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Americana, 149 anos

As contribuições dos clubes de serviços na história de Americana

Por décadas, Rotary e Lions são protagonistas de causas sociais no município; conheça como funcionam

Por Jucimara Lima

27 de agosto de 2024, às 09h39 • Última atualização em 27 de agosto de 2024, às 12h47

Apesar de muitas pessoas confundirem e tantas outras acreditarem tratarem-se da mesma coisa, os clubes de serviço Lions Clube e Rotary Club são instituições internacionais diferentes, com alguns objetivos em comum: contribuir voluntariamente e sem fins lucrativos com projetos humanitários que possam promover ações impactantes e transformadoras para a comunidade.

Festa promovida pelo Lions Clube Americana Norte, em 1972 – Foto: Divulgação

Atualmente, Americana conta com oito clubes de serviços, sendo dois Lions: Lions Clube Americana Centro e Lions Clube Americana Norte; três Rotarys: Rotary Club de Americana, Rotary Club Americana Integração e Rotary Club Americana Ação; além do Interact Club de Americana, Rotaract Club de Americana e Rotaract Club de Americana Ação. Conheça como cada um deles funciona.

Rotary Club Internacional

O Rotary é uma instituição humanitária internacional centenária, presente em mais de 200 países. “Para aqueles que querem ajudar através do voluntariado, o Rotary oferece os meios de fazê-lo de maneira eficiente e efetiva”, comenta o professor Flávio Roberto Nascimento, de 51 anos, rotariano há seis e atual presidente do Rotary Club de Americana.

Rotary Club Internacional – Foto: Divulgação

Flávio explica que a principal função do Rotary é realizar ações de impacto humanitário nas comunidades nas quais estão inseridos. “Trabalhamos para atender as demandas que não são atendidas pelo poder público.”

A atuação do Rotary é baseada no que eles chamam de “Áreas de Enfoque”, que incluem: consolidação da paz, prevenção e tratamento de doenças, água e saneamento básico, saúde materno-infantil, educação básica, desenvolvimento econômico e meio ambiente. Em todo o mundo, o grande destaque do Rotary é o projeto “End Polio Now”, campanha de prevenção à poliomielite.

O futuro dos clubes

Braços do Rotary Internacional voltados aos jovens, o Interact (adolescentes de 12 a 17 anos) e o Rotaract (18 a 30 anos) são clubes de serviço que incentivam o desenvolvimento da liderança pelo trabalho voluntário. Em Americana estão em atuação o Interact Club de Americana, o Rotaract Club de Americana e o Rotaract Club Americana-Ação.

Interact (adolescentes de 12 a 17 anos) e o Rotaract (18 a 30 anos) são clubes de serviço que incentivam o desenvolvimento da liderança pelo trabalho voluntário – Foto: Divulgação

“Oferecemos oportunidades em projetos e eventos que ajudam a desenvolver habilidades como autonomia, trabalho em equipe, oratória e gerenciamento de responsabilidades”, diz Maria Eduarda de Fátima Lemos, 20, presidente do Rotaract Club, que possui sete associados.

Ana Paula Genebra, 30, preside o Rotaract Club Americana-Ação. “Seguimos os valores do Rotary Internacional, que nos guiam na defesa de diversas causas sociais, todas voltadas para a construção de um mundo mais justo, igualitário e sustentável para todos”, explica.

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A estudante Daniella de Oliveira Ramanho, 15, presidente do Interact Club, com nove membros, diz que a entidade está sempre disposta a ajudar qualquer pessoa. Ela defende a postura do associado.

“Na minha visão, não adianta nada o interactiano estar presente em várias ações comunitárias, mas fora delas ser uma pessoa egoísta que não se importa com as pessoas ao seu redor”.

Rotary Club de Americana

Fundado em 1944, o Rotary Club de Americana trabalha principalmente com campanhas de vacinação, além de iniciativas de prevenção à saúde mental e suicídio, desenvolvimento de liderança de jovens e intercâmbio estudantil, entre outros serviços comunitários.

Em 2024, o Rotary Club de Americana, que é o clube de serviço mais antigo em atuação na cidade, celebrou 80 anos. “Parte importante da história de Americana passa pelo nosso clube. Foram inúmeras realizações importantes, como a doação de ambulâncias e equipamentos hospitalares, ações comunitárias para comunidades carentes e, principalmente, a quase erradicação da poliomielite”, aponta Flávio Nascimento.

Rotary Club de Americana – Foto: Divulgação

Entre as ações históricas, destacam-se campanhas de testagem de hepatite B, distribuição de lanches comunitários em escolas, arrecadação de agasalhos no inverno e de brinquedos para o Dia das Crianças, entre outras.

“O Rotary foi a primeira instituição humanitária na região a aplicar testes de Covid-19 em idosos em diversos lares de Americana, fazendo o diagnóstico e auxiliando a Secretaria de Saúde a mapear os casos”, ressalta o presidente. Atualmente, o Rotary Club de Americana possui 15 associados.

Rotary Club Americana Integração

Fundado em 1978, o Rotary Club Americana Integração é atualmente presidido pela assistente social Tania de Oliveira Moura, de 46 anos. Para ela, atuar em um clube de serviço está alinhado ao lema rotariano: “dar de si antes de pensar em si”. “Cada companheiro atua na transformação da sociedade, prestando serviço voluntário. Cada um, em sua profissão ou área de atuação, presta trabalho voluntário com a intenção de promover impactos e mudanças duradouras”, diz.

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A presidente explica que, no Rotary Club Americana Integração, a principal causa social é o empréstimo de cadeiras de rodas e de banho para a população, em forma de comodato e sem custo diário. Mais de 500 famílias são beneficiadas. Atualmente o Rotary Club Americana Integração possui oito membros associados.

Rotary Club Americana Ação

O Rotary Club Americana Ação foi fundado em 2017 e atualmente conta com a participação ativa de 26 membros. Presidido pelo advogado Eder de Britto, de 48 anos, sua atuação está focada nas causas do meio ambiente, educação e vacinação.

Entre os projetos em andamento está uma campanha para a arrecadação de fundos para vacinação, na qual as crianças são levadas de trenzinho para o “Dia D”, além do projeto “Geladoteca Francisco Carlos Napoleão”. “Oferecemos dez pontos onde as pessoas podem pegar livros para leitura de forma gratuita”, explica o presidente.

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Outras duas ações destacadas pelo advogado são a contribuição com a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Americana e a criação do Bosque PCD (Pessoa com Deficiência), que leva o nome do clube. “No mês passado, o bosque completou um ano e, com a ajuda de crianças PCDs, plantamos 150 árvores.”

Lions Clube Americana Centro

Com mais de 100 anos de atuação no mundo, o Lions Clube Internacional nasceu com o objetivo de promover o entendimento entre as pessoas em uma escala internacional, atender a causas humanitárias e promover trabalhos voltados a comunidades locais.

Em Americana, já tivemos mais unidades do clube de serviços, contudo, atualmente funcionam o Lions Clube Americana Centro e o Lions Clube Americana Norte, ambos com 33 associados.

Fundado em 12 de abril de 1955, o Lions Clube Americana Centro tem como foco a manutenção do CPC (Centro de Promoção à Cidadania da Pessoa com Deficiência Visual).

Parte dos membros atuais do Lions Clube Americana Centro – Foto: Leonardo Matos / Liberal

Com mais de três décadas de atendimento gratuito à população de todas as idades, o CPC presta atendimento fixo de segunda a sexta-feira para cerca de 40 usuários, totalizando mais de 100 pessoas por mês.

De acordo com o advogado Antônio Ventura Júnior, 56, atual presidente do CPC, os serviços são personalizados e vão desde oferecer autonomia, como aprender a cozinhar ou arrumar uma cama, até ensinar mobilidade e Braille.

Para o presidente do centro, o maior desafio é também seu maior objetivo. “Queremos aumentar a quantidade de atendimentos, mantendo o nível de excelência.”

Baile de debutantes promovido pelo Lions Clube Americana Centro – Foto: Divulgação

Integrantes ativas do CPC desde sua implantação, as aposentadas Silvia Rondelli, 79, e Maria de Lourdes Bellan, 79, contam que trabalhar com deficientes é uma lição de vida. “Eles possuem tanta força que a gente aprende muito com eles”, afirmam.

REPRESENTATIVIDADE

Desde que passou a trabalhar na cidade, o Lions sempre foi uma das instituições mais produtivas no que diz respeito a ações sociais.

“Quando um prefeito de qualquer cidade do mundo onde haja Lions decreta estado de calamidade, o clube de serviços daquela cidade tem o direito de requerer da Fundação Lions 10 mil dólares para serem utilizados no atendimento à população que foi afetada pela catástrofe”, explica o advogado Katrus Santarosa, 52, atual presidente do Lions Clube Americana Centro.

Muito antes de se tornar referência nacional na promoção de cidadania para pessoas com deficiência visual, o clube de serviços americanense já contribuía significativamente com as mais diversas causas, como a doação de enxovais para bebês em situação de vulnerabilidade social, campanhas de arrecadação de fundos para a manutenção de várias entidades da cidade, entre muitas outras iniciativas e causas sazonais.

Para isso, uma das principais ferramentas do Lions sempre foram as realizações de eventos, como os famosos Bailes de Debutantes das décadas de 60, 70 e 80, as participações na Festa das Nações e a icônica Festa Alemã, evento que até hoje é realizado com sucesso.

Lions Clube Americana Norte

Fundado em 14 de maio de 1969, o Lions Clube Americana Norte tem como foco a manutenção do CDA (Centro Lions de Diagnóstico Auditivo). Inaugurado em 2006, o centro nasceu com a finalidade de prestar atendimento na área da audiologia.

Parte dos membros do Lions Clube Americana Norte – Foto: Marcelo Rocha / Liberal

Antes da implantação do CDA, o Lions Norte se dedicava a outras causas sociais, como campanhas de arrecadação de alimentos. De acordo com Maria Aparecida Marin Campari, comerciante, de 79 anos, o Lions Norte foi responsável pela fundação de uma importante entidade da cidade, a Apam (Associação de Promoção e Assistência de Americana), recorda.

Além disso, o Lions Clube Americana Norte é padrinho do Lions Clube de Nova Odessa, que se envolve ativamente nas campanhas de doação de sangue.

Ao longo da história do Lions, grandes eventos beneficentes movimentaram a sociedade, como as participações nas Festas das Nações, desfiles de moda, campanhas de venda de sobremesas, arrecadação de alimentos em prol a asilo, ações de Páscoa para crianças de escolas municipais, Festa Portuguesa, a famosa bacalhoada, além do Bingo Musical, um evento mais recente, mas que hoje é um dos que mais atraem público.

Eu estou aqui porque sempre gostei disso. Tem sempre algumas coisinhas, é igual clube de futebol, você não agrada a todos, mas fizemos o nosso melhor” – Marílio Suzigan, sócio-fundador, 86, e membro atuante até hoje do Lions Clube Norte – Foto: Marcelo Rocha / Liberal

SOBRE O CDA

Desde sua criação, o CDA ajudou a transformar a vida de incontáveis usuários, oferecendo atendimento gratuito através de exames com equipamentos de diagnóstico, além de coleta e doação de aparelhos auditivos.

Embora a ajuda já impacte a vida de muitas pessoas, a ideia do atual presidente do Lions Clube Norte, o gestor ambiental Ricardo Luis Alves, 48, é a ampliação do projeto. “No ano passado, fizemos 180 atendimentos gratuitos para a população e doamos 16 aparelhos auditivos. Nosso objetivo é aumentar esses números.”

Entre as iniciativas para conseguir isso está a busca por aumentar o número de associados e fundar um Leo Clube. “O Leo Clube é um projeto do Lions Internacional destinado aos adolescentes e ajuda a criar na mentalidade dos mais jovens a importância do servir.”

A atual presidente do CDA, Silmara Scuro, 63, comerciante, concorda com o presidente e trabalha para conquistar o objetivo. “Estamos fazendo o possível”.

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