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Americana

A luta de Sidneia pela vida após 78 dias internada por conta do coronavírus

Com tempo recorde de internação no Hospital Municipal, Sidneia comemora vitória contra o coronavírus após 78 dias

Por Marina Zanaki

28 de março de 2021, às 08h44 • Última atualização em 29 de março de 2021, às 09h10

Ao lado da família em sua casa, na Cidade Jardim, Sidneia se recupera e faz agradecimentos - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal.JPG

A vigilante Sidneia Cristina Castro Lopes da Silva, de 49 anos, nasceu de novo. Essa é a opinião da família e da própria paciente, que passou 78 dias internada no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, lutando contra o novo coronavírus. Esse foi o tempo recorde de internação entre pacientes Covid-19 no HM.

Sidneia começou a sentir os primeiros sintomas em 20 de dezembro do ano passado, passou por atendimento médico duas vezes e, no dia 31 daquele mês, precisou ser internada às pressas no próprio HM, com saturação em 54%.

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Sidneia na saída do Hospital Municipal, onde foi recebida com festa por familiares e amigos – Foto: Arquivo Pessoal

A paciente passou 20 dias na UTI Covid-19 e depois foi acomodada na terapia intensiva geral, totalizando 53 dias em coma. Nesse período, além de lutar contra a infecção nos pulmões provocada pelo coronavírus, Sidneia também enfrentou uma bactéria multirresistente, infecção de urina e uma arritmia cardíaca que demandou um choque no coração.

Com um mês de internação, os médicos permitiram a entrada da filha dela, a dentista Maysa Castro Lopes, de 26 anos. Na ocasião ela não sabia, mas tratava-se de uma despedida da mãe, pois a equipe acreditava que a paciente não resistiria àquela noite.

Desse período intubada, Sidneia não tem nenhuma lembrança. “Estava dormindo, parecia um pesadelo, mas não lembro de nada”, conta.

Sidneia canta ao lado da filha Maysa; moradora da Cidade Jardim deixou o hospital no dia 19 de março – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal.JPG

Agitação

Foram necessárias várias tentativas para retirar a sedação, já que a paciente ficava muito agitada ao acordar. Finalmente, no dia 23 de fevereiro ela foi tirada do coma e no dia 11 de março, encaminhada à enfermaria, onde ficou até receber alta, em 19 de março.

“Chegaram a falar que eu tinha morrido e voltado, foi um milagre mesmo. As pessoas ficam impressionadas, quem viu na UTI e no quarto achou que era um milagre. Não acreditavam que eu tinha sobrevivido, estava muito grave mesmo”, diz Sidneia.

Mesmo com todas as dificuldades, Maysa afirma que nunca perdeu a fé que a mãe se recuperaria. “Quando uma pessoa se recupera em meio a tanto caos como estamos vivendo é para se compartilhar, quem está com algum familiar lá não pode perder as esperanças”, lembra Maysa.

O dia em que Sidneia saiu do hospital foi marcado por emoção da família e funcionários, assim como uma carreata feita por parentes até sua casa, na Cidade Jardim.

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“A fé só aumenta. Agradeço a Deus, à minha família, que é meu alicerce. Sem eles não teria conseguido”, diz a vigilante. “Queria agradecer aos enfermeiros, fisioterapeutas, médicos do Hospital Municipal, são muito atenciosos, trataram muito bem. E também às orações dos irmãos da igreja”, finaliza Sidneia.

Daqui para frente, ela tem um longo processo de reabilitação, com fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista e neurologista. Ela ainda não consegue andar, mas a expectativa é que retorne em um mês.

Sidneia já recuperou os movimentos que havia perdido da mão esquerda, e conta que não vê a hora de retornar ao trabalho como vigilante no Senac de Americana.

Supresa

A recuperação de Sidneia ganhou um forte estímulo após descobrir que seria avó pela primeira vez. Maysa soube da gestação enquanto a mãe estava internada e esperou um mês para contar porque queria que Sidneia fosse a primeira a saber da novidade.

“Eu tinha certeza que eu ia contar para ela. Foi bem legal, deu uma expectativa nela, ficou mais animada para a recuperação ao saber do primeiro neto dela”, completa a dentista.

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