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COVID-19

Março e abril têm mais mortes do que nascimentos em Americana

Meses registraram maior mortalidade pela Covid-19 desde o início da pandemia em Americana, segundo levantamento; queda da natalidade influenciou a tendência

Por Marina Zanaki

18 de maio de 2021, às 08h00 • Última atualização em 18 de maio de 2021, às 08h18

Pela primeira vez em cinco anos, os meses de março e abril tiveram mais mortes do que nascimentos em Americana. De acordo com dados levantados pela Secretaria de Saúde a pedido do LIBERAL, foram 223 mortes em março, contra 194 nascimentos. Em abril, nasceram 200 bebês e 241 pessoas faleceram.

Março e abril foram os dois meses mais mortais desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na cidade. Na comparação com abril de 2020, os óbitos mais que dobraram – foram 107 nesse mês do ano passado.

Doutor em Demografia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e professor da Unicamp, Everton Emanuel Campos de Lima apontou que essa tendência vem sendo observada em diversas regiões do País.

“Há uma queda de nascimentos e, como a pandemia ainda está em curso, um aumento no número de óbitos, agora ainda mais em curso que anteriormente. Com as médias altas em termos de óbitos, encontramos esse padrão Campinas e também estamos encontrando em São Paulo capital”, disse o pesquisador.

Além do aumento explosivo de mortes nesses dois meses, foi registrada também uma redução nos nascimentos na comparação com o mesmo período de anos anteriores. Tanto março quanto abril de 2020 tiveram a menor natalidade em Americana nos últimos cinco anos.

O demógrafo tem estudado a redução nos nascimentos e levantou hipóteses que podem explicá-lo. Várias delas estão ligadas a um adiamento da gestação em função da pandemia, como a incerteza econômica, afastamento da rede de apoio formada pelos avós em função do distanciamento social e o medo de se expor aos serviços de saúde durante o pré-natal.

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Além disso, o demógrafo indica que podem ter ocorrido queda também nas gestações não planejadas. O próprio distanciamento social pode ter tido como reflexo a redução na atividade sexual. O aumento de divórcios ligados a uma convivência mais intensa durante a quarentena e até mesmo o falecimento do cônjuge em função da pandemia podem ter relação com a redução da natalidade.

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