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AMERICANA, 149 ANOS

Subseção da OAB em Americana tem mais de 2 mil advogados inscritos

Cidade é uma das que têm o maior número de profissionais no Estado de São Paulo

Por João Colosalle

27 de agosto de 2024, às 10h01 • Última atualização em 27 de agosto de 2024, às 11h30

A advocacia sempre foi uma classe atuante na história de Americana. Dela, surgiram diversos protagonistas, por exemplo, da política na cidade. Um dado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), entretanto, evidencia ainda mais a presença local dos profissionais. A subseção americanense tem, hoje, cerca de 2 mil advogados inscritos.

No Estado de São Paulo, a cidade é uma das com o maior número de advogados em relação à população. Tem mais inscritos, por exemplo, do que municípios bem mais populosos, como Diadema, Mauá, Limeira e Sumaré.

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Para o atual presidente da subseção da OAB de Americana, Melford Vaughn Neto, a forte presença da advocacia na cidade pode ser explicada, dentre outros fatores, pela disponibilidade de cursos de direito na região.

Melford Vaughn Neto, presidente da subseção da OAB em Americana – Foto: Junior Guarnieri – Liberal

“Eu acho que uma das coisas que incentivaram muito foram as duas faculdades de Americana. Acho que isso foi um divisor de águas para o crescimento do número de advogados”, disse Melford, em relação ao Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo) e à FAM (Faculdade de Americana), duas das mais procuradas pelos estudantes que deixam o ensino médio.

Na FAM, o curso de direito teve a primeira turma em 2007. Waldomiro Rizato, professor e coordenador do curso na faculdade, diz ver o interesse de estudantes pela área também por conta das opções de carreira que ela permite, tanto no serviço público quando no âmbito privado, o que motivaria uma adesão maior do que em relação a alguns outros cursos.

Na FAM, estudantes do curso de direito simulam Tribunal do Júri – Foto: FAM/Divulgação

“Eu sempre digo que, ao optar pelo curso de direito, o aluno já delineou uma carreira de sucesso, pois o curso abre portas que outros cursos não permitem. A região de Americana é muito próspera e, naturalmente, atrai o exercício profissional. O aluno bem formado encontrará um mercado com inúmeras oportunidades e rentável”, comentou ao LIBERAL.

Atuação histórica

A advocacia começou a ganhar força em Americana em meados da década de 50, quando a cidade se tornou uma comarca e deixou de depender do Poder Judiciário de Campinas, o que fazia com que os profissionais se concentrassem na metrópole.

Na época, a chegada de um advogado no município deu início a uma organização da classe. Convidado por industriários locais, em 1957, Sahid Maluf deixou Bauru, a 220 quilômetros de Americana, onde advogava e dava aulas, para se mudar e atuar na cidade que já era conhecida pela prosperidade industrial e pelo apelido Princesa Tecelã.

Miguel Alfredo Malufe Neto, um dos mais antigos advogados em atuação em Americana – Foto: Leonardo Matos/Liberal

Com a ajuda de advogados que já militavam em Americana, foi criada a primeira associação da classe na cidade. Mais tarde, em 1973, a entidade deu espaço para a oficialização da 48ª Subseção da OAB.

Miguel Alfredo Malufe Neto, presidente da OAB em Americana em três ocasiões, se lembra com clareza dos passos do pai na advocacia americanense. Em 1964, ele passou a acompanhá-lo e se tornou parte do escritório, que mais tarde se tornaria Malufe Neto Advogados Associados.

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Com 82 anos, sendo 60 deles dedicados ao direito, Malufe Neto também cita a presença das faculdades locais como um atrativo para a formação de tantos advogados. Mas lembra ainda questões históricas e socioeconômicas, como a industrialização de Americana, acentuada a partir da década de 70.

As relações trabalhistas entre os empregados e os donos de indústrias bem como crises econômicas nas décadas seguintes levaram uma busca maior por Justiça, o que demandou, consequentemente, serviços advocatícios. 

Desde então, o exercício da advocacia sofreu profundas mudanças, em grande parte, provocadas pela digitalização dos processos. Em uma sala repleta de livros da área jurídica no escritório na esquina da Avenida Brasil com a Rua Florindo Cibin, Malufe Neto conversou com o LIBERAL por cerca de uma hora.

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Falou sobre a história da advocacia na cidade, lembrou disputas jurídicas e elencou os prós e contras de um modelo mais impessoal e mercadológico de se advogar. Ainda assim, tendo passado do balcão dos cartórios para os despachos virtuais, não se vê em outro ofício.

“Eu estou na profissão por amor. Realmente, é onde eu me sinto bem trabalhando”, contou Malufe Neto, cujos três filhos também são advogados. “Eu aprendo com eles e eles aprendem com a minha experiência.”

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