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Violência

Com 68 casos, Americana tem recorde de registros de estupro em 2023

Residências e vias públicas aparecem entre locais com maior número de ocorrências, segundo dados divulgados pela SSP-SP

Por Ana Carolina Leal

27 de janeiro de 2024, às 08h00 • Última atualização em 27 de janeiro de 2024, às 09h46

Americana teve 68 casos de estupro registrados pela polícia em 2023, maior número desde o início da série histórica, segundo estatísticas divulgadas nesta sexta-feira (26) pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo).

A série histórica começou em 2001, quando foram registrados nove estupros em Americana. Em 2009, a legislação sobre o crime mudou e passou a considerar estupro qualquer ato sexual praticado sem consentimento, como um toque íntimo, por exemplo, e não apenas a conjunção carnal.

Delegacia de Americana – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Dos 68 casos ocorridos no ano passado, 47 foram de estupro de vulnerável, contra crianças e adolescentes menores de 14 anos. Uma análise em dados de boletins de ocorrência disponibilizados pela SSP mostra que, do total de registros, 43 teriam ocorrido em locais residenciais, quatro em estabelecimentos de ensino, um em estádio ou ginásio, dois em terrenos baldios e seis em via pública. Além disso, 12 foram comunicados por unidades de saúde.

A promotora de Justiça da Infância e Juventude de Americana, Renata Calazans Nasraui, classifica os números como assustadores. De acordo com ela, o que chama atenção é o local da ocorrência. “Pesquisas realizadas pela Unicef [Fundo das Nações Unidas para a Infância] mostram que a violência está dentro de casa, praticada por aquelas pessoas com as quais a criança e o adolescente têm laços de confiança e que deveriam protegê-los”, afirma.

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Para a promotora, a alta dos casos registrados no município é reflexo da legislação 13.431/17, que trouxe obrigações ao poder público para organizar o sistema de garantias de direitos das crianças e adolescentes.

Renata acredita que, por meio desta lei, a rede de proteção de Americana encontra-se cada vez mais preparada e capacitada para identificar sinais de violência nesta faixa etária.

Apesar do aumento dos registros, sabemos que esses crimes ainda são invisíveis e se acumulam em meio ao silêncio da sociedade. Por isso a importância em se investir em políticas públicas voltadas à prevenção”, destaca.

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Delegado titular da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Americana, José Donizeti Melo afirma que esse aumento no número de registros de estupros pode ser resultado da conscientização e informação.

“As políticas públicas do município também têm surtido efeito positivo. Em 2020 começou a valer em Americana o protocolo de atendimento para crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência, o que repercutiu na rede como um todo, nas esferas da saúde, educação e nas famílias”, explica.

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Melo enfatiza que a violência, infelizmente, sempre existiu, mas antes nem todos os casos eram registrados.

Assim como em Americana, o número de estupros registrados pela polícia no Estado de São Paulo é o maior da série histórica. Foram 14.504 casos em 2023. No início da série foram registrados três mil estupros.

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