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eleições 2024

Na contramão da região, Americana vê abstenção aumentar mesmo com o fim da pandemia

Outras cidades da região mostraram uma queda na abstenção ou mantiveram índices estáveis

Por Laís Seguin

08 de outubro de 2024, às 09h09

Movimento de eleitores em ponto de justificativa em Americana - Foto: Marcelo Rocha/Liberal

O município de Americana se destacou negativamente nas últimas eleições ao registrar um aumento na taxa de abstenção, mesmo com o fim das restrições impostas pela pandemia.

De acordo com os dados do Cartório Eleitoral, a abstenção saltou de 46.580 (26,55%) em 2020 para 49.538 (27,14%) neste ano, indo na contramão de outras cidades da região, que em sua maioria apresentaram uma redução no número de eleitores ausentes.

Márcio Uchida, chefe do cartório da Zona Eleitoral 158, comentou o fenômeno, destacando que embora seja difícil determinar os motivos exatos para essa alta na abstenção, há fatores comuns que podem contribuir.

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“É difícil pontuar os motivos para a abstenção, pois há inúmeras razões para essa ocorrência, a exemplo de viagem, doença, dentre outros compromissos”, explicou.

Ao comparar Americana com outras cidades vizinhas, o cenário se torna ainda mais alarmante. Santa Bárbara d’Oeste, por exemplo, reduziu sua abstenção de 35.368 (25,32%) para 29.634 (21,48%).

Sumaré, apesar de também registrar uma leve alta, se manteve próxima dos mesmos níveis de abstenção de 2020, 52.289 (27,61%) para 55.841 (27,5%).

Já Nova Odessa, que tinha 11.595 (24,81%) de abstenção no pleito passado, diminuiu para 8.834 (18,99%), e Hortolândia viu seus números diminuírem de 37.704 (23,87%) para 34.282 (21,36%).

Em contraste com o crescimento de Americana, a análise regional revela um cenário de recuperação pós-pandemia. Uchida relembra que, antes da crise sanitária, os índices de abstenção eram significativamente menores.

“Infelizmente, a taxa de abstenção se mostra elevada, ainda mais se comparada ao ano de 2012, quando a abstenção foi de apenas 15,42%,” destacou.

Efeitos

A alta abstenção impacta diretamente a democracia local. Menos eleitores votando significa uma representatividade menor, o que pode distorcer o resultado final. Uchida ressaltou que uma maior participação dos cidadãos garantiria resultados mais próximos da vontade da maioria.

“Entendo que quanto maior é a participação das pessoas no processo de eleição dos novos mandatários, mais preciso e justo é o resultado final”, afirmou.

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Questionado sobre os motivos que levariam tantos eleitores a se absterem do voto em Americana, Uchida demonstrou surpresa, especialmente diante de um pleito que ocorreu de maneira tranquila.

“Não tenho uma resposta para essa pergunta, pois nada impede as pessoas aptas de votarem em Americana. Ainda mais numa eleição tranquila e rápida como a que ocorreu no último domingo. Não tem explicação, a não ser mero desinteresse.”

A análise dos dados de outras cidades reforça a ideia de que o desinteresse pode ser um fator chave para entender o comportamento dos eleitores em Americana.

Apesar de cidades como Sumaré também registrarem uma alta nas abstenções, o cenário de Americana chama atenção por ser uma das maiores da região, com uma história de maior engajamento eleitoral.

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