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SAÚDE

Na fila por cirurgia no coração, paciente de Americana vive impasse após fratura no fêmur

Gonçalo Moreira Filho não pode corrigir fratura sem antes fazer a cirurgia cardíaca; Estado e HM fazem "jogo de empurra" quanto responsabilidades

Por Gabriel Pitor

15 de agosto de 2024, às 08h18

O morador de Americana e aposentado Gonçalo Moreira Filho, 73, vive um impasse quanto ao seu estado de saúde. Há mais de um ano ele está na fila da Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde), da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, para realizar uma cirurgia de ponte de safena após infarto, mas recentemente teve uma queda em casa e fraturou o fêmur.

Aposentado disse que vive atualmente com dor e não consegue resolver a situação – Foto: Divulgação

O problema é que Gonçalo só pode passar por uma cirurgia para corrigir o trauma na perna depois que fizer o procedimento cardíaco, que tramita no Estado na fila do “sem urgência” e por isso pode demorar ainda mais para ser realizado, colocando a mobilidade do aposentado em risco.

Ao LIBERAL, o HM (Hospital Municipal) Dr. Waldemar Tebaldi, onde o idoso foi atendido, e o Estado fizeram “jogo de empurra” quanto à responsabilidade do protocolo na Cross.

Enquanto a unidade de saúde disse que tentou mudar a cirurgia cardíaca para urgente e teve os pedidos negados, o órgão estadual afirmou que a prefeitura não fez a alteração.

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Gonçalo infartou em agosto de 2023 e ficou internado por duas semanas no HM. Depois de se recuperar, foi encaminhado para uma clínica em Bragança Paulista (SP) para fazer cateterismo (desentupimento de artérias).

Porém, ele não conseguiu passar pelo procedimento de forma adequada porque várias artérias estavam entupidas.

Quando retornou ao cardiologista em Americana, o idoso foi informado que teria de passar por cirurgia de ponte de safena. A intervenção seria viabilizada pela Cross, portanto deveria aguardar a fila.

Essa espera já dura mais de um ano e, segundo Gonçalo, se deve ao protocolo feito no Estado, que apontou que o procedimento não era urgente – o que foi confirmado pelo órgão estadual à reportagem.

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Queda

No mês passado, o aposentado caiu no portão de casa e fraturou o fêmur. Ele foi ao HM para tratar do trauma e ouviu que o caso é cirúrgico.

De acordo com Gonçalo, inicialmente os médicos teriam tentado “empurrar” o procedimento na perna mesmo sem a ponte de safena, mas a família não teria autorizado por orientação de um ortopedista.

Diante do impasse, o paciente recebeu alta e está em casa. Caso a situação não seja resolvida rapidamente, ele pode não voltar a andar.

“Tenho um retorno no dia 16 [de agosto] lá no HM, só que eu sinto dor. Tomo dipirona três, quatro vezes por dia para não sentir dor. Se ficar sem, não aguento”, contou.

Respostas

Ao LIBERAL, o Estado afirmou que o HM precisa alterar o status da cirurgia cardíaca na Cross para “urgente”. O órgão ainda informou que Gonçalo passará por uma consulta com cardiologista em 21 de agosto, no Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas), em São Paulo.

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Por sua vez, a unidade de saúde relatou que tentou fazer essa alteração por duas vezes, dias 10 e 23 de julho, mas recebeu negativas em 12 e 27 de julho, respectivamente.

Além disso, o HM disse que a decisão de não realizar a correção do fêmur sem a cirurgia no coração se deu pelos profissionais da unidade após avaliação criteriosa. “O hospital, portanto, agiu de forma prudente, priorizando a segurança e a saúde do paciente”, rebateu.

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