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146 anos

Eleição de Chico Sardelli é resultado da perseverança

Atual prefeito de Americana, Chico Sardelli (PV) se candidatou por cinco vezes até ser eleito em 2020 com 40.014 votos

Por Ana Carolina Leal

28 de agosto de 2021, às 08h33 • Última atualização em 28 de agosto de 2021, às 09h49

Empresário e ex-deputado federal e estadual, Chico Sardelli (PV) é o 31º prefeito de Americana. Ele foi eleito com 40.014 votos para o mandato 2021-2024. Foram cinco tentativas até finalmente assumir o Executivo americanense.

Filho de imigrantes italianos, Chico nasceu em Americana no ano de 1956. É formado em administração de empresas pelo Instituto de Ciências Sociais de Americana e pós-graduado em Custos e Produção, e também em Administração, ambas pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

No currículo, tem duas especializações no exterior: Administração Financeira, em Roma, na Itália, e Produção e Comercialização, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Antes de se candidatar pela primeira vez ao posto de prefeito, Chico foi candidato a vice-prefeito de Americana ao lado de Abdo Najar, em 1988. A dupla, no entanto, não se elegeu.

Três anos depois, foi eleito presidente do Rio Branco Esporte Clube. Sob sua gestão, o time comemorou o acesso à Primeira Divisão do Campeonato Paulista. Esse período foi importante para consolidar a imagem dele como figura pública. Em entrevista ao LIBERAL, Chico fala do porquê da insistência em se tornar prefeito, do relacionamento com a Câmara de Vereadores, entre outros assuntos. Confira.

Chico Sardelli (PV) é o 31º prefeito de Americana – Foto: Ernesto Rodrigues / O Liberal

O senhor se candidatou a prefeito por cinco vezes, nos anos de 1992, 2000, 2004, 2008 e 2020. Por que essa insistência, esse desejo em ser prefeito? É por amor à Americana?
Quando iniciei a vida pública, comecei no intuito de poder servir. Antes de me candidatar a prefeito, fui presidente da Liga Americanense de Futebol de Salão, diretor esportivo do Rio Branco, presidente da Liga Internacional de Futebol de Cinco, presidente do Rio Branco Esporte Clube, que ascendeu à primeira divisão na minha mão. Quando deixei o Rio Branco, recebi o primeiro convite [para ser candidato a prefeito], que foi em 1992, embora em 1988 já tivesse sido candidato a vice-prefeito. Tomei gosto e sempre tinha como meta a vontade de ser prefeito dessa cidade onde nasci. De poder dar o meu quinhão de participação a essa cidade que me deu tanto, me deu minha família, meus estudos, trabalho, minha empresa. Enfim, dentro daquilo que a gente imaginava, poder trabalhar também para a minha cidade. Insisti e persisti, porque sempre tive na cabeça que a gente nunca desiste de um sonho. E não desisti. Fui perseverante até que aconteceu em 2020 e sou muito grato a isso.

O senhor já foi deputado estadual e federal e agora é prefeito. O que mudou nesses oito meses de mandato? Como é o relacionamento com a Câmara de Vereadores?
Fui duas vezes deputado federal e três, estadual. Fiz um conhecimento muito grande com os amigos que deixei na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Amigos esses que até hoje tenho relacionamento de amizade, político, de contato, de bola, de futebol. E logo depois vim a ser prefeito. O que meu deu uma certa bagagem, uma certa tranquilidade dentro de toda transparência. E a bem da verdade é que tendo tido essa experiência, tenho talvez um pouco mais de facilidade para entender como pensa e trabalha um vereador. Tenho sido muito grato ao trabalho da Câmara de Americana que tem sido muito correta, critica quando deve criticar e ajuda quando deve ajudar. E nós cumprimos nossa parte da melhor forma possível. Tenho mantido um relacionamento harmonioso com a câmara, respeitando a independência deles e eles respeitando o Executivo.

Sobre a Represa de Salto Grande. Já se falava da poluição do reservatório desde a época em que o senhor era deputado. Como é hoje ter que cobrar os prefeitos dos outros municípios para conseguir a despoluição do manancial?
A luta pela represa se dá não só na minha história política. Ela se dá antes mesmo de ser deputado, de ser político. A represa é um patrimônio do município, um santuário verde que está muito avariado e poluído. Nos mandatos que passei sempre tive o cuidado de ter essa luta. Nos anos 2000 encabecei um movimento chamado SOS Represa, que culminou com um café da manhã às margens da Praia dos Namorados. Tínhamos 12 deputados no total, pessoas ligadas efetivamente a possibilidade da despoluição da represa do Salto Grande. Naquele momento saiu uma luta que é a Estação de Tratamento de Esgoto de Anhumas, em Campinas. Foram R$ 148 milhões investidos através desse movimento, desses parlamentares, dessa iniciativa política que encabecei para liberar esse dinheiro para Campinas poder tratar uma parte muito grande do esgoto que deposita in natura no Rio Atibaia que cai aqui na Represa de Salto Grande. E tem muito a ser feito ainda. Não posso dormir, ficar quieto vendo as cidades que estão à montante jogando esgoto in natura, são aproximadamente 18 municípios. E a represa servindo quase como um pinicão de todas essas cidades. Tem cidade que aperta a descarga e cai aqui na represa. Americana tem seu passivo ambiental? Sim, nós temos. Temos que cumprir nosso passivo? Temos e estamos trabalhando para isso. A ETE Carioba e tantas outras coisas importantes, fiscalizando para que isso aconteça. Mas não podemos deixar de cobrar as cidades que estão à montante.

Nesses meses de mandato, o que deu para perceber na questão do abastecimento de água. É necessário trocar toda a rede?
É uma situação que ainda tem um passivo a ser cumprido. O prefeito Omar [Najar] já deixou algumas melhorias importantes e nós temos que continuar. Alguns investimentos, como a nova captação de água que o Omar iniciou, nós concluímos. A nova outorga do rio foi muito importante [o DAEE autorizou o DAE a captar mais água do Rio Piracicaba. A outorga foi ampliada de 1.050 para 1.300 litros por segundo] porque aumenta a capacidade de retirada. Nós estamos preocupados com a estiagem que está por vir. Não adianta nada termos a outorga de 1.300 litros por segundo se a gente não tiver água no rio. Temos que fazer alguns reservatórios em pontos estratégicos. Depois temos que melhorar a condição da ETE Carioba na sua totalidade. Hoje, Americana trata 50% aproximadamente do esgoto, temos que melhorar isso substancialmente e estamos trabalhando nesse sentido. E trocar toda tubulação da cidade de Americana. Uma parte já está sendo feita e outra estamos fazendo gradativamente.

Se não fosse os impedimentos causados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), qual seria sua principal bandeira?
Nós temos um compromisso com a saúde de Americana que é dar uma revigorada, rejuvenescida nela. Temos uma plataforma de modernização do Hospital Municipal, estamos pensando em algumas mudanças que queremos fazer, como descentralizar a saúde e os postos 24 horas. Logicamente que isso não vai acontecer do dia para noite, afinal temos nosso mandato para cumprir. Então, isso vai acontecer gradativamente. Um posto 24 horas no Parque da Liberdade, Parque Gramado, nessa região; um posto 24 horas no Cidade Jardim, Novo Mundo, Mathiensen, Praia dos Namorados e no Zanaga, que já é. Vamos começar descentralizando, fazer com que as pessoas tenham seus problemas de saúde resolvidos pelos bairros e efetivamente aquilo que não estiver à altura de um posto médico 24 horas, que vá para o hospital. A ideia é deixar uma folga um tanto quanto importante para o hospital municipal. A pandemia tomou muitos dos investimentos que tínhamos nessa área.

Como o senhor avalia esses primeiros meses de mandato?
Muito positivo, mas quero mais. Principalmente com a parceria com a comunidade, que está sabendo entender as nossas dificuldades. Exemplo disso é o que aconteceu com o abrigo temporário para acolher os moradores em situação de rua nos dias frios. Essa parceria foi muito importante. Acho que a cidade está esperançosa, valorizando a outra administração e estamos vivendo a nossa, procurando deixar a nossa marca e trabalhando principalmente para aqueles que mais precisam e necessitam do poder público que é a saúde, emprego, trabalho. Americana sempre foi uma cidade próspera.

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