19 de abril de 2024 Atualizado 22:42

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Política

Filho de Alckmin dará nome a avenida em Hortolândia

Homenagem parte do prefeito Perugini, ex-petista, e mostra como a cidade vem se distanciando da imagem de 'reduto do PT'

Por André Rossi

02 de junho de 2019, às 08h38

Uma nova avenida que será construída sob a recém-inaugurada Ponte da Esperança, em Hortolândia, será batizada com o nome de Thomaz Alckmin, filho do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que morreu há quatro anos em um acidente aéreo. A homenagem partiu do prefeito da cidade, Angelo Perugini (PDT), e foi anunciada pelo atual governador João Doria (PSDB) na última quinta-feira.

O ato ilustra o quanto a Hortolândia de 2019 se distanciou daquela que, em 2014, impôs a única derrota de Alckmin na eleição para governador entre todas as cidades do Estado. Na época, o município ficou conhecido como o “último reduto petista” no Estado.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
João Doria e Angelo Perugini se abraçam durante a inauguração da Ponte da Esperança

Após uma série de escândalos e denúncias envolvendo o partido em âmbito nacional, o PT perdeu força progressivamente em toda a região. E Hortolândia não foi exceção. A primeira “perda” na cidade, entretanto, foi em 2016, quando o então deputado estadual Perugini decidiu deixar o partido por desavenças com o seu apadrinhado político Antonio Meira (PT), então prefeito da cidade. Durante os oitos anos de Perugini como chefe do Executivo local (2005 a 2012) Meira ocupou diversas secretarias e foi o sucessor natural.

No mesmo ano, Perugini vai para o PDT, se candidata a prefeito e vence Meira, colocando fim a um período de 12 anos de poder de um mesmo partido na cidade, algo inédito na RPT (Região do Polo Têxtil) desde a redemocratização, como mostrou O LIBERAL à época.

No ano passado, no primeiro turno da eleição para governador, João Doria venceu em Hortolândia com 26,16% dos votos válidos, contra 22,16% do petista Luiz Marinho. Além disso, a deputada federal Ana Perugin (PT) não conseguiu se reeleger e ainda viu sua votação despencar em sua própria cidade: de 48.555 votos em 2014 para 15.123 em 2018.

Para o presidente do PT em Hortolândia, Edvaldo Cardoso, o partido ainda tem força na cidade, vide os votos para Marinho em 2018. Ele acredita que a homenagem a Thomaz Alckmin é reflexo da mudança de “ideologia” de Perugini. O petista também criticou a quantidade de obras na região que levam nomes de pessoas ligadas ao PSDB.

“É o Rodoanel Magalhães Teixeira, Corredor Metropolitano Biléo Soares, Hospital Mário Covas. Tudo é PSDB. Agora, o prefeito (Perugini) nunca homenageou ninguém de fora do PT, mesmo quando estava no PT. Acredito que se fosse em um governo do PT, o PT não faria isso”, afirmou Cardoso.

De acordo com a Prefeitura de Hortolândia, a nova avenida será construída desde a região que passa sob a Ponte da Esperança até a Vila Real, paralela à linha férrea. A obra será licitada em 30 dias.

Ideologia

Durante a inauguração da Ponte da Esperança, conhecida popularmente como Ponte Estaiada, Doria fez o anúncio da nova avenida e repassou os agradecimentos de Alckmin para Perugini.

“Mandou um abraço sensibilizado, inclusive com o seu gesto de nomear uma avenida dessa região com o nome do Thomaz, o filho dele. Um gesto de grandeza do prefeito e eu assumo o compromisso, Angelo, desde já, de vir com o Alckmin para inaugurar a avenida”, disse Doria.

Durante sua fala, o governador também afirmou que os “interesses da população” estavam à frente de “interesse partidário ou de qualquer discussão ideológica”. O discurso foi endossado por Perugini.
“Eu não tenho partido. Aqui era governador João Doria, não me interessa de onde é, e estava com o prefeito Perugini representando Hortolândia. Só isso, mais nada”, garantiu o pedestista.

Perugini ainda agradeceu ao governo Meira por ter dado continuidade às obras da ponte, mas considerou que houve falta de diálogo com o Estado à época.

“Faltou (ao governo Meira) a relação com o Governo do Estado para concluir a obra. A gente nunca pode dizer que teve algum problema porque são circunstâncias políticas e históricas. Você não pode dizer ‘foi errado’, ‘foi certo””, opinou.

Publicidade