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Na Justiça

Bill tenta vetar a divulgação de licitações e contratos

Prefeitura de Nova Odessa entra com Adin que visa barrar lei, suspensa até julgamento, que prevê maior transparência no site da administração

Por André Rossi

29 de setembro de 2019, às 08h36 • Última atualização em 29 de setembro de 2019, às 09h03

O prefeito de Nova Odessa, Benjamin Bill Vieira de Souza (PSDB), entrou com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) para que seja declarada inconstitucional a lei sancionada pela câmara que prevê a divulgação no site da prefeitura de licitações e contratos celebrados, incluindo os editais.

Uma liminar foi concedida pelo relator do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), Antonio Carlos Malheiros, em 15 de agosto, e suspendeu os efeitos da lei até o julgamento da Adin.

Foto: Arquivo / O Liberal
Prefeito vetou, mas Câmara derrubou o veto

Atualmente, o portal da transparência do governo Bill traz a relação de licitações e contratos, mas não disponibiliza arquivos PDF ou de texto com a íntegra, apenas informações como a modalidade de licitação, fornecedor e valor. A maioria também não cita o objeto da licitação, ou seja, o que a empresa contratada vai realizar.

O projeto de lei é de autoria da vereadora Carla Lucena (PSDB) e foi sancionado pelo presidente da câmara, Vagner Barilon (PSDB), em 16 de julho deste ano depois dos vereadores derrubarem de forma unânime o veto do prefeito ao texto. Uma das justificativas do Executivo é de que isso poderá acarretar gastos para o município.

“Fica notório o vício de iniciativa, porque o Legislativo está ordenando condutas e criando atribuições em relação ao Executivo, além disso, a legislação, no caso, acaba se tornando equivalente a um próprio ato de gestão. (…) A inovação implica uma disponibilidade de recursos humanos e materiais para concretização da lei, acarretando gastos sem a específica indicação de fonte de custeio”, apontou a prefeitura na Adin.

A câmara apresentou contestação ao processo e argumentou que eventuais despesas, se existentes, “seriam de valor insignificante para o município, uma vez que o portal já existe”. O documento pede que a Adin seja julgada improcedente.

Autora do projeto, Carla relata que a falta de divulgação dos editais prejudica a fiscalização dos parlamentares. Além de não ter acesso aos documentos pelo portal da transparência, o acesso através de requerimentos também seria dificultado.

“Na maioria dos nossos requerimentos pedindo cópia de contrato, a prefeitura responde que o ‘contrato está à disposição no departamento tal, não foi possível enviar cópia pois estamos com corte de gastos’. Nosso trabalho fica muito prejudicado”, avaliou Carla.

A Prefeitura de Nova Odessa foi questionada sobre o caso, mas não respondeu.

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