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Americana

‘Não acho que seja a hora de criar secretarias’, diz Omar

Ex-prefeito faz ressalva sobre ideia do governo de Chico Sardelli prevista para 2022

Por Ana Carolina Leal

16 de maio de 2021, às 08h44 • Última atualização em 16 de maio de 2021, às 08h45

Omar Najar, que governou Americana de 2015 a 2020; ex-prefeito alerta para gastos públicos - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal

O ex-prefeito de Americana, Omar Najar (MDB), diz discordar da ideia do atual chefe do Executivo, Chico Sardelli (PV), de criar mais três secretarias em 2022, previstas pela prefeitura no PPA (Plano Plurianual) apresentado no final de abril.

“Fiz uma luta para reduzir de 22 para 12 secretarias e hoje a prefeitura não tem nem espaço físico para criar mais pastas. E acho que não é hora, o município ainda está em crise, tem a pandemia que acaba influenciando na arrecadação. O aconselhei a não fazer nada por enquanto”, afirmou, Omar, cujo segundo mandato se encerrou em dezembro, dando lugar ao nome que apoiou nas eleições do ano passado.

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Em conversa com o LIBERAL na última sexta-feira, o ex-prefeito afirmou ainda que a criação de mais três secretarias vai pesar no caixa da prefeitura. “Não é só o aumento do valor do salário dos secretários, tem o pessoal que vai trabalhar nas secretarias também”.

A prefeitura, por sua vez, afirmou em resposta ao LIBERAL, no dia 3 de maio, que a previsão de aumento de despesas com as três novas pastas é zero, pois são unidades já existentes que se tornarão secretarias, levando consigo os orçamentos que elas já têm nas pastas em que estão abrigadas atualmente.

“Os únicos novos cargos a serem criados são os dos três secretários, o que é inevitável. Ocorre que as novas pastas tornam o trabalho mais apropriado, com melhor separação institucional e maior dedicação aos temas referentes a cada área”, afirmou.

Atualmente, a administração municipal conta com 15 secretarias. Pelo PPA, a intenção da prefeitura é implantar uma Secretaria de Desenvolvimento Econômico, uma de Comunicação e Tecnologia da Informação e uma de Gestão de Convênios. No documento, consta que o orçamento previsto para as três pastas entre os anos de 2022 a 2025 é de R$ 23,7 milhões. Desse total, R$ 6 milhões seriam destinados no primeiro ano de criação das secretarias.

“O Chico está procurando acertar, mas ele tem que seguir uma norma mais justa e apertada porque se começar a abrir a mão, não conseguirá manter a situação que deixamos no caixa da prefeitura”, enfatizou Omar. Ele disse ter deixado um saldo positivo de R$ 56 milhões na administração municipal.

Procurado pelo LIBERAL, Chico reafirmou que a criação das pastas não impactará necessariamente em um aumento de despesa, já que são setores que já existem, com orçamentos próprios e equipe. “A única mudança inevitável será a nomeação de três secretários”, comentou o atual prefeito, via assessoria de imprensa.

“Sempre respeitando a opinião do ex-prefeito Omar, as secretarias serão criadas se houver condições para que isso aconteça. Passa por isso a situação econômica de Americana e do Brasil”, afirmou Chico. “Estas são áreas estratégicas importantes e cuja criação permitirá o avanço em cada uma dessas áreas, que significará o desenvolvimento da cidade, também no aspecto econômico”.

Multa da Receita influenciou reprovação de contas

Uma multa aplicada pela Receita Federal à prefeitura foi o que influenciou na rejeição das contas do exercício de 2017 do governo, disse o ex-prefeito Omar Najar ao LIBERAL. Apesar do parecer contrário do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo), as contas foram aprovadas pela Câmara de Americana, no dia 6.

“Em 2017 a gente não tinha saído ainda daquela situação de penúria. Americana estava em uma situação muito difícil. O que pesou na rejeição pelo TCE foi aquela multa que a prefeitura sofreu da Receita Federal por conta de uma situação da gestão anterior. O balanço de 2017 era para estar melhor porque a gente estava pagando, com toda dificuldade, as dívidas que foram deixadas. Essa multa extrapolou os valores”, defendeu-se, em conversa com o LIBERAL na última sexta-feira.

A multa citada pelo ex-prefeito é de R$ 171 milhões. Ela foi aplicada pela Receita por “indevidas compensações previdenciárias realizadas pelo ex-chefe do Executivo entre 2010 e 2014”. Na Câmara de Americana, as contas foram aprovadas com 16 votos favoráveis e três contrários.

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