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Liberal Explica

Entenda como a passagem de ônibus é calculada

Tarifa do transporte urbano considera desde número de passageiros até preço do pneu

Por Rodrigo Alonso

05 de junho de 2022, às 11h33 • Última atualização em 05 de junho de 2022, às 11h42

O valor de uma tarifa de ônibus urbano, quando sobe, costuma causar polêmica. Já teve um reajuste, em São Paulo, que até desencadeou uma série de manifestações populares em 2013, por todo o Brasil. Mas, afinal, o que está por trás dos preços das passagens?

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Há uma espécie de manual que norteia o cálculo. Trata-se da planilha do Geipot, antiga estatal que nasceu em 1965, como Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes, passou a se chamar Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes em 1973 e foi extinta em 2008 pelo governo federal.

“Esse grupo, a partir de 80, mais ou menos, desenvolveu esse método que se resultou numa planilha que o Brasil inteiro se baseava para fazer cálculo de tarifa. Passou a ser um manual para quem mexia com tarifa”, diz João Batista Biagioni, ex-secretário de Transportes e Sistema Viário de Americana.

O método estabelece que o preço deve levar em consideração o número de passageiros, a quilometragem percorrida e o custo quilométrico.

O custo quilométrico, por sua vez, corresponde à soma dos custos variáveis – combustível, lubrificante, rodagem, peças e acessórios – e custos fixos – custo de capital, despesa com pessoal e despesas administrativas.

A tarifa, por fim, é o rateio do custo total do serviço – custo quilométrico acrescido dos tributos cobrado nas localidade – entre os usuários pagantes.

Nessas contas, considera-se, inclusive, os preços de equipamentos como pneu, câmara de ar, chassi, entre outros, além dos salários dos motoristas, cobradores e fiscais.

Qualquer fator que possa influenciar no custo da operação do serviço é colocado na ponta do lápis para definição da tarifa praticada em cada município – Foto: Edição de Artes – O Liberal

AMERICANA. A tarifa de ônibus tem sido alvo de discussão em Americana, onde os cálculos se baseiam na planilha. O passe custa R$ 4,70. Existe, ainda, um subsídio pago pela prefeitura de até R$ 150 mil mensais.

Proprietário da Sancetur, concessionária responsável pelo serviço, Marco Chedid aponta que, segundo essa metodologia, a tarifa deveria custar R$ 10,24 ou o subsídio teria de ser de R$ 1,5 milhão por mês.

O prefeito Chico Sardelli (PV) já reconheceu que a empresa tem, sim, direito a esses valores. Mesmo assim, ele anunciou que vai manter a tarifa em R$ 4,70 e disse que só pode aumentar o subsídio para, no máximo, R$ 700 mil mensais. O mandatário afirmou que ainda fará uma reunião com a Sancetur sobre o assunto.

Contexto. A cobrança por aumento na tarifa do transporte coletivo de Americana, ou o popular “passe de ônibus”, feita pela empresa Sancetur, responsável pela operação do serviço, é pauta permanente na administração municipal nas últimas semanas. O prefeito Chico Sardelli (PV) decidiu manter os R$ 4,70 pagos por cada passageiro, mas conseguiu que a câmara autorizasse a ampliação do subsídio coberto pelo município sem um limite prévio. Apesar disso, o tema ainda não está pacificado com a empresa.

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