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FOGO FREQUENTE

Em apenas cinco meses, número de queimadas na região supera 2023 inteiro

RPT registrou 211 casos até 23 de maio, contra 202 em todo o ano passado, segundo o Inpe

Por Lucas Ardito*

26 de maio de 2024, às 08h08

O número de queimadas na RPT (Região do Polo Têxtil) já é maior nos primeiros cinco meses de 2024 do que em todo o ano passado. De acordo com dados do Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a região registrou 211 focos até a última quinta-feira (23), enquanto que, em 2023 inteiro, foram 202 casos.

Neste ano, a cidade com mais queimadas é Sumaré, com 61. Em seguida, aparecem Hortolândia, com 59; Americana, com 43; Santa Bárbara d’Oeste; com 35; e Nova Odessa, com 13. De todos os municípios, apenas Santa Bárbara está abaixo do total de focos do ano passado (confira a tabela completa abaixo). 

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Em relação ao mesmo período em 2023, os números são ainda mais significativos. Somada, a região registrou um aumento de 580,6%. A maior porcentagem é de Santa Bárbara, que teve apenas um foco até 23 de maio do ano passado. Os 35 registrados em 2024 resultam em um aumento de 3.400%.

Incêndio no Recanto Vista Alegre, em Americana, no dia 21 deste mês – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Outra cidade que chegou aos quatro dígitos de crescimento no número de queimadas é Hortolândia, que registrou 1.080% mais focos no mesmo período deste ano – em 2023, havia sido apenas cinco.

Sumaré e Americana, por fim, tiveram um aumento de 580% e 290,9%, respectivamente. Nova Odessa não registrou nenhum foco até maio de 2023 e neste ano foram 13.

O coordenador da Defesa Civil de Americana, João Miletta, atribuiu o crescimento à seca que a região enfrenta. “O que acontece é o seguinte: no ano passado, apenas em janeiro, choveu 293 milímetros. Neste ano, não choveu nem 30 milímetros. A chuva está muito fraca, o ar está seco e a mata está seca, então qualquer pouco de cigarro que a pessoa jogar irá causar uma queimada”, disse. 

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“Por isso a gente pede à população que não coloque nenhum tipo de lixo caseiro em áreas de APP (Área de Preservação Permanente). Precisamos de chuva urgentemente, porque a seca está muito maior que no ano passado. O ar está com 28% de umidade, enquanto no ano passado chegava a 50%. Está perigoso. Qualquer coisa que fizer de errado vai causar fogo”, completou. 

Já o meteorologista Bruno Bainy, do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ressalta que as queimadas não acontecem de forma espontânea. Elas são iniciadas por um “fator antropogênico”, ou seja, devido às atitudes humanas. Apesar disso, entende que a seca é, sim, um facilitador dos focos. 

“A atmosfera pode contribuir no sentido de deixar mais favorável o início ou a propagação dos focos, mas não aos focos em si. Estamos há mais de um mês sem uma chuva importante na região, então já percebemos um mato mais seco, o que contribui para que os focos de queimadas comecem e se propaguem”, explicou. 

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Neste fim de semana, a região está enfrentando uma frente fria que trouxe chuvas aos municípios. Para o início da próxima semana, a expectativa é de uma nova frente fria no Estado de São Paulo, que irá manter as temperaturas baixas. Isso pode trazer novas chuvas, segundo o CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos).

Veja os números por município, segundo o Programa Queimadas, do Inpe:

MunicípioFocos em 2024 até 23/5Focos em 2023Focos em 2023 até 23/5
Americana434111
Hortolândia59195
Nova Odessa13130
Santa Bárbara35751
Sumaré615414
Região21120231

*Estagiário sob supervisão de Rodrigo Alonso

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