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TECNOLOGIA

Cepagri quer utilizar novo radar para emitir alertas para as defesas civis locais

Equipamento instalado na Unicamp permite previsões de curto prazo com maior exatidão, num raio de até 100 km

Por Gabriel Pitor

20 de outubro de 2024, às 07h58

Radar foi instalado na sede do Cepagri na última semana - Foto: Marcelo Rocha/Liberal

O Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) quer utilizar a operação de um novo radar, instalado nesta semana em sua sede no campus da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), para emitir alertas para as defesas civis locais.

O objetivo será avisar as corporações sobre condições metereológicas, como tempestades e rajadas de vento.

O equipamento foi adquirido pela Unicamp em parceria com a Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas), órgão vinculado ao Governo do Estado de São Paulo, e com a participação da Defesa Civil do Estado.

O custo total foi de R$ 4,4 milhões, sendo R$ 3 milhões do Fundocamp (Fundo de Desenvolvimento Metropolitano de Campinas) e R$ 1,4 milhão da universidade.

Nesta quinta-feira (17), o LIBERAL acompanhou etapas de testagem e configuração da tecnologia, que pesa cerca de 3 toneladas, tem 4 metros de diâmetro e foi instalada uma em torre de 10 metros de altura. Segundo o Cepagri, a expectativa é que o radar funcione a partir de dezembro de 2024, de forma experimental por um ano.

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Por meio dele, será possível fazer um diagnóstico das condições do tempo e prever situações de curto prazo, ou seja, até duas horas antes. Os dados, porém, vão além de uma simples previsão.

O dispositivo possui tecnologia de dupla polarização e emite ondas eletromagnéticas para a atmosfera, que retornam, em computadores, a quantidade de gotículas ou gotas (chamadas de hidrometeoros) em uma nuvem.

Isso significa que o centro de pesquisas conseguirá informar com melhor exatidão, por exemplo, quando e onde uma tempestade irá acontecer e com qual volume.

“O propósito do radar é detectar nuvens que tenham gotículas ou gotas de tamanho mínimo. Se tiver neve ou granizo, também será detectado. Ele permite a gente conhecer mais da estrutura das tempestades e dos impactos que elas podem ocasionar. É um monitoramento do tempo”, explicou Bruno Bainy, meteorologista do Cepagri.

Bruno Bainy, meteorologista do Cepagri – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

“É equivalente a um diagnóstico com imagem de um pronto-socorro. Lá você tem equipamentos que permitem olhar a fundo o que está acontecendo com uma pessoa, a anatomia das pessoas. Esse radar permite a gente ver a anatomia das tempestades”, completou.

Ao LIBERAL, Bruno contou que a aquisição do equipamento se tornou uma necessidade após uma forte chuva ocorrida em 2016, quando o Cepagri contava com um radar experimental. A atuação naquela oportunidade abriu os olhos da Agemcamp e da Unicamp para importância de um dispositivo do tipo.

Com o novo equipamento, que poderá detectar eventos climáticos em um raio de até 100 km – o que engloba toda a Região do Polo Têxtil, composta por Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia —, a intenção é integrar um centro de monitoramento com as defesas civis locais.

O período experimental de um ano servirá não só para atestar a eficiência do aparelho, mas também para criar protocolos de divulgação dos dados e formas de aproximação com as corporações.

“O objetivo é emitir alertas sobre condições metereológicas para as defesas civis e elas poderem fazer a prevenção ou a orientação”, apontou Bruno.

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“Conheço algumas pessoas que já foram para os Estados Unidos e elas me dizem que lá a previsão é mais precisa do que no Brasil, porque no celular chegou um SMS falando que ia chover em 20 minutos e choveu. Isso não é previsão do tempo. Eles têm uma rede de radares muito bem organizada e em operação. É o que queremos fazer aqui”, exemplificou.

Ainda conforme o meteorologista, também será estudada uma forma de divulgar essas informações ao público. Entretanto, ele destacou a necessidade de ações educativas junto à população para que ela possa entender e saber como agir diante desses dados.

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