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Doença

Americana investiga possível contaminação por raiva em 13 morcegos

CCZ disse que não há motivo para pânico, pois durante o verão é comum o surgimento de morcegos na área urbana; animais mortos foram achados em diversos bairros

Por Marina Zanaki

08 de dezembro de 2020, às 16h57 • Última atualização em 09 de dezembro de 2020, às 13h24

O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Americana recolheu 13 morcegos encontrados mortos entre 26 de outubro e 8 de dezembro. Os animais estão sendo analisados pelo Instituto Pasteur, de São Paulo, para identificação de possível contaminação por raiva.

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Os outros 13 morcegos foram encontrados nos bairros Santa Catarina, Novo Mundo (dois exemplares), Chácara Machadinho, Parque das Nações (dois exemplares), Parque da Liberdade, Iate Clube de Campinas (três exemplares), Jaguari (dois exemplares) e Vila Jones.

Animais com a doença foram encontrados mortos em Americana – Foto: Aneli Marques Neves Conceição/Prefeitura de Americana

O órgão municipal havia alertado para a circulação da doença na cidade, após um morcego ter tido confirmação da doença. O animal foi encontrado morto por um morador no dia 26 de outubro, na Rua Tanzânia, no Parque das Nações.

“Apesar da alta incidência, não há motivo para pânico, uma vez que durante o verão é comum o surgimento de morcegos na área urbana”, disse o CCZ.

Segundo explicou a técnica responsável e coordenadora do CCZ, a médica veterinária Aneli Marques Neves Conceição, esse é o período de reprodução dos animais. Muitos deles acabam não conseguindo retornar aos abrigos e acabam sofrendo quedas.

“Nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro são os meses onde a gente mais encaminha amostras ao laboratório, porque é o período de reprodução dos morcegos, acaba que alguns morcegos filhotes saem dos abrigos para se alimentar e não conseguem retornar, acabam caindo no chão ou nos quintais, favorecendo a ocorrência, inclusive, de serem atacados por cães e gatos”, esclareceu a profissional.

O CCZ ainda aguarda o laudo do laboratório paulista de referência, sobre a possível presença do vírus da raiva nesses animais. Aneli destacou que o morcego é um animal silvestre, protegido por lei e que desenvolve um papel muito importante na natureza, principalmente na disseminação de sementes. 

AÇÃO
Diante da confirmação da raiva no morcego encontrado no Parque das Nações, uma equipe de agentes do CCZ realizou uma atividade junto aos imóveis situados num raio de 500 metros do local onde o animal foi encontrado.

Esta ação, preconizada pelo Ministério da Saúde, consiste no monitoramento da circulação viral, além da distribuição de material educativo, esclarecimento aos moradores sobre o quê fazer em caso de se deparar com um morcego na residência, além do reforço quanto à necessidade da população manter em dia a vacinação antirrábica dos cães e gatos.

“Todo cão e gato deve tomar uma dose da vacina da raiva por ano. Isto é uma responsabilidade do proprietário, é um cuidado básico que protege tanto a saúde dos animais quanto da população humana”, disse a veterinária.

HISTÓRICO
Americana não tem nenhum registro de raiva humana, apenas a circulação do vírus em animais.

Em 1996 um gato contaminado foi encontrado no Iate Clube de Campinas; em 2002, um cavalo testou positivo no Clube dos Cavaleiros; no ano 2003 um morcego, na Vila Bertini; em 2018 foram dois morcegos, sendo um no bairro Antônio Zanaga e outro no Jardim Nossa Senhora do Carmo, e, em 2020, mais dois morcegos, sendo um no Balneário Riviera (Região da Praia Azul) e outro no bairro Parque das Nações.

De acordo com o CCZ, os últimos animais testados positivamente para o vírus rábico não tiveram contato com seres humanos e animais domésticos.

DOENÇA
Segundo o Ministério da Saúde, a raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição.

Quando a profilaxia antirrábica não ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos.

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