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DOAÇÃO DE SANGUE

Entenda como funciona o Banco de Sangue do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana

As duas primeiras semanas do ano costumam ser as mais desafiadoras, por conta da queda sazonal na quantidade de doadores

Por Isabella Holouka

03 de janeiro de 2024, às 07h34 • Última atualização em 17 de abril de 2024, às 13h15

A médica hematologista Fernanda Orsi, responsável pelo Banco de Sangue do HM - Foto: Marcelo Rocha/Liberal

As duas primeiras semanas do ano costumam ser as mais desafiadoras no Banco de Sangue do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, por conta da baixa na quantidade de doadores.

A equipe se prepara antecipadamente para o mês de janeiro, mas, devido à alta demanda, que sempre está suscetível a eventualidades, a médica hematologista Fernanda Orsi, responsável pelo banco, ressalta a importância da solidariedade e convida a população para doar.

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O banco atende vítimas de acidentes graves (como os automobilísticos), pequenas e grandes cirurgias, pacientes com doenças graves cujo organismo não é capaz de produzir as células sanguíneas necessárias, doenças do sangue, portadores de cânceres diversos e de leucemia — idosos, adultos, gestantes e crianças internadas, não só no hospital municipal, mas também em outros hospitais e clínicas da cidade.

Segundo Fernanda, entre 12 e 15 doadores contribuem com os estoques a cada dia, o que costuma ser suficiente. A quantidade de coletas dobra em dezembro graças aos esforços da equipe na convocação de doadores pelas redes sociais, e-mails e outros contatos, visando garantir o estoque necessário para janeiro, seguindo a validade de cada componente sanguíneo. Mas o ideal é haver doadores frequentes.

“As pessoas dizem que se sentem mais leves depois das doações e eu acho que é porque a alma fica mais leve mesmo, ao gastar o seu tempo para se dedicar ao outro”, disse a médica à reportagem.

“[A doação] não altera a saúde do doador, mas há o benefício de estar contribuindo com a sociedade e com os pacientes hospitalizados no SUS (Sistema Único de Saúde). Esse ato de voluntariado, de amor ao próximo, faz bem para as pessoas e contribui para salvar vidas”, completou Fernanda.

Conheça as etapas da doação

O jovem aprendiz Lucas dos Santos de Oliveira, de 19 anos, recebe lembretes diários sobre a importância de doar sangue.

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“Todos os dias de manhã eu passo por aqui de ônibus. Eu lia ‘Banco de Sangue’ e pensava ‘um dia vou doar’. Então, tomei essa atitude. É importante”, disse o jovem enquanto fazia sua primeira doação.

O jovem aprendiz Lucas dos Santos de Oliveira, de 19 anos, doador de sangue – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Na recepção, os doadores se cadastram com foto e registro das digitais, o que aumenta a segurança. Já na sala de coleta, com cadeiras próprias, cada paciente doa cerca de 400 ml de sangue, enquanto a bolsa fica em contínua agitação. Em seguida, também são coletados tubos de sangue para exames de sorologia, diretamente do doador.

Depois da coleta, a bolsa de sangue passa a uma segunda sala, onde o material é fracionado em uma centrífuga. O sangue total doado é separado em diferentes componentes – hemácias, plaquetas e plasma, que têm diferentes prazos de validade e modos de armazenamento. Assim, uma única doação pode beneficiar mais de um paciente.

Há ainda uma terceira sala, para onde as bolsas de hemácias, plaquetas e plasma só podem ser transferidas depois de aprovadas nos testes de sorologia e liberadas no sistema automatizado.

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Os testes de HIV, HTLV, hepatite C, hepatite B, doença de Chagas, sífilis e malária são feitos por método molecular no Hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em um prazo de 48 a 72 horas.

“Não existem mais janelas sorológicas, o diagnóstico é de detecção imediata, 100% seguro”, explica a hematologista. Já a tipagem sanguínea e as provas antes das transfusões são feitas no próprio Banco de Sangue.

Sangue coletado passa por diversos processos no Banco de Sangue do HM – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Depois que o material passa pela sorologia com resultados negativos, os componentes sanguíneos são liberados para armazenamento com atenção no prazo de validade e tipagem sanguínea. As bolsas que estão mais próximas do vencimento são utilizadas primeiro.

Existem protocolos específicos para cada perfil de paciente. Fernanda explica que o estoque mais crítico é sempre o de plaquetas.

Para se ter uma ideia, enquanto uma bolsa costuma ser suficiente para pacientes que precisam de transfusão de hemácias, são necessárias de sete a oito para pacientes que dependem da transfusão de plaquetas. O componente sanguíneo também é o que tem menor durabilidade, seu prazo de validade é de até sete dias, enquanto o prazo de validade de hemácias pode chegar a 35 dias.

Por fim, o transporte das bolsas é feito com caixas térmicas próprias, que seguem as recomendações da vigilância sanitária e são validadas mensalmente.

Serviço funciona em horário especial nesta semana

O Banco de Sangue do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi segue em horário especial de funcionamento. A unidade estará aberta das 8h às 11h30 de terça a sexta-feira, dias 2, 3, 4 e 5 de janeiro. O acesso é feito pela Avenida da Saúde, 415, Jardim Nossa Senhora de Fátima.

O banco necessita especialmente de doadores dos tipos sanguíneos O positivo e negativo. Mas também haverá a coleta dos tipos A e B positivos e negativos. Somente o AB positivo e o AB negativo não serão coletados devido ao alto estoque desses tipos sanguíneos.

Os doadores são atendidos por ordem de chegada, mas é possível fazer o agendamento prévio por meio do telefone (19) 3468-1739 ou pelo WhatsApp (19) 99148-1067.

Quer doar? Veja os requisitos para ser um doador de sangue

– Sentir-se e estar bem de saúde
– Apresentar documento com foto
– Pesar acima de 50kg
– Ter entre 16* e 69 anos de idade

*Podem ser aceitos candidatos à doação de sangue com idade entre 16 e 17 anos com o consentimento formal do responsável legal, para cada doação.

Bolsas de sangue do banco do HM – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Quem não pode doar?

– Quem teve diagnóstico de hepatite após os 10 anos de idade
– Mulheres grávidas ou que estejam amamentando
– Pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue, como Aids, hepatite, sífilis e doença de Chagas
– Usuários de drogas
– Aqueles que tiveram relacionamento sexual com múltiplos parceiros nos últimos 12 meses

Recomendações para o dia da doação

– Nunca vá doar sangue em jejum
– Repouso mínimo de 6 horas na noite anterior
– Não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores
– Evitar fumar por, pelo menos, 2 horas antes da doação
– Evitar alimentos gordurosos

O que acontece depois da doação de sangue?

O doador recebe instruções referentes a seu bem-estar e cuidados que deverão ser tomados, tais como: beber bastante líquido nas primeiras 6 horas e alimentar-se normalmente; não fumar nas primeiras 2 horas; não praticar esportes radicais ou atividades de risco.

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