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Americana

Namorado pediu que idosa fosse dormir em sua casa

Dulce Rosa Clementino da Costa, que foi encontrada morta com as mãos e pés atados, recusou a oferta porque iria receber a faxineira na manhã de sexta

Por André Rossi

13 de julho de 2019, às 09h26 • Última atualização em 13 de julho de 2019, às 16h31

Foto: João Carlos Nascimento - O Liberal.JPG
Segundo testemunha, porta de casa onde idosa vivia estava aberta

Uma aposentada de 81 anos foi encontrada morta na manhã desta sexta-feira dentro de casa, no bairro Antonio Zanaga, em Americana. A mulher, identificada como Dulce Rosa Clementino da Costa, estava com as mãos e os pés amarrados.

As suspeitas da polícia são de mal súbito ou latrocínio (roubo seguido de morte), já que o imóvel estava revirado. Uma bolsa onde a vítima costumava guardar dinheiro sumiu, assim como documentos pessoais e cartões de banco. Ninguém foi preso.

Não foram identificados sinais de violência no corpo em um primeiro momento. Por este motivo, não está descartada a possibilidade de que o óbito tenha sido natural, já que a idosa enfrentava problemas de saúde.

O laudo do IML (Instituto Médico Legal) para determinar a causa da morte deve ficar pronto em até uma semana. O caso foi registrado na CPJ (Central de Polícia Judiciária) de Americana como roubo consumado e morte suspeita. A Polícia Civil investiga o caso.

ENCONTRO. A polícia foi acionada após uma faxineira chegar à casa da aposentada, por volta de 7h40. Ela encontrou o portão sem cadeado. No imóvel, a porta estava encostada e a casa, revirada. A idosa estava na cama, amarrada com fios de equipamentos eletroeletrônicos. Uma blusa cobria o seu rosto.

A faxineira, que pediu para não ser identificada, disse ao LIBERAL que limpava a casa de Dulce toda sexta-feira. A mulher enfrentava problemas de saúde.

“Oito anos que eu trabalhava com ela. Estava com problema no coração, diabete, colesterol, problema no estômago”, contou a faxineira.

Ainda de acordo com o registro policial, alguns pertences da vítima não foram localizados: uma bolsa, documentos, cartões bancários e as chaves da casa. A Polícia Civil apreendeu um telefone fixo e um celular para perícia.

ENTERRO. De acordo com a Funerária Americana, o corpo de Dulce seria liberado pelo IML às 8 horas deste sábado. O velório e sepultamento será no Cemitério Parque Gramado, mas os horários não estavam definidos até o fechamento desta edição. O LIBERAL não conseguiu contato com familiares da vítima.

Namorado pediu que idosa fosse dormir em sua casa

Foto: João Carlos Nascimento - O Liberal.JPG
‘Ela dormiu em casa duas noites [nesta semana]’, contou Antonio à reportagem
O aposentado Antonio Moscardine, de 82 anos, que era namorado de Dulce, disse ao LIBERAL que pediu na quinta-feira para que ela dormisse em sua casa. Ele mora em uma casa próxima.

“Eu falei: ‘Dulce, vamos lá em casa, você pousa lá em casa’. Insisti com ela. Ela falou não porque a faxineira ‘vem fazer a faxina amanhã de manhã’. Ela dormiu em casa duas noites [nesta semana]”, contou Antonio à reportagem.

O casal se conheceu no bairro há cerca de quatro anos. O homem também ajudava Dulce com tarefas do dia a dia.

“Tudo que eu fazia aqui, eu levava uma marmitinha para ela. Ela era muito honesta, muito boa. Uma pessoa excelente”, lamentou o aposentado.

MEDO. De acordo com a empresária Sônia Cardoso Vieira, de 50 anos, que mora na mesma rua da vítima, o caso deixou os moradores apreensivos.

“Está todo mundo apavorado. Faz um ano e pouco que eu moro aqui e nunca vi nada de estranho. Agora, a gente fica meio assustado, né? É cruel”, disse.

O serralheiro Marcos Araújo, de 55 anos, que era vizinho de Dulce, comentou que não ouviu nada durante a noite.

“Eu entrei [em casa] na hora do Jornal Nacional e não saí mais. Fui no banheiro duas vezes à noite, não ouvi nada”, contou. “Era uma pessoa que não fazia mal a ninguém. A gente fica mesmo sentido com isso”.

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