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Covid-19

Americana aplicou 21 mil doses de lote interditado da CoronaVac

Estado e município não registraram intercorrências com imunizante que teve lotes suspensos

Por Pedro Heiderich

09 de setembro de 2021, às 07h29 • Última atualização em 09 de setembro de 2021, às 11h39

Prefeitura não informou quantidade de doses da CoronaVac aplicadas até o momento na campanha – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

A Prefeitura de Americana aplicou 21.356 doses da vacina contra o coronavírus (Covid-19) de lotes interditados da CoronaVac, conforme apurado pelo LIBERAL nesta quarta-feira (8).

O Governo do Estado de São Paulo e o município informaram que não registraram intercorrências relacionadas à vacinação com o imunizante da CoronaVac de algum dos 25 lotes suspensos temporariamente.

Segundo a Vigilância Epidemiológica de Americana, as doses aplicadas são referentes a dois lotes: J202106033 e L202106048. A maioria das pessoas já recebeu o imunizante há mais de 30 dias. A pasta explicou que as doses foram usadas em diversas faixas etárias, inclusive durante a xepa da vacina.

Não haverá necessidade das pessoas receberem dose adicional por conta dessa situação, “pois a vacina é segura e está aprovada pela Anvisa e pela Organização Mundial da Saúde”, destaca a prefeitura.

“A Vigilância Epidemiológica irá monitorar o público vacinado pelo período de 30 dias, conforme determinação, por meio de eventuais comunicações sobre eventos adversos. Até o momento, não houve nenhum registro em pessoas que tenham recebido as doses dos lotes suspensos ”, encerra a nota.

O LIBERAL perguntou o quanto as 21 mil doses interditadas representam o total de doses da CoronaVac aplicadas em Americana, mas a prefeitura não respondeu. Em balanço recente, o Executivo informou que a maioria das doses aplicadas na cidade são da CoronaVac.

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No sábado (4), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a interdição de 25 lotes da vacina da CoronaVac, por não terem sido inspecionados pela agência e nem aprovados na Autorização de Uso Emergencial no Brasil. Ao todo, cerca de 12,1 milhões de doses foram suspensos. A medida vale por até 90 dias.

Nesta quarta, o governador João Doria (PSDB) garantiu que todos os imunizantes passaram por certificação de controle de qualidade. “A qualidade da vacina da CoronaVac é incontestável”, declarou.

Quatro milhões de doses dos lotes vencidos foram redistribuídos pelo Governo de São Paulo aos municípios.

Do total, a Secretaria Estadual de Saúde identificou 224.737 doses que não estão aplicadas e/ou registradas no sistema de informação oficial.

Estes imunizantes devem ser reservados e armazenados pelas equipes municipais, conforme orientação da Anvisa, até a liberação pelo órgão federal, destaca o Governo do Estado.

Leia abaixo perguntas e respostas sobre o assunto:

Por que a Anvisa interditou os lotes?

Segundo a agência, os 25 lotes de CoronaVac interditados foram envasados em uma unidade fabril chinesa não inspecionada pela Anvisa e nem aprovada na Autorização de Uso Emergencial no Brasil. As doses foram enviadas pela Sinovac, parceira do Instituto Butantan no desenvolvimento e produção da CoronaVac.

A Anvisa diz ter sido avisada pelo Butantan na noite de sexta-feira, 3, que as doses foram envasadas em local não inspecionado. Além destes lotes que já estão no Brasil, outros 17 com nove milhões de doses que também foram envasados em local não inspecionado pela Anvisa estão em tramitação de envio ao País.

A agência disse ainda que consultou bases de dados internacionais em busca de informações sobre as Boas Práticas de Fabricação da empresa responsável pelo envase dos lotes. No entanto, não encontrou nenhum relatório de inspeção emitido por outras autoridades de referência ou pela própria Anvisa.

Quais lotes foram interditados?

Ao todo, 25 lotes foram interditados: 202107101H, 202107102H, 202107103H, 202107104H, 202108108H, 202108109H, 202108110H, 202108111H, 202108112H, 202108113H, 202108114H, 202108115H, 202108116H, L202106038, J202106025, J202106029, J202106030, J202106031, J202106032, J202106033, H202106042, H202106043, H202106044, J202106039 e L202106048.

No cartão de vacinação há um campo informando o lote da vacina. Caso o cartão tenha sido perdido ou a informação esteja confusa, o lote pode ser consultado na plataforma ConectSUS, do Governo Federal.

Quem recebeu alguma dose desses lotes corre riscos?

Não. Em nota, o Instituto Butantan afirmou que os imunizantes são seguros para a população e que todas as doses foram atestadas pelo “rigoroso controle de qualidade do Butantan”.

O diretor da Anvisa, Antônio Barra Torres, disse em entrevista ao jornal O Globo que não há motivo para pânico. Barra Torres afirmou que a decisão de suspender o lote é por cautela e reforçou que a CoronaVac é uma vacina segura. A segurança da vacina foi comprovada por testes clínicos, cujos resultados foram analisados pelos técnicos da Anvisa e publicados em revista científica.

Quem tomou a vacina deve fazer o quê?

Até o momento não há orientação formal por parte do Ministério da Saúde ou da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo sobre o que o cidadão deve fazer neste caso. Em nota, a pasta afirmou que solicitou a suspensão da aplicação dessas doses e que está checando os lotes. Toda reação grave aos imunizantes deve ser comunicada à autoridade de saúde local ou à Anvisa por meio do site VigiMed.

São Paulo, o Estado que mais recebeu e aplicou doses destes lotes, informou que ainda não houve intercorrências entre as pessoas que receberam essas vacinas. Já a Secretaria Municipal de Saúde do Rio disse que as reações adversas devem ser comunicadas à unidade de saúde que aplicou a vacina. Não há indicação para revacinar as pessoas que receberam doses dos lotes interditados na cidade.

Quem está com a segunda dose da CoronaVac pendente ou marcada para os próximos dias deve tomá-la?

Sim. Os Estados e municípios já foram orientados a não aplicar lotes suspensos, portanto é totalmente seguro receber a segunda ou a primeira dose da CoronaVac.

Essas doses serão perdidas?

As doses ficarão suspensas por 90 dias, período no qual a Anvisa irá avaliar as condições de Boas Práticas de Fabricação da planta fabril onde as doses foram envasadas. A agência disse que também vai considerar o potencial impacto dessa alteração de local nos requisitos de qualidade, a segurança e a eficácia das vacinas e o eventual impacto para as pessoas que foram vacinadas com esses lotes.

Depois dessas análises, a agência vai decidir se libera ou não os lotes para uso. A Anvisa informou ainda que vai trabalhar com o Instituto Butantan para regularizar esse novo local de envase da CoronaVac.

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