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Eleições 2022

Em Americana, eleição competitiva faz cair o número de votos brancos e nulos

Apesar de mais eleitores, quantidade de brancos e nulos na cidade caiu no 1º turno das eleições deste ano, em relação a 2018

Por Ana Carolina Leal

29 de outubro de 2022, às 08h05 • Última atualização em 29 de outubro de 2022, às 08h25

Mesmo com um eleitorado maior, o número de votos brancos e nulos em Americana teve queda no 1º turno das eleições deste ano em relação a 2018. Segundo especialistas entrevistados pelo LIBERAL, a redução é consequência de uma eleição competitiva, que mobiliza os eleitores.

De 2018 para cá, Americana ganhou mais 4.996 eleitores. O número saltou de 175.226 para 180.219. O que poderia resultar em um aumento de votos nulos e brancos, mas não aconteceu.

Em relação aos brancos, o número para escolha de presidente caiu de 3.482 para 2.680, uma diferença de 802 votos. Para governador, a redução foi ainda maior, chegando a 1.144 opções em branco a menos do que em 2018. A quantidade passou de 9.317 para 8.173.

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Mas o que mais chama atenção são os votos em brancos para senador. Números mostram que os eleitores estavam bastante decididos e a quantidade de brancos caiu para menos da metade, passando de 28.622, no 1º turno de 2018, para 12.102, no 1º turno deste ano.

Em 2022, a única alta no voto branco foi em relação a deputado estadual. O número passou de 10.415 para 11.549. A RPT (Região do Polo Têxtil) teve mais de 50 candidatos ao cargo.

Já em relação aos nulos, também houve queda significativa em 2022, principalmente ao Senado, ao governo do Estado e à Câmara. O total de votos nulos para senador caiu consideravelmente de 2018 para 2022, passando de 57.218 para 12.913.

No caso da votação para governador, os nulos caíram de 19.671, em 2018, para 9.967, neste ano, quase pela metade. E para deputado federal, saiu dos 13.230 para 6.759.

Professor de Ciência Política na FGV (Fundação Getulio Vargas), em São Paulo, Cláudio Couto afirma que estamos vivendo uma eleição muito mobilizadora. “As pessoas estão mais ativadas e acabam sendo levadas a fazer escolhas políticas. Consequentemente, a tendência é que o número de votos brancos e nulos caia”.

Segundo Otávio Catelano, pesquisador de doutorado em Ciência Política da Unicamp, quando as eleições são mais competitivas, acontecem duas situações. A primeira delas, explica, é que os eleitores comparecem mais, então, o número de abstenções cai. E a segunda é uma participação maior nesse sentido, de um voto válido.

“Os candidatos conseguiram pautar mais o debate no sentido de que a percepção do eleitor é de que o voto importa mais porque ele é mais decisivo em uma eleição competitiva”, afirma.

INCERTEZA
De acordo com o pesquisador, quando um eleitor vota branco demonstra um sentimento de que para ele tanto faz e quando vota nulo quer dizer que não aceita nenhum dos candidatos. No 1º turno das eleições deste ano, foram registrados 43.233 votos em branco e 42.232, nulos, em Americana.

Outra situação, segundo Catelano, que pode interferir bastante na votação em branco ou nulo é o fato desta eleição ter na disputa um atual presidente e um ex-presidente, o que diminui a incerteza do eleitor.

“Os eleitores têm mais conhecimento sobre os candidatos que estão polarizando a disputa. Sabem como foram quatro anos do governo Bolsonaro e como foram oito anos do governo Lula, então, não é preciso se abster”, conclui o pesquisador.

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