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Abuso sexual

Julgamento do padre Leandro começa nesta terça com oitivas

Audiência durará três dias e será conduzida pela Justiça de Araras, por meio de videoconferência; são ao menos 40 testemunhas de acusação e defesa

Por Rodrigo Alonso

08 de junho de 2021, às 07h23 • Última atualização em 08 de junho de 2021, às 09h54

O julgamento do padre Pedro Leandro Ricardo, que está afastado desde 2019 da Basílica Santo Antônio de Pádua, de Americana, começa nesta terça-feira, com as oitivas dos quatro ex-coroinhas que o acusam de abuso sexual.

No total, haverá três dias de audiência, até esta quinta-feira. O procedimento será conduzido pela Vara Criminal de Araras e totalmente realizado por meio de videoconferência, devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Todos os dias, os trabalhos começam às 13h30. Nesta terça-feira, além dos denunciantes, a Justiça também vai ouvir as oito testemunhas de acusação do caso.

Defesa do padre Leandro afirmou que espera pela absolvição no caso – Foto: Arquivo / O Liberal

Amanhã, prestarão depoimento parte das testemunhas de defesa. As demais serão ouvidas na quinta, assim como Leandro. Ao todo, a defesa elencou 32 testemunhas no processo, conforme o LIBERAL apurou.

Pelo lado dos denunciantes, há quatro advogados: Talitha Camargo, Aline Giacon, Roberto Tardelli e Gustavo Paiva. Segundo Tardelli, o objetivo deles é garantir que os ex-coroinhas possam contar suas histórias com tranquilidade e não sofram julgamentos durante as audiências.

“Esses rapazes e moças estão sendo julgados por muita gente. Passaram a vida inteira sofrendo terrivelmente as consequências da ação do senhor Leandro”, declarou.

Ele também destacou que não cabe às testemunhas julgar, mas, sim, apenas apresentar fatos. “O que a gente espera, a partir de amanhã, é que sejam audiências longas, muito cansativas, mas profundamente respeitosas”, afirmou.

Advogado de Leandro, Paulo Sarmento espera pela absolvição de seu cliente. “A expectativa é que a verdade venha à tona e que o padre seja absolvido”, comentou.

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Após a audiência, o juiz responsável, Rafael Pavan de Moraes Filgueira, vai analisar os depoimentos e dar sua sentença, o que costuma demorar dias ou, até mesmo, semanas.

Denúncias

Os crimes de atentado violento ao pudor teriam ocorrido entre 2002 e 2005, em Araras, e foram denunciados pela Promotoria de Justiça do município.

A denúncia aponta que Leandro levou um adolescente à casa paroquial, lhe deu bebida alcoólica e fez sexo oral nele. Ele também teria alisado o corpo de um menino de 11 anos a pretexto de vesti-lo com uma batina.

Nos outros dois casos, ainda de acordo com o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), o padre passava as mãos nas coxas e órgãos genitais dos adolescentes durante viagens de carro.

Leandro sempre negou as denúncias. Em depoimento à polícia, disse que contrariou interesses econômicos de pessoas ligadas à Igreja e, por isso, foi alvo de uma campanha de difamação.

Em paralelo ao processo em andamento na Justiça de Araras, o Vaticano também investiga as acusações contra o padre. A Diocese de Limeira, da qual a Basílica de Americana é subordinada, informou nesta segunda, por meio de sua assessoria de imprensa, que segue no aguardo de um retorno por parte da Santa Sé.

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