detalhes e se isto realmente vai acontecer só serão possíveis nas próximas semanas com os dados fechados do mês de julho”, disse a pasta.

Membro do Centro de Contingência da Covid-19, grupo que faz recomendações ao governador em relação ao combate à pandemia, o infectologista Carlos Magno Fortaleza disse ao LIBERAL que é contra novas flexibilizações nesse momento por conta da preocupação gerada pela variante Delta.

A cepa, mais transmissível e que causou uma crise intensa na Índia, teve a transmissão comunitária identificada no Estado de São Paulo.

“Temos sempre sugerido ao governador, idealmente não fazer [flexibilizações], mas caso sejam feitas, que seja com muita parcimônia, aos poucos, e com possibilidade de voltar atrás se a situação piorar”, afirmou o médico, que também é professor na Faculdade de Medicina da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu.

Fortaleza defende que sejam instituídos “gatilhos”, que facilitem o retorno rápido das restrições antes que haja uma situação de colapso.

Como exemplo desses gatilhos, ele citou crescimento rápido da variante Delta em alguma região, aumento de internações e da ocupação de UTIs.

Responsabilidade

Médica na linha de frente da pandemia na rede particular em Americana, Ártemis Kílaris avalia que as reduções significativas nas internações nas últimas semanas e o avanço na vacinação tornam possíveis novas flexibilizações. Os quatro hospitais da cidade registravam 104 internados nesta sexta, metade do total registrado no pior momento, há um mês.

“As variantes vão continuar surgindo, então acho que tem que flexibilizar e ir se adequando. Se for segurar as pessoas, comércio e restaurantes pelas variantes, não vai voltar nunca. Enquanto estiver circulando e não tiver com pelo menos 70% da população vacinada, que seria a imunidade de rebanho, as variantes vão continuar surgindo”, analisou.

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