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ECONOMIA

Unicamp injeta R$ 13,8 bi na economia da região de Campinas, aponta estudo

Dados mostram como as atividades da universidade de Campinas afetam a economia local, do consumo à geração de emprego

Por Milton Paes

24 de fevereiro de 2021, às 18h20

Um estudo realizado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) revelou um impacto social e econômico significativo nas regiões onde está instalada por meio de empregos qualificados e receita. Em 2019, o impacto total da universidade na região de Campinas foi de R$13,8 bilhões em termos de PIB (Produto Interno Bruto).

O estudo foi feito através da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), em parceria com os institutos de Economia e Química da Unicamp e divulgado pela agência Bori.

Os dados evidenciaram que os desdobramentos socioeconômicos associados apenas às despesas da Unicamp com servidores, investimentos e compras de bens e serviços e ao consumo dos alunos geraram um impacto de R$ 6,4 bilhões, o equivalente a 9,8% de todo o PIB de Campinas em 2019.

As atividades da universidade resultaram na criação de 100 mil vagas de emprego geradas, de forma direta e indireta, pela instituição em 2019.

O número leva em conta o impacto das 717 empresas-filhas da Unicamp atualmente ativas no mercado. Criadas por egressos, ex-alunos e ex-professores da universidade, essas empresas geraram mais de 30 mil empregos diretos e R$ 8 bilhões em receita em 2019.

Uma das coordenadoras do estudo, Teresa Dib Zambon Atvars, aponta a importância do papel da Unicamp.

Imagem aérea mostra o campus da Unicamp em Campinas – Foto: Divulgação/Unicamp

“Um dos grandes achados do estudo foi evidenciar a importância da universidade na geração de emprego e renda. É toda uma cadeia de renda/consumo e produção que se espraia pela sociedade e vai promovendo o desenvolvimento”, diz.

Matriz-insumo

O estudo estimou o impacto socioeconômico da atividade da Unicamp por meio da análise da chamada matriz insumo-produto, que identifica as conexões de uma atividade sobre os demais setores da economia.

A partir da descrição da origem e do destino da produção de cada área, esse instrumento permite conhecer os fluxos de bens e serviços produzidos a partir de determinado setor da economia e medir, assim, os impactos das mudanças na economia.

O economista da Unicamp e um dos autores do estudo, Mariano Laplane, destaca como os professores, funcionários e suas famílias e os alunos interagem no fluxo econômico. 

“No caso da universidade, os professores, funcionários e suas famílias, assim como os alunos, adquirem bens e serviços: compram comida no mercado, alugam imóveis, buscam entretenimento etc. Isso leva a uma série de atividades em uma cadeia produtiva, pois outros setores econômicos são acionados – desde a produção do insumo até seu transporte e comércio. E esse complexo processo acaba gerando mais emprego e mais renda”, explica

A pesquisa também avaliou o “efeito-diploma” na região, ou seja, ao aumento das oportunidades de emprego e dos rendimentos de trabalhadores com ensino superior completo.

“Os dados mostram claramente que os profissionais que possuem graduação têm uma renda maior do que aqueles que possuem apenas o ensino médio. E essa renda aumenta ainda mais com uma pós-graduação. Então o estudo também mostra que a universidade, entre muitas outras contribuições, colabora também para melhorar a renda e, consequentemente, a qualidade de vida”, diz Teresa.

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