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SAÚDE

Com espera de até 7 anos, Americana tem 800 pessoas na fila por aparelhos auditivos

Até agosto deste ano, o Hospital da Unicamp, referência no atendimento, fez apenas 18 avaliações; prefeitura e Estado conversam para ampliar oferta

Por Gabriel Pitor

17 de outubro de 2024, às 08h32

O Hospital de Clínicas da Unicamp é referência nesse tipo de atendimento - Foto: Caius Lucilius_HC Unicamp

A fila da Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde), da Secretaria de Estado da Saúde, para conseguir aparelhos auditivos em Americana tem cerca de 800 pessoas e a espera chega a até sete anos.

As informações são da prefeitura e obtidas por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação) em protocolo de julho deste ano.

Ao LIBERAL, o Estado disse que trabalha para ampliar os atendimentos e reduzir a espera. O Hospital de Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) é referência nesse tipo de atendimento.

“Desde o primeiro dia do novo governo, a secretaria vem atuando com a perspectiva de implantação de filas únicas regionais e publicizadas”, completou.

Por sua vez, a administração municipal, que tem a incumbência de fazer a classificação de risco e a priorização de pacientes dessa fila, afirmou que tem tentado ampliar a oferta ao fazer reivindicações nas reuniões do Departamento Regional de Campinas. Outras cidades têm participado das cobranças.

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Ainda de acordo com o Executivo, não há possibilidade de realizar mutirões sobre esse procedimento.

Caso

O técnico em eletrônica Filipe Zago da Silva, de 36 anos, está desde dezembro de 2022 cadastrado na Cross e aguardando ser contemplado com um aparelho auditivo.

O paciente se mostrou preocupado com a demora, já que o seu otorrinolaringologista contou que a falta do equipamento faz com que o cérebro dele fique sobrecarregado ao tentar ouvir os sons, o que pode contribuir para uma condição de demência.

“Tenho uma perda de audição de raiz desconhecida, mas é gradativa, com o passar do tempo vai piorando. A minha maior dificuldade é a fala. É muito complicado e acaba me atrapalhando”, relatou Filipe.

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Neste ano, o técnico em eletrônica decidiu buscar esclarecimentos sobre a fila, já que, segundo ele, as respostas nas esferas municipal, estadual e federal eram “evasivas.”

Por meio da LAI, Filipe foi informado pela prefeitura que 802 pessoas aguardavam receber os aparelhos auditivos em Americana e que o caso mais antigo é de 2017. Ainda, de acordo com o Executivo, a Unicamp ofereceu 18 atendimentos até 22 de agosto deste ano.

“Calculei a minha situação e se for considerar a média, vai demorar 40 a 44 anos para chegar a minha vez”, reclamou o paciente.

Na situação de Filipe, a administração municipal lembrou que a regulação é estadual, mas que irá reforçar o pedido.

Já o Estado confirmou que ele está na fila, mas destacou que as cotas são ofertadas pelos prestadores e distribuídas aos munícipios, que são responsáveis pela priorização de pacientes.

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