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AMERICANA

PM ‘quebra’ comércio irregular de combustíveis em chácara

Dois caminhoneiros acabaram flagrados e confessaram as irregularidades; chácara no Monte Verde, próximo ao Milton Santos, era equipada para o esquema

Por André Rossi

19 de junho de 2019, às 00h24 • Última atualização em 19 de junho de 2019, às 00h41

A PM (Polícia Militar) de Americana estourou na tarde desta terça-feira (18) um esquema de comércio ilegal e adulteração de combustíveis em uma chácara do bairro Monte Verde, em Americana. Dois caminhoneiros foram flagrados deixando o local e admitiram as irregularidades, segundo os policiais.

Além dos motoristas, quatro pessoas que estavam na chácara foram conduzidas para a CPJ (Central de Polícia Judiciária) na noite desta terça, incluindo o filho do proprietário do imóvel, que teria admitido saber do esquema, teoricamente mantido por seu pai.

Um engenheiro ambiental que estava analisando as instalações também foi conduzido. Um suspeito conseguiu fugir; ele já foi identificado e, segundo a PM, tem passagem por adulteração de combustível.

De acordo com Bruno Biffi, 1º tenente da PM de Americana, os policiais estavam em patrulhamento quando visualizaram os dois caminhões deixando a chácara, por volta das 16h30. Um dos caminhoneiros tinha carregado os quatro tanques com gasolina na Replan (Refinaria de Paulínia) e seguia para entregar em dois postos de Santa Bárbara d’Oeste.

Foto: Guilherme Magnin / O Liberal
Chácara fica no bairro Monte Verde, próximo ao Assentamento Milton Santos

No meio do caminho, ele acionou um bloqueador de sinal para que seu empregador não soubesse do desvio. Foram retirados 20 litros de gasolina de cada um dos quatro tanques, que foram completados com água. O combustível foi vendido por R$ 2,50 o litro.

Já o condutor do outro caminhão, que estava com álcool e seguia para Americana, apontou que conseguia fazer a “sangria” sem estourar o lacre. Ele vendia a R$ 1,40 o litro. Um terceiro caminhão apreendido já estava na chácara para comprar óleo diesel.

Foto: Guilherme Magnin / O Liberal
Ao todo, sete pessoas foram conduzidas à CPJ de Americana

Biffi explicou que o combustível era armazenado em tambores na chácara, que ainda tinha um tanque aéreo para óleo diesel. “Possivelmente pode ser vislumbrado, além do crime ambiental pelo armazenamento ilegal, o crime contra economia popular, que seria o comércio irregular de combustível”, afirmou Biffi.

O outro lado 

De acordo com o advogado Luiz Roberto dos Santos, que representa o engenheiro que estava na chácara, seu cliente foi contratado para regularizar uma “situação relacionada a um tanque externo”. O profissional teria intermediado a obtenção de um laudo na Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

 “Hoje ele esteve no local para entrega do laudo e recebimento dos honorários”, disse Luiz, que garantiu que seu cliente não sabia de nenhuma possível irregularidade.

“Se tivesse algum conhecimento, pela entrevista q fiz com ele, jamais estaria no local. E também nós não sabemos se tem alguma coisa ilícita no local, até mesmo porque está em fase de instauração do boletim de ocorrência”, afirmou.

O dono dos postos em Santa Bárbara d’Oeste que receberiam a gasolina foi até a CPJ na condição de vítima. Ao LIBERAL, ele disse que o motorista era seu funcionário, mas preferiu não comentar o caso porque ainda não tinha sido informado dos detalhes da ocorrência.

Já a advogada do filho do proprietário da chácara preferiu não gravar entrevista antes da conclusão da ocorrência. O dono do imóvel não compareceu ao local até 22h30. O caso ainda era apresentado na CPJ no momento da publicação desta matéria e não havia confirmação de como seria enquadrado.

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