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CLIMA

Americana teve 21 dias com temperatura prejudicial à saúde humana em 2023

Levantamento considera datas em que calor passou dos 36,5°C na cidade, considerado um risco para o corpo humano; entenda o que fazer

Por Ana Carolina Leal

14 de janeiro de 2024, às 08h11

Calor marcou o mês de janeiro em Americana - Foto: Claudeci Junior / Liberal

Especialistas apontam que quando a temperatura do ar supera a temperatura do corpo humano, em média, de 36,5°C, o calor passa a ser perigoso para a saúde. No ano passado, Americana atingiu ou ultrapassou a marca em 21 dias, todos entre setembro e dezembro.

Os dados foram levantados pelo LIBERAL junto ao Ciiagro (Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas), que mantém uma estação de monitoramento na cidade.

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O levantamento também revela que o município ainda teve seis dias com temperaturas acima de 40°C em 2023, um recorde desde o início da série histórica da instituição, em 2015.

Se depender das previsões, Americana e região ainda terão mais temperaturas acima da média no primeiro semestre.

Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, alerta que o verão continuará quente e abafado, com a possibilidade de episódios de calor intenso, mantendo termômetros acima dos 36°C. A média da estação é entre 20°C e 30°C.

Ana Ávila, meteorologista do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), diz que as temperaturas atuais já estão bastante altas. Ela aponta que, nos últimos dias, vivemos uma nova onda de calor e que são grandes as chances de os termômetros continuarem elevados.

“Já estamos em uma onda de calor. As chuvas estão mais concentradas no Norte e Nordeste, em Minas Gerais e no sul da Bahia. Essas chuvas estão acontecendo de forma muito localizada, com temporais. Não é uma chuva que vem para bastecer os mananciais, então, é importante que a gente tenha mais chuva”, comenta.

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Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), uma onda de calor é caracterizada pelo aumento de pelo menos 5°C em relação à média regional, persistindo por no mínimo três dias consecutivos.

A preocupação com as altas temperaturas vai além do desconforto, alerta Sérgio Timerman, diretor do Centro de Parada Cardíaca e Ciência da Ressuscitação do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP).

Doenças relacionadas ao calor, como exaustão ou insolação, ocorrem quando o corpo não consegue se resfriar adequadamente. Isso, segundo o médico, pode resultar em danos ao cérebro e órgãos vitais, configurando um acidente vascular cerebral por calor.

Fatores de risco incluem alta umidade, obesidade, febre, desidratação, uso de medicamentos, doenças cardíacas, queimaduras solares, consumo excessivo de álcool e a vulnerabilidade de crianças e idosos.

Timerman ressalta que embora as mortes e doenças relacionadas ao calor sejam evitáveis, ocorrem, anualmente, mil casos na Europa, principalmente na França, e 1,2 mil nos Estados Unidos.

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“É importante manter-se bem hidratado e evitar bebidas açucaradas. Buscar lugares frescos, ambientes com ar-condicionado. Caso não seja possível, optar por locais bem ventilados. Utilizar roupas leves, de tonalidades claras e com modelagem ampla e evitar exposição excessiva ao sol para prevenir queimaduras, que podem comprometer a capacidade da pele de dissipar o calor”, orienta o médico.

Veja os sinais de alerta e como agir quando as temperaturas estiverem muito altas

Irritação da pele
Aparência de pontos brancos na pele devido à irritação causada pelo calor. Recomenda-se permanecer em locais frescos, manter a pele seca e, se necessário, utilizar talco de bebê para acalmar a irritação.

Queimaduras
Pele dolorida, envelhecida e avermelhada. Evite áreas sem sombra, aplique loções umectantes e evite o rompimento de bolhas, se presentes.

Pré-esgotamento do calor
Suor abundante durante exercícios intensos, dor ou espasmos musculares. Neste caso, suspenda imediatamente a atividade física, procure um local fresco, tome água (evite bebidas esportivas) e aguarde o desaparecimento dos sintomas. Busque ajuda médica se os sintomas persistirem.

Esgotamento por calor
Sudorese abundante, pele fria, pálida, úmida e pegajosa, pulso rápido, náuseas, vômitos, calafrios, espasmos musculares, cansaço, debilidade e dor de cabeça. Procure um local fresco, afrouxe as roupas, umedeça o corpo com panos molhados e beba água. Busque ajuda médica se os sintomas persistirem.

Insolação ou acidente vascular pelo calor
Altas temperaturas corporais (acima de 38,5°C), pele muito quente, rígida e avermelhada, pulso acelerado e forte, dor de cabeça, náuseas, vômitos, confusão mental e possível desmaio. Acione o serviço de emergência (192 ou 193), tente reduzir a temperatura corporal com panos frescos e, se possível, beba muita água.

Fonte: Sérgio Timerman, diretor do Centro de Parada Cardíaca e Ciência da Ressuscitação do InCor

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