O MP (Ministério Público) pediu a absolvição dos acusados de matarem uma adolescente no final de março, em Americana. Imagens de câmeras de segurança identificaram que o autor do crime, cunhado da vítima, agiu em legítima defesa. O outro acusado, marido da vítima, nem aparece na gravação.

O crime aconteceu no dia 27 de março, no Parque da Liberdade. Kauane Cordeiro de Campos, de 17 anos, e seu marido, o ajudante Douglas da Silva dos Santos, 25, estavam bebendo em um churrasco na casa do cunhado, Jorge Luiz da Silva Toledo, 25.

Tudo começou quando Kauane não gostou da brincadeira que o cunhado fez e o agrediu com socos. Depois, ela partiu com uma faca para cima de Jorge, que para se defender a esfaqueou.

O autor confessou o crime aos guardas que atenderam a ocorrência. Kauane foi levada até o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, mas não resistiu. A filha do casal, de dois anos, presenciou o crime.

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Na ocasião, os dois irmãos foram presos preventivamente. Na delegacia, eles não se manifestaram.

Douglas foi preso por suposta participação no crime, conforme alegado pela delegada à época: ele foi encontrado ao lado do corpo dela e havia duas facas na cena do crime, além de ter brigado com Kauane antes do ocorrido.

Após as imagens do crime surgirem na investigação do caso, em julho, os advogados de defesa de Jorge e Danilo entraram com pedido de absolvição sumária dos réus.

Em seguida, o próprio MP (Ministério Público), autor da denúncia contra os acusados, também requereu a absolvição sumária.

As imagens mostram Kauane correndo em direção de Jorge e fazendo movimentos agressivos. “Jorge não apenas se afasta caminhando, como, ainda, corre”, analisa o representante do MP, Vanderlei Honorato.

Agora, a Justiça deve decidir se absolve os acusados ou se o caso vai a Tribunal do Júri.

“Está bem nítido nos autos a legítima defesa”, disse ao LIBERAL o advogado Daniel Paiatto, que defende Jorge.

“Douglas não participou do fato, ele nem aparece nas imagens. Os dois estão presos injustamente, por possuírem passagens anteriores pela Justiça”, disse ao LIBERAL Paulo Eduardo Paschoal, advogado de Danilo. Também foi requisitada a soltura de ambos.

A família de Kauane foi contatada, mas ainda não comentou o caso.

Logo após a morte da adolescente, familiares relataram ao LIBERAL que Douglas costumava agredir a companheira e que ela já havia registrado boletim de ocorrência contra ele, mas que os retirou por medo.